2023-2024
O Mistério da Estrada de Sintra
Eça de
Queirós e Ramalho Ortigão
O
Mistério da Estrada de Sintra é um romance sombrio escrito por Eça de Queirós e Ramalho
Ortigão. Segundo as minhas pesquisas, esta obra teve origem numa brincadeira que
os dois escritores queriam fazer. No verão de 1870, ambos os escritores
decidiram escrever uma novela policial ficcional, porém fazendo-a passar por um
caso real. Ora, durante o período de 24 de
julho a 27 de setembro do mesmo ano, os dois enviaram cartas anónimas ao jornal
Diário de Notícias,
relatando o caso.
O
caso sombrio começa com o rapto de dois homens respeitáveis, Dr.*** (o narrador e “autor” das cartas) e o seu amigo
escritor, F..., por quatro mascarados. A história desenrola-se nas estradas
enigmáticas de Sintra e, levados à força para uma morada oculta, os dois homens
deparam-se com o cadáver de um estrangeiro enigmático. Os mascarados queriam
que o Dr.*** confirmasse se o estrangeiro estava de facto morto. Entretanto são
interrompidos por um jovem, A.M.C., que decide, então, revelar quem era o
senhor e como tinha morrido.
Rytmel
era um general britânico, cuja vida lhe foi dissipada por uma dose fatal de
ópio administrada pela sua amante, Condessa de W., prima de um dos mascarados.
A Condessa era casada com um homem rico que não lhe trazia felicidade e
conheceu o general numa viagem, acompanhada pelo seu primo. Posteriormente, quando
Rytmel anuncia uma visita à Condessa, depois de esta regressar a casa, ela, suspeitando
de seu envolvimento com outra mulher, mata-o tomada pelo ciúme. Desejava apenas
adormecê-lo temporariamente para confirmar se Rytmel mantinha de facto um caso
com outra mulher, mas a dose foi excessiva.
A.M.C., que era apenas um estudante humilde, é
arrastado para o caso sinistro ao escutar as confissões da condessa. Numa noite
fatídica, ao encontrá-la em desespero, decide ajudá-la. Voltando ao local do
crime posteriormente a pedido da condessa, depara-se não apenas com os
mascarados, mas também com o médico e o seu amigo.
Juntos decidem encobrir os atos da
condessa, selando o destino do inglês falecido com um enterro silencioso. Por
fim a Condessa retira-se para a reclusão num convento, levando consigo os
segredos sombrios que atormentarão suas noites por toda a eternidade.
A narrativa foi tão sombria e grotesca que assustou a cidade inteira de Lisboa, chegando a desenrolar-se investigações no local e interrogatórios a possíveis suspeitos. O caso só se “resolveu” quando Eça e Ramalho confessaram serem os autores das cartas. Enfim, não passou tudo de uma história ficcional.
E vocês? Teriam acreditado na história?
Texto de Ana
Luísa Pinto Dias, 11.º F
Ilustração de Maria Rita Fernandes, 11.ºD
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“Quinta dos Animais”, escrito por George Orwell, é uma fábula na forma
de uma alegoria satírica que
conta a história de animais da quinta que se revoltaram contra o seu
agricultor, criando assim uma sociedade livre e igual, seguindo os princípios
do Animalismo. No entanto, a revolução é traída pela ditadura do porco Napoleon, o que gera um ambiente igual ou até mesmo pior do que
no tempo antes da revolução.
Este livro é
um dos meus favoritos, tendo-o até
lido mais por prazer do que dever. Esta história foi criada com
imensa precisão, tendo cada animal uma certa correspondência aos vários tipos
de pessoas que existem sob o regime de uma Ditadura. Por exemplo, o cavalo
Boxer era o animal que mais se esforçava na quinta, representando os trabalhadores,
que não questionavam o que estava realmente a acontecer, só aceitavam o seu
estilo de vida e trabalhavam ao máximo, mesmo sendo tratados terrivelmente pelo
governo.
Benjamin, o burro,
por outro lado, era um dos animais
mais conscientes sobre a Ditadura
de Napoleon, recusando-se a protestar contra o regime ou a contar aos
outros animais a realidade em que viviam, isto sendo não só devido à ferocidade
dos cães protetores do “Líder” Napoleon, mas também porque não via razão em
partilhar as suas ideias, já que acreditava que tudo iria permanecer mal de
qualquer maneira, como sempre foi. O único momento em que esta personagem teve uma
reação contra o governo e contra os
animais, foi quando ele próprio foi afetado pessoalmente, sendo o seu melhor
amigo Boxer enviado para o matadouro, após já não ter força restante nele para
servir os porcos, tornando-se este o meu momento favorito da obra.
Finalmente, temos Snowball, Napoleon e Squealer, os
porcos. Snowball, que representa Leon Trotsky, tinha
intenções genuinamente boas para a quinta e o seu bem-estar, tendo
criado as regras do Animalismo e proposto a ideia do moinho. No entanto,
Napoleon, que representa Josef Stalin, era um traidor da revolução que queria
subir ao poder e
implantar a ditadura,
tendo assim removido
a sua concorrência, Snowball, através dos seus cães de guarda. Este
manipulava os animais e aproveitava-se do esforço deles para benefício próprio,
quebrando até várias regras do Animalismo.
Squealer, que representa a propaganda, era o principal ajudante de Napoleon,
intervindo sempre em situações onde os animais discordavam ou se opunham
contra os porcos, criando mentiras para convencer os animais menos inteligentes
(os quais faziam parte da maioria da quinta).
Apesar deste livro ter
sido escrito durante a Segunda Guerra Mundial e publicada pela primeira vez em
1945, a mensagem transmitida é profunda e intemporal. Uma vez que o ser
humano, no fundo, nunca muda, há sempre o risco de alguém subir
ao poder absoluto e usá-lo para benefício próprio,
ao custo de todas as outras pessoas.
Apesar deste livro, aparentemente, ser simples e fácil
de ler, tendo apenas uma centena de páginas escritas de forma básica, o mesmo
contém uma mensagem complexa que pode ser aprofundada e estudada severamente
para decifrar o real significado e sentido desta fábula.
Para além da simplicidade da obra, esta retrata
conceitos como a manipulação, propaganda, traição e abuso de poder.
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“Contos”
Eça
de Queirós
No período passado, li três narrativas
do livro “Contos”, de Eça de Queirós: “A aia”, “No Moinho” e “O Suave Milagre”.
Destes três, o meu preferido foi “No Moinho”,
pois trata de uma história de amor não correspondido e eu gosto deste tema
literário.
O conto fala de uma mulher de nome Maria
da Piedade, casada com João Coutinho e mãe de três filhos. João Coutinho era um
homem doente e, por herança genética, todos os filhos do casal nasceram doentes
também. Era, pois, Maria da Piedade quem cuidava da casa toda.
Um dia, João Coutinho recebe uma carta
do seu primo Adrião, anunciando a sua chegada por causa da venda de um terreno.
Imediatamente João manda a sua mulher providenciar a estadia para o seu primo,
deixando-a, assim, apavorada por ter em casa um estranho que iria desestabilizar
a sua rotina toda. Porém, Adrião deseja ficar na estalagem do seu tio para não
perturbar a ordem da casa de Coutinho.
Adrião desejava vender um terreno, mas
não encontrava comprador. João Coutinho, tentando ajudar o primo, sugere que
Maria da Piedade o auxilie e, pela primeira vez, Maria da Piedade sente-se
valorizada.
No dia seguinte, Adrião e Maria da
Piedade vão à fazenda ver o Moinho. No caminho para lá, não trocam palavras,
mas, chegando ao terreno, Maria da Piedade, cansada, decide sentar-se numa
pedra, enquanto Adrião começa a comparar o moinho ao paraíso e a imaginar como
seria se eles ficassem ali para sempre. Então, ela fica corada e sorri. De
repente, Adrião abraça-a e beija-a profundamente. Depois desse momento, Maria
da Piedade fica completamente obcecada e loucamente apaixonada por Adrião.
Só que Adrião vai embora sem lhe dizer
nada e Maria da Piedade começa a ver o homem e os filhos como “fardos
injustos”. Então, passa a cuidar deles de uma maneira mais desleixada, até
porque sente a necessidade de ler romances constantemente.
Apesar de, neste conto, Eça de Queirós criticar as traições e abordar o tema do adultério, gostei muito de o ler, pois o leitor vive a história de uma maneira realista, como se ela fosse verdadeira.
Texto de Marina Pereira Carvalho, 10.º F
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“Napoleão, Manual do Líder”
Recentemente, li “Napoleão, Manual do Líder”,
de Tito Lyon de Castro, um livro singular que me deixou fascinado e que venho
partilha convosco.
Como o título indica, o texto fala de Napoleão
Bonaparte, uma personalidade de relevo da História que nasceu em Ajaccio,
cidade francesa localizada na ilha de Córsega, que dominou grande parte da Europa e
desafiou o sistema da época, espalhando ideias revolucionárias pela Europa e pelo
Novo Mundo.
Com este livro, ficamos a conhecer algumas
facetas que formaram a alma de Napoleão, um génio militar e político. Podemos,
também, tomar conhecimento de aforismos que ele utilizava como princípios para
poupar recursos, ganhar batalhas, controlar diplomatas e , ainda, as suas conversas
para que a França prevalecesse.
Esta obra é essencial para as áreas de Gestão,
Filosofia, História, entre outras relacionadas com o campo militar e político.
Eis um livro essencial para alguém interessado num destes domínios.
O livro é de fácil leitura, sem ilustrações e
sem capítulos numerados. Deve ser degustado quotidianamente. Tem alguns
recursos expressivos, como a metáfora e a comparação, e que refiro, a título de
exemplo, neste excerto: “Eu amo o poder, mas é como artista que eu o amo. Amo-o
como um músico ama o seu violino, para dele tirar sons, acordes e harmonia”.
Apreciei muito este livro, porque com ele
aprendi algo mais sobre o génio que Napoleão foi e os princípios que utilizou
para chegar ao pódio.
Agora, passo a citar algumas frases que
registei de forma especial:
“Lede e relede as campanhas de Alexandre,
Aníbal, César, Gustavo, Turenne, Eugénio e Frederico e moldai-vos por elas: eis
o único meio de se tornar um grande capitão e compreender os segredos da arte
da guerra.” Nesta frase, podemos reconhecer nomes de grandes personalidades e
génios da guerra e da História, em que Napoleão se baseou para se tornar num e
formar o seu indescritível e fascinante caráter.
“A glória e a honra das armas são o
primeiro dever que um general que se rende na batalha deve considerar: a
salvação e a conservação dos homens é secundária, mas é também na audácia, na
persistência do general que se encontra a salvação e a conservação dos homens.”
Gostei desta frase dita por Napoleão, ao render-se, pois espelha o carácter e
os princípios desta notável personalidade.
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Aventuras
de João Sem Medo
José Gomes Ferreira
O livro “Aventuras de João Sem Medo” é um romance
escrito por José Gomes Ferreira.
Este livro conta a história de João Sem Medo, um
rapaz que decide sair da sua aldeia, chamada Chora-Que-Logo-Bebes, onde toda a
gente chorava e se queixava, para ir em busca de uma vida cheia de felicidade e
aventuras.
Quando penetrou no bosque que rodeava a sua terra,
depara-se com dois caminhos – caminho da felicidade e caminho da infelicidade.
A princípio, ele escolhe o primeiro, mas, quando lhe foi dito por um homem sem
cabeça que teria de ser decapitado para que nunca mais pensasse e, assim,
pudesse ser feliz, João recusou e trocou de caminho.
No caminho da infelicidade, o rapaz passou por
muitas dificuldades, sendo atacado constantemente por criaturas estranhas que
nunca vira. Isto durou até que um mago o transformou em árvore por ele se
recusar a ser infeliz.
Passado algum tempo, um senhor encontrou João Sem
Medo e fez-lhe uma proposta: libertá-lo-ia da sua prisão em forma de árvore,
mas ele teria de trocar de lugar com a sua filha, indo em vez dela para a
Colina de Cristal, o lugar onde quem entra nunca mais sai. João aceitou a
proposta e, liberto do feitiço do mago, continuou a sua grande aventura.
Ele conheceu muitas pessoas e outras criaturas ao
longo do seu caminho, sempre visitando reinos únicos com os quais nunca tinha
sonhado.
Entretanto, a sua aventura começa a chegar ao fim
quando se depara com um último desafio – pode partir de regresso à sua aldeia,
mas tem de ficar. A única maneira que João Sem Medo encontra de fazer isso é
olhar para um espelho mágico de onde sai outro rapaz tão parecido com ele que
nenhum consegue descobrir qual é o verdadeiro e qual é o falso.
Cumprindo este último desafio, um João Sem Medo
volta para a sua terra enquanto o outro permanece na floresta para sempre.
Quando ele chega a Chora-Que-Logo-Bebes, tenta
convencer toda a gente de que não vale a pena viver a chorar, mas ninguém lhe
dá ouvidos. Então, João Sem Medo abre uma fábrica de lenços e fica rico.
Uma curiosidade sobre esta obra é que ela foi
escrita em 1963, um ano em que Portugal ainda vivia sob uma ditadura. Tendo
isto em conta, chegámos à conclusão que as “Aventuras de João Sem Medo” fazem,
de modo muito nítido, referência à liberdade, que só veio a ser conseguida na
revolução de 25 de abril de 1974.
Eu recomendo vivamente a leitura deste livro porque aborda, de forma leve, o tema da liberdade, sobre o qual, mesmo hoje em dia, continua a ser muito importante discutir, pois nunca está garantida a sua permanência, sendo necessário lutar por ela todos os dias.
Texto e ilustração de Lara Teixeira Almeida, 10.º F
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“O conto da ilha desconhecida”
Hoje venho partilhar as
minhas opiniões resultantes da leitura do livro “O conto da ilha desconhecida”,
escrito por José Saramago e recomendado para o 8º ano pelo Plano Nacional de
Leitura.
Esta narrativa
conta-nos que, no palácio do Rei, existiam várias portas, sendo uma delas a das
petições, e quando alguém batia e fazia a sua petição, petição essa que era
transmitida pela mulher da limpeza e ia de secretário em secretário até chegar
ao Rei, este dizia estar muito ocupado e a resposta percorria o caminho ao
contrário.
Certo dia, um homem
pediu para falar com o Rei e, consequentemente, a sua pergunta percorreu o
habitual caminho e a mulher da limpeza transmitiu-lhe que o Rei estava muito
ocupado. Então o homem deitou-se à porta das petições durante três dias, até que
o Rei, com curiosidade de saber quem tinha tido a audácia de o mandar chamar,
ordenou à mulher de limpeza que abrisse a porta. Ao chegar perto do Rei, o
homem pediu-lhe somente um barco para ir atrás de uma ilha desconhecida,
somente um barco sem marinheiros nem piloto.
Será que o homem do
leme conseguirá o barco?
Durante a leitura do
livro encontrei frases que me fascinaram. Passo a transcrever algumas, a título
de exemplo: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és, ...”- esta
expressão demonstrou-me que, em situação de conflito, precisamos de nos pôr no
lugar do outro para percebermos se tivemos uma atitude correta ou não; “...
todo o homem é uma ilha, ...” - esta afirmação, além de um ser uma
metáfora, um recurso expressivo, demonstrou-me que, apesar de fisicamente
sermos todos iguais ou semelhantes, todos temos atitudes e uma personalidade
única.
No início do conto,
apercebi-me de que, com persistência e determinação, chegamos aos nossos
objetivos, por exemplo o homem do leme permaneceu três dias à espera do Rei e alcançou
o seu objetivo, o barco.
Recomendo-vos que leiam
este conto, não somente por ter sido escrito por um vencedor de um Prémio Nobel
da Literatura, mas também por ter um vocabulário muito rico, ser de leitura
fácil, mas de interpretação profunda, e a partir dele compreendermos muitos conceitos
importantes.
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“Frei
Genebro”, in Contos
Eça de Queirós
O conto “Frei Genebro”, escrito por Eça de Queirós
(1845-1900), um escritor e diplomata português, foi publicado em 1893 na
“Gazeta de Notícias”.
Nele se conta a história de um bondoso frade chamado
Frei Genebro, que vivia em Itália e que era conhecido pela sua generosidade.
Um dia, o frade foi visitar o Irmão Egídio, mas,
quando chegou a casa dele, encontrou-o muito doente e com grande desejo de
comer carne. Frei Genebro, que, durante o caminho, tinha passado por uma vara
de porcos, voltou a esse local. Aí, cortou a perna a um porco e, deixando o
animal a morrer, levou-a a Egídio. Depois de este se ter regalado com o assado,
Frei Genebro despediu-se do amigo e retomou o seu caminho.
Durante muitos anos, Frei Genebro andou por toda a
Itália a socorrer os pobres, a pregar o Evangelho, a resolver discórdias.
Até que, num certo domingo, desmaiou. Sentindo que a
morte se aproximava, pediu que o enterrassem num sepulcro emprestado, como o de
Jesus.
Mais tarde, na hora do julgamento das almas,
surgiram os dois pratos da balança destinada a pesar as boas e as más ações. No
prato das boas obras, estavam todas as brilhantes qualidades de Frei Genebro:
as orações, as esmolas, a humildade, as penitências. No entanto, no prato das
más obras, negro como o carvão, estava o porco, vivo, sem uma das pernas. Foi
por isso que Frei Genebro não entrou diretamente no Céu, tendo sido lançado no
Purgatório.
Este conto é muito importante, pois mostra-nos uma grande lição que devemos ter em conta nas nossas vidas: não importa se as nossas boas atitudes são em maior número que as más, porque, em milhares de comportamentos corretos, um mau pode mudar tudo.
Texto de Sofia Mendes Fontes, 10.º F
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“O mundo em que vivi”
Hoje vou
falar-vos um pouco sobre um livro já conhecido pela maioria dos leitores.
Refiro-me ao livro “O mundo em que vivi” de Ilse Losa, uma escritora judia,
nascida na Alemanha, com uma obra muito vasta.
O elemento
que atrai mais na primeira impressão do livro é a capa, que retrata
implicitamente a infância da personagem principal, através da imagem da menina
de olhar triste. Além disso, as descrições da autora são muito completas e
detalhadas.
A autora
narra a história de uma menina judia, Rose, que habitava a Alemanha durante a
ascensão do nazismo. O livro começa por falar da infância e do caráter ingénuo
de Rose e aí descreve os seus avós. O avô, um homem brincalhão e responsável
que passava a maior parte do seu tempo com a neta. E a avó, que fazia as
tarefas domésticas e só gastava dinheiro no prático e barato. Apesar das
diferenças, ambos adoravam a neta.
Anos mais
tarde, o avô adoece e deixa de ser uma pessoa ativa, tornando-se um homem
debilitado que já não tinha condições para cuidar da neta. Desde esse dia, Rose
teve que ir viver com os pais numa cidade diferente e longe dos seus avós. À
medida que o livro vai avançando, a inocência da jovem judia vai diminuindo e
começa a perceber os atos cruéis do Nazismo.
Rose vai
passar por situações muito complicadas ao longo do livro, mas se quiseres
descobrir terás de o ler...
Vou agora
transcrever algumas expressões de que gostei: “Da próxima vez podes
procurar-me no cemitério.” Este excerto foi dito pelo avô após a visita de
sua irmã. Reagiu assim porque raramente ela
ia visitá-lo e só apareceu por ele estar doente. É uma expressão
sarcástica em que o avô mostra o seu desagrado, talvez até revolta.
A segunda
expressão: ”«É uma desgraça ser-se judeu», dissera o tio Franz. Ter
orgulho naquilo que era desgraça? Difícil de compreender. Mas eu distinguia
bem, por entre as palavras do avô, a angústia, a necessidade de consolação.”
Esta dúvida surgiu pelo facto de ser-se judeu ter sido considerado bom e mau.
Bom, devido às tradições da religião, e mau, devido à fase de perseguição que
estavam a passar. Uma outra expressão que achei curiosa e que nos pode
transportar para outras realidades além da vida de Rose foi a seguinte: “Calei-me. Sabia que o mais fácil é sempre
ser-se aquilo que é a maioria. Ser-se judia não tinha nada de fácil.” Assim
como Rose não tinha uma vida fácil por ser diferente da maioria, tendo em conta
a sua religião, também isso acontece na atualidade nos temas mais simples e
diversos. O ideal é que haja respeito pela diferença.
Espero que
tenham gostado da minha partilha. Boas leituras!!
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“As Rosas de Atacama”
Hoje venho falar do livro “As Rosas de Atacama” de Luís
Sepúlveda, editado pela “ASA Editores”.
Luís Sepúlveda é
conhecido pela sua habilidade de contar histórias cativantes e envolventes e este
livro segue essa linha.
O título original deste livro é "Histórias
Marginais", que corresponde ao primeiro título desta coleção de contos.
São pequenos contos sobre pessoas extraordinárias que ele conheceu e cujas
histórias mereciam ser contadas para “evitar que o pó do esquecimento os
cobrisse”.
O autor teve a ideia de escrever estas pequenas histórias, depois
de visitar o campo de concentração de Bergen Belsen, onde viu uma inscrição que
dizia: "Eu estive aqui e ninguém contará a minha história". Isso fez
o autor pensar sobre como algumas histórias importantes são esquecidas. Ele
também cita uma frase famosa de Goebbels que diz que “Um morto é um escândalo,
mil mortos são uma estatística”. Ele usa isso para destacar a importância de
contar histórias individuais.
O autor decide reunir essas pequenas histórias marginais para
despertar a indignação e a memória das pessoas. Ele quer inspirar as pessoas a
mudar o mundo para melhor, com mais humanismo, defesa da vida, da dignidade
humana, da justiça e respeito pelo meio ambiente.
"As Rosas de Atacama" apresentam-se, também, como
pequenos relatos de viagens de “um andarilho” pelos lugares mais remotos do
mundo, enfrentando condições difíceis, como selvas, desertos e regiões
geladas.
O autor tem o talento de encontrar beleza nos lugares e
pessoas que encontra. Ele consegue transformar a dor em poesia com as suas
palavras. Exemplo disso é o conto que dá nome a este livro, “Rosas de Atacama”,
em que o autor fala sobre um amigo chamado Freddy Taberna, um dirigente
estudantil, militante socialista, que anotava num caderno todas as maravilhas
do mundo, e que foi assassinado pelos militares.
Esta foi a história que mais me marcou e, por isso, vou ler-vos
dois pequenos excertos:
“Os sacos-cama estavam empapados. Perguntei se tinha chovido
e Freddy respondeu que sim, que tinha chovido miúda e subtilmente, como em
quase todos os dias 31 de Março em Atacama. Quando me pus de pé, vi que o
deserto estava vermelho, intensamente vermelho, coberto de pequenas flores cor
de sangue.
-
Ali
as tens. As rosas do deserto, as rosas de Atacama. As plantas continuam ali,
debaixo da terra salgada. Viram-nas os atacamenses, os incas, os conquistadores
espanhóis, os soldados da guerra do Pacífico, os operários do salitre.
Continuam lá e florescem uma vez por ano. Ao meio-dia já estarão calcinadas pelo
sol – disse Fredy anotando dados no seu caderno.
Foi
aquela a última vez que vi o meu amigo Fredy Taberna...”
(...)
“Os militares assassinaram-no e
enterraram-lhe o corpo num qualquer lugar desconhecido do deserto. Anos mais
tarde, num café de Quio, outro sobrevivente do horror, Ciro Valle, contou-me
que Freddy recebeu as balas cantando a plenos pulmões
a marselhesa socialista. Passaram-se vinte e cinco anos. Talvez Neruda tenha
razão quando diz: Nós, os de então, já não somos os mesmos, mas, em nome
do meu companheiro Freddy Taberna, continuo a tomar nota das maravilhas do
mundo num caderno de capas de cartolina.”
Escolhi este
excerto pois começa
com a descrição de um cenário maravilhoso proporcionado pelas flores, que de
tão resilientes continuam a florescer todos os anos. Segue-se uma cena de
tristeza e tragédia, mas também de resiliência e memória. O ato de cantar a
Marselhesa socialista enquanto enfrentava a morte é um testemunho da coragem e
da determinação do personagem, de quem o autor pretende manter viva a memória.
Espero, com a minha partilha da experiência desta leitur, ter despertado em vós a vontade de ler esta obra. Acreditem que vai valer a pena!
Texto e ilustração de Diogo Morgado, nº 5, 8º D
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“O Grilo Verde”
O livro que vos vou apresentar
chama-se “O Grilo Verde”, um conto escrito por António Mota, com ilustrações de
Elza Navarro e da editora Gailivro.
Eu escolhi este livro porque tem boas
ilustrações e gosto muito do autor António Mota.
O herói desta história é o Grilo Verde
(protagonista) e as outras personagens são os grilos pretos e o Tio Manuel
Liró.
O assunto deste livro é sobre um grilo
verde que, um certo dia (tempo), apareceu na horta do Tio Manuel Liró (espaço).
Este grilo era verde e assobiava, quando os grilos pretos que cricrilavam o
viram e perceberam que ele era diferente deles, tentaram convencê-lo a mudar de
cor e a cricrilar em vez de assobiar, mas, como não conseguiram, quiseram
prendê-lo numa lura muito funda.
Enquanto
corriam atrás dele fizeram tanto barulho que acordaram o Tio Manuel Liró. Este
ficou tão zangado que foi buscar uma enxada e, furioso, cavou todo o feijoal para
espantar os grilos, que fugiram a toda a pressa, muito assustados, enquanto o
Grilo Verde se escondeu, camuflado numa folha de couve.
Como estava cansado, o Tio Manuel Liró
deitou-se debaixo de uma árvore a dormir uma soneca. O Grilo Verde estava pousado
na árvore a assobiar uma melodia quando se transformou e apareceram-lhe umas belas
asas cor de fogo. Como ele era tão bonito e diferente, o Tio Manuel Liró tentou
apanhá-lo para exibir aos seus amigos, mas o Grilo Verde começou a voar em
direção às nuvens e desapareceu.
Este texto tem muitos recursos expressivos,
por exemplo: personificação - “ao colega vestido de verde”, “e o sono,
que detesta barulho, fugiu a grande velocidade”; comparação - “Era
verde, tão verde como as alfaces”, entre outros.
Agora vou referir uma parte de que gostei
porque lembra o futebol: “E os grilos pretos saltavam, voavam, caíam. O Grilo
Verde, esse fugia para um lado, fintava um colega, saía para o lado contrário,
dava um salto e fintava o outro”.
Aconselho a leitura deste livro, porque é pequeno, com palavras simples, ilustrações bonitas e nos ensina a respeitar os outros tal como eles são, porque “cada um é como é” pág. 12.
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Capitães
da Areia
Jorge Amado
No livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado,
fala-se de um grupo de crianças que vive nas ruas de S. Salvador da Bahia, no
Brasil.
Eles ocupavam os dias a tentar arranjar o que comer
e o que vestir, tendo, muitas vezes, de roubar para obter esses bens; por isso,
as pessoas pensavam que eles eram agressivos.
Os Capitães da Areia, como eram conhecidos, além dos
pequenos roubos, também praticavam outros maiores. Foi o que os tornou
conhecidos e procurados pela polícia. Como é óbvio, se fossem apanhados, iam
para o reformatório de menores, mas, como eles não queriam isso, tinham de
tomar cuidado.
Vamos conhecer melhor estes meninos.
Pedro Bala, o líder, tinha 15 anos; era loiro,
generoso e valente. Ele nunca soube da mãe e o pai tinha morrido assassinado
durante uma greve. Pedro encontrou mais rapazes no mundo da chefia, mas não se
dava bem com eles. Um dia, Raimundo, um desses chefes, zangou-se com Pedro e
fez-lhe um golpe no rosto. A cicatriz nunca mais desapareceu.
Sem-Pernas falava alto e ria-se muito. Era o espião
do grupo. Como era coxo, as pessoas tinham pena dele e davam-lhe abrigo, o que
lhe fornecia a oportunidade de conhecer os hábitos e de descobrir os objetos
valiosos. Desta maneira, facilitava os furtos.
João Grande tinha 13 anos. Era negro, alto e forte.
Não tinha grande inteligência. Normalmente, encarregavam-no da missão de
proteger os mais novos, até porque ele tinha aprendido capoeira.
O João José tinha miopia, era moreno e magro e
gostava de contar histórias; da sua imaginação, resultaram os melhores roubos.
Pirulito era o António. Era alto, introvertido e
tinha o hábito de rezar e de frequentar a igreja. No fim, torna-se padre.
O Gato, o mais vaidoso, era moreno e alto. Tinha uma
relação com uma senhora, que lhe dava dinheiro.
Boa-Vida não devia muito à beleza. Não roubava, pois
não gostava de se esforçar para nada, mas apoiava os amigos, tocando violão.
O grupo contava com a ajuda de alguns amigos
adultos, como a Don’Aninha, o estivador João de Adão e o padre José Pedro.
Um dia, declarou-se uma epidemia e morreu muita
gente, como os pais de Dora. Nessa altura, esta menina e o irmão juntam-se ao
grupo de Pedro Bala.
Muito haveria a contar sobre as aventuras dos
Capitães da Areia.
Este é um livro que nos alerta para as dificuldades
da vida e que nos dá a conhecer situações diferentes das que estamos habituados
a presenciar.
É por isso que todos tirarão muito bom proveito da leitura desta obra.
Texto de Alexandra Pereira, 10.º F
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“O rapaz ao Fundo da sala”
Hoje
vim falar um pouco do livro “O rapaz ao Fundo da sala”, escrito por Onjali Q.
Raúf, uma grande vencedora dos prémios Blue Peter e Waterstones. Este livro é
da Editora Books e faz parte do Plano Nacional de Leitura, Ler +.
Esta narrativa começa com uma escola
inteira a regressar à escola, após as férias. Numa sala havia sempre uma
cadeira vazia ao fundo da sala, onde ninguém, desde sempre, se sentara. Ninguém
de novo entrava naquela turma. Até que
um dia, a diretora interrompeu uma aula e apresentou um rapaz novo, o Ahmet,
que se sentou ao fundo da sala. Este rapaz era bastante enigmático, pois não
sorria, não olhava para ninguém e não falava com ninguém. Curiosos, quatro
amigos tentaram fazer amizade e conhecer o rapaz. Vieram a descobrir que Ahmet
era um rapaz refugiado que fora separado da sua família. Ele teve que abandonar
o seu país para fugir à guerra. Uma vez
que nenhum adulto conseguiu ajudar Ahmet a reencontrar a sua família, este
quarteto de amigos resolveu criar um plano incrível que levará Ahmet numa
aventura fantástica. Qual será esta aventura? Será que o rapaz voltará a ver os
seus pais? Isso é o que eu deixo para vocês descobrirem.
Eu gostei bastante de ler este livro,
desde já porque a autora o dedicou às crianças refugiadas. É uma narrativa
cheia de lições de vida! Este livro ensina-nos que não devemos desprezar
ninguém por nada, como fez este quarteto de amigos. Foram os únicos da sala que
arranjaram coragem para falar com Ahmet e conhecer mais sobre ele. Outra coisa
que este livro me ensinou foi que muitas das vezes as crianças têm um coração
gigante, maior do que o dos adultos, já que foram as principais impulsionadoras
para fazer Ahmet feliz. Esta narrativa também fala de assuntos atuais, como as
guerras e os refugiados e salienta a importância de uma boa amizade e bondade,
mesmo que às vezes o mundo não faça sentido. O narrador usa alguns recursos
expressivos, principalmente a adjetivação, para descrever as personagens. “A Josie,
de olhos grandes e castanhos, tem um universo de sardas na pele. É alta e
desengonçada,....”. Esta frase comprova a adjetivação presente no livro e
também a metáfora, a descrever a Josie. Eu gostei muito da expressão “Bem vistas as
coisas, era muito melhor ter quatro novos amigos do que não ter amigo nenhum.
Sobretudo para um rapaz que parecia tão assustado e triste como aquele que
agora se sentava ao fundo da sala.” Esta frase comprova o real valor da amizade,
uma vez que eles queriam a tanto custo fazer amizade com o novo rapaz. Eu não
tive nenhuma personagem preferida porque acho que todas têm um papel
fundamental neste livro, nenhuma se destacando de nenhuma.
Espero que tenham ficado motivados para
ler este livro.
Texto e ilustração de Letícia
Silva, 8º C
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A cidade do medo
Pedro Garcia Rosado
“A cidade do medo”, uma obra escrita por Pedro
Garcia Rosado e publicada em 2010, é uma narrativa que aborda de forma
intrigante e envolvente, os aspetos mais sombrios da sociedade contemporânea.
Esta narrativa apresenta a cidade de Lisboa assolada
pelo medo, sendo as personagens aí confrontadas com situações de incerteza e de
perigo.
O livro conta a história de Joel, que procura vingar
a morte de um amigo de infância.
Depois do assassinato desse amigo, ele tenta vingar
a sua morte e, assim, começa a procurar pistas. Uma semana depois, aparece um
sem-abrigo morto, com dezoito facadas, mas ninguém mostra grande interesse,
incluindo Joel e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Entretanto, a situação altera-se, pois, no dia
seguinte, aparecem, na Baixa de Lisboa, mais dois mortos da mesma maneira e,
dois dias depois, são três os sem-abrigo atacados. O serial killer, que todos procuram, passa a deixar pistas que
apontam não só para um culto satânico, mas também para a maçonaria, e o medo
começa a instalar-se em Lisboa.
Mais tarde, Joel descobre a origem desta vaga de
crimes e chega ao culpado. Em breve, estarão frente a frente. Ambas estas
personagens procuram justiça e desafiam a antiquíssima norma que regula a sociedade
humana: “Não matarás”.
Uma das frases do livro que me marcou é a seguinte:
“Os sem-abrigo deixam sempre de existir como pessoas”. Esta frase sugere que,
muitas vezes, os sem-abrigo são desumanizados e tratados como invisíveis pela
sociedade. A frase destaca a falta de empatia em relação a estas pessoas, que
são frequentemente ignoradas e excluídas.
Uma das principais qualidades do livro é a
habilidade do autor em criar uma atmosfera de suspense ao longo da história.
Através de descrições detalhadas e de diálogos bem construídos, o leitor é
mergulhado nas angústias e temores de algumas personagens.
No geral, “A Cidade do Medo” é uma obra interessante, que consegue prender o leitor do início ao fim, ao explorar o tema do medo de forma envolvente.
Texto de Maria Clara Ferreira Nogueira, 10.º F
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“Noites no Sótão”
“Noites no Sótão”, escrito por Maria Teresa Maia
Gonzalez, conta a história de um homem que maltratava a sua família, mais propriamente
o seu filho e a sua mulher.
Certo
dia, o seu filho Dinis abriu um processo contra o pai porque, quando estava
alcoolizado, agredia os seus familiares. A mulher tinha medo do próprio marido,
então, no tribunal, negava que tinha sido vítima de agressões de um homem, o
seu marido. Dinis fugiu de casa por ter sido agredido violentamente pelo seu
pai e foi morar em casa do seu melhor amigo, Duarte.
Como
sempre, no sábado, Dinis foi a casa dos seus avós e, enquanto almoçavam, a sua
avó falou do julgamento do seu pai. Também lhe disse que uma menina estava
interessada nele, mas ele não se importou.
Na
segunda-feira, Dinis foi para a escola e enquanto estava numa aula foi chamado
porque tinha um telefonema urgente.
O
que terá acontecido? Leia o livro para descobrir a continuação.
A
minha personagem preferida é o Dinis, porque, apesar do que sofreu, foi forte e
nunca desistiu.
A frase de que mais gostei foi “Se o pai te bater tu telefonas-me”, porque mostra que a sua irmã se preocupava com ele.
Texto e ilustração de Mariana Batista, 8.º D
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Um Muro e uma Cerca
Para a minha partilha de leituras, trago o livro “Um Muro e
uma Cerca”, da autoria de Elisabete Martins de Oliveira. Este livro conta-nos a
história de um homem, já de certa idade, o Sr. Elias, uma pessoa muito fechada
e solitária que vivia no seu próprio mundo, guardando tudo para si. Nunca mais havia
sido o mesmo após a morte da sua mulher e o abandono dos seus filhos, que se
mudaram para outro país.
Até que um dia, uma família veio morar para a casa ao lado,
mas, como é óbvio, o Sr. Elias nem reparara nos novos moradores, até ao momento
em que um rapaz de 10 anos, neste caso, o filho da família vizinha do Sr.
Elias, Santiago, chegou para “animar” a vida do Sr. Elias. Contudo, Santiago
também não tinha uma vida perfeita, pois os seus pais eram muito ausentes e
quase nem se importavam com o seu filho. Assim, vivendo o Sr. Elias e o
Santiago tão sozinhos, criaram uma amizade inseparável. No entanto, algo vai
acontecer e isso poderá interferir na amizade deles… O que será? Para descobrirem,
terão de ler o livro.
Eu gostei muito deste livro, pois ele expressa muito bem os
sentimentos das personagens e descreve tudo com clareza e muita facilidade.
Também achei incrível o facto de o Sr. Elias e o Santiago se juntaram para
preencher o vazio que os dois tinham dentro de si e admirei muito a maturidade
de Santiago, tendo em conta a idade, bem visível nas escolhas que ele faz ao
longo do livro.
Uma das coisas que me levou a ler este livro foram as três
frases que se encontram na sua capa: “Uma criança abandonada. Um velho
solitário. Uma amizade improvável.” Não resisti a esta trilogia… Agora passo a
referir umas partes de que gostei: “E olho para cima, vejo-o: um miúdo de
cabelos castanhos, fartos, a acenar-me da varanda da casa do vizinho. Suspiro
outra vez, e abano a cabeça.” Gostei muito desta parte, porque foi a primeira
vez que o Sr. Elias viu o Santiago, sem sequer imaginar que ele se iria tornar
tão importante para ele. Outra parte impactante foi: “Mas será que aqueles pais
não veem nada à frente? O filho devia estar acima de todas as prioridades.” Esta
foi uma parte muito triste do livro, porque demonstra como os pais de Santiago
não se importavam com ele, sendo que ele estava muito doente e sozinho. Uma coisa
que achei muito interessante é que cada capítulo tem o nome de um dos
personagens, ou seja, se o capítulo se chamar Santiago, então ele é o narrador
desse capítulo.
Texto e ilustração de Francisca Figueiredo, 8ºD
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“Um dia”
“Um dia”, da autoria de Morris Gleitzman,
conta a história de uma criança que, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu
num orfanato, na Polónia. Félix, um jovem judeu, narrou a sua história através
do seu ponto de vista, enquanto tentava sobreviver e entender o mundo
devastador ao seu redor.
Félix
era muito novo e não compreendia o que estava a acontecer, mas acreditava que os
pais estavam em perigo e que um livro que eles lhe tinham deixado continha
pistas sobre como encontrá-los.
Assim
começou a sua jornada em busca da sua família. Ao longo do caminho, ele enfrentou
vários perigos e encontrou pessoas que o ajudaram e testemunharam as
atrocidades da guerra, tudo isso enquanto mantinha viva a esperança de
reencontrar os pais.
Será
que Félix conseguirá encontrar a sua família?
Durante
a leitura deste livro, apercebi-me que cada capítulo começa sempre com frase
“Um dia”, que é precisamente o título deste livro. Achei este aspeto muito
curioso. Para além disso, uma expressão que me chamou muito a atenção foi: “Toda
a gente merece ter alguma coisa boa na vida, pelo menos uma vez.”. Concordo
claramente com o autor e considero que uma das melhores coisas que podíamos ter
na vida era um Mundo sem guerras. Outra expressão de que gostei foi: “Olha para
isto. O rio agora ficou vermelho de repente. O que é um pouco estranho, porque
o pôr do sol continua a ser amarelo…”, porque demonstra que Félix adorava
contar histórias para alegrar os outros e esquecer-se dos maus momentos.
Esta
narrativa tem vários recursos expressivos, como por exemplo a enumeração e a
personificação aqui presentes: “Pássaros a chilrear nas árvores. Insetos a
zumbir ao sol. Campos de trigo a balouçar com a brisa.” O autor usa estes
recursos para dar vida e emoção às paisagens naturais, para transmitir a
sensação de harmonia e beleza da Natureza.
Gostei muito deste livro, pois mostra-nos como era o Holocausto, através dos olhos de uma criança. É uma leitura muito comovente, mas ao mesmo tempo cativante. Aconselho a sua leitura se quiserem compreender um pouco mais as vivências deste período horroroso.
Texto e ilustração de Sara Sonnemberg, 8ºD, Nº19
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Harry Potter e a Pedra Filosofal
Hoje, a minha partilha de leitura vai centrar-se no livro “Harry Potter e a
Pedra Filosofal”, da escritora J.K. Rowling, traduzido
por Isabel Fraga e da editora Editorial Presença.
Esta narrativa começa
na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts e conta-nos que, em tempos, houve
um feiticeiro das trevas, Voldemort, que era impiedoso e dizimou muitas vidas,
incluindo a dos pais de Harry. Mas, no momento em que tentou assassinar o pequeno
Harry, perdeu as suas forças.
No seu décimo primeiro
aniversário, Harry recebeu uma visita do guarda de Hogwarts, que lhe contou
tudo sobre o seu passado e as suas origens.
O que virá pela frente?
Este livro encerra uma
história e um contexto que nos faz flutuar nos acontecimentos e nas emoções. A
narrativa tem alguns recursos expressivos como por exemplo a adjetivação e a
comparação, que nos ajudam a visualizar os ambientes, presentes na seguinte
frase: “... eram vazios e gelados, lembrando a escuridão dos
túneis." (p.116)
Foram várias as passagens que mereceram o meu especial apreço, mas vou
citar apenas algumas: “…, do poder delicado dos líquidos que se espalham
vagarosamente pelas veias humanas, enfeitiçando o espírito, iludindo os
sentidos … posso ensinar-vos como agarrar a fama, preparar a glória e deter a
morte …” (p.116-117) - gostei muito desta passagem pois remete para
uma ambiente de magia que eu aprecio; “Contudo este espelho não nos dá nem
conhecimento nem a verdade.” (p.179)
- esta frase sublinha que a verdade e o conhecimento são muito importantes,
pois nunca perdemos o conhecimento e sermos verdadeiros é essencial na jornada
de vida; “Não se resolve nada a divagar em sonhos quando nos esquecemos de
viver.” (p.179) - esta frase comprova que, nos sonhos, podemos
“voar” e até ser a pessoa mais alta do mundo, mas se não vivermos na realidade,
nada disso é especial e importante.
E, para finalizar, vou partilhar convosco uma passagem que achei maravilhosa: “A tua mãe morreu para te salvar. Se há alguma coisa que o Voldemort não consegue entender é o amor. Ele não compreendeu que um amor tão poderoso como o que a tua mãe tinha por ti deixa a sua própria marca. Não uma cicatriz, não um sinal visível. Ter sido amado com uma tal profundidade, mesmo que a pessoa que nos amou tenha partido, dar-nos-á proteção durante a vida inteira.” (p.246) - gostei imenso desta frase, por expressar que o amor de mãe, além de ser incondicional, é eterno, mas o amor de mãe não tem de ser relacionado com mãe de sangue, mas também mãe de coração.
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A Maldição dos Templários
“A
Maldição dos Templários”, de Evelyn Lord, com tradução de Neuza Faustino,
fascinou-me.
Esta
obra fala-nos da ascensão dos Templários, a mais poderosa ordem da Idade Média,
e da sua queda na Europa e no Médio Oriente. O livro mostra-nos, também, a
identidade do homem que a destruiu, o rei D. Felipe IV de França. Este rei acusou
os Templários de heresia e blasfémia e de cuspirem na cruz, entre outras
coisas, o que, na altura, eram acusações gravíssimas. Estas acusações destruíram
a moral desta ordem e fizeram com que o povo deixasse de apoiar a causa
Templária.
Este
livro oferece-nos uma leitura que, por vezes, pode ser arrepiante, outras,
fascinante. Apesar de tudo isto, considero-o apropriado à nossa idade. O
vocabulário é riquíssimo, a linguagem está cheia de recursos expressivos e, por vezes, surgem alguns termos
medievais.
Agora,
passo a transcrever uma passagem da qual gostei muito:
Libertai-me ao menos as mãos,
Para que possa orar a Deus,
Percebo que é tempo e estação da minha morte, vejo o meu julgamento aqui,
Porém a morte agrada-me.
Deus sabe quem está errado e quem pecou.
Ele em breve os juntará, aqueles que erradamente nos condenam.
Deus vingará a nossa morte!
Senhores, saibam que por toda a Terra,
Todos os que estão contra nós,
Por nós sofrerão.
É esta a minha fé.
Neste momento imploro-vos, que possa ver a Virgem Maria,
Voltar para ela a minha face, que possa vê-la ao morrer.”
Isto
disse Jacques de Molay, amaldiçoando o Papa e o rei D. Felipe IV de França,
enquanto era queimado vivo.
Um
mês depois desta afirmação, o Papa Clemente V, que ajudou a condenar os
Cavaleiros Templários, morre.
Alguns
meses depois, o rei Felipe IV teve o mesmo destino. Seguiram-se a fome, pestes,
revoltas e guerras.
Eu
gostei desta passagem, porque mesmo sendo culpado injustamente de heresia e de outras
acusações, Jacques mantém a sua lealdade e fé para com Cristo, demonstrando ao
povo e ao tribunal a sua verdadeira face.
Texto e ilustração de Francisco Fernandes, 8.º D
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“As mais belas coisas do
mundo”
O último livro que li e que decidi
partilhar convosco chama-se “As mais belas coisas do mundo” de Valter Hugo Mãe,
um escritor contemporâneo português. O texto é curto e não tem propriamente um
enredo, mas é emocionante, muito poético e de grande reflexão, sempre
sustentado nas memórias de Valter Hugo Mãe.
Este livro tem ilustrações de Nino Cais, que mostram detalhes de
plantas, insetos e obras de arte, remetendo o leitor para as suas próprias
memórias. Relata episódios da infância do autor, tendo sido escrito com grande
referência aos seus avós, aos momentos vividos com eles e de quem tem as
melhores memórias.
O avô de Valter Hugo Mãe adorava explicar o sentido da vida, bem como
as qualidades que todas as pessoas deveriam ter. Para ele, o respeito, a
amizade, a generosidade, a honestidade, a educação, a simpatia, a empatia eram
as mais belas coisas do mundo. Mais tarde o Autor acabou por perceber que o avô
incorporava todos esses valores por ele transmitidos.
Um acontecimento comovente foi quando a avó de Valter Hugo faleceu e o
avô fê-lo perceber que ela precisava de morrer, mas ainda assim continuaria com
eles.
Apesar da escolha ter sido muito difícil, vou referir uma expressão de
que gostei muito: “Quem não acredita não está preparado para ser melhor do que
já é”. Gostei muito desta expressão poque motiva a acreditar que será sempre
possível superarmo-nos.
Outra reflexão que posso ainda partilhar é a seguinte: “O meu avô
sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o
importante era seguir procurando. Estar vivo é procurar, explicava.” Entendo
isto como se devêssemos encarar a vida como uma missão, fazendo-me lembrar um
provérbio bem português: “Enquanto há vida, há esperança.”
Neste livro não consigo indicar nenhum acontecimento que vos crie
suspense, mas julgo que posso incutir alguma curiosidade nas reflexões que
promove. Para vos convencer a ler este livro, posso concluir que é um livro bem
ilustrado, com pouco texto, escrito com um olhar adulto, mas carregado de
memórias de criança e que faz sentir saudade....
Outro aspeto importante que retiro do livro é a descoberta do autor: o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço.
Texto e ilustração de Diogo Gonçalves, 8.ºD
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A Viagem do Elefante, de José Saramago
A
Viagem do Elefante, de José
Saramago, é uma obra que, fundamentada com a imaginação do autor vencedor do
Nobel da Literatura, nous retrata a
história verídica de Salomão, um elefante de origem indiana que se encontrava
em Lisboa e foi utilizado pelo rei D. João III como oferta ao seu primo, o arquiduque
Maximiliano de Áustria. A história relata a viagem deste animal exótico,
acompanhado pelo seu cornaca, Subhro, que desde Lisboa até à capital austríaca enfrentam
enormes obstáculos em que terão de se adaptar também em relação às comodidades
do elefante.
Apesar de ser
um livro muito interessante, houve alguns tópicos que gostei mais, por exemplo,
as cenas em que o elefante, ao longo da sua viagem, surpreendia o povo por onde
quer que passasse, desde uma pequena zona rural no interior de Portugal, até
uma das maiores cidades de Itália, Génova. Também senti muita paixão com a
conexão que Subhro tinha com Salomão ao longo da jornada, como se nenhum deles
conseguisse sobreviver sem o outro.
Esta obra é,
de todos os livros, contos, poemas e jornais que eu li, a que tem uma grande
diversidade no vocabulário, surgindo tantas palavras que eu, antes de ler o
livro, nem se sequer as vi. Além disso, eu recomendo a leitura desta história,
pois é uma daquelas em que entramos na jornada, sentimos o que algumas
personagens sentem, e que pode tornar a nossa leitura mais interessante.
Durante o Séc.
XVI, em plena Era dos Descobrimentos, Salomão, um elefante que terá vindo do
seu país natal até Belém, há mais de dois anos, é utilizado pelo seu dono, “O
Piedoso” (D. João III), como oferta ao seu primo, o arquiduque Maximiliano de Áustria,
de modo a obter relações políticas entre Lisboa e Viena.
Assim, a
viagem começa em Lisboa, onde é preparada a equipa para acompanhar Salomão, o
seu cornaca, Subhro, e uma comitiva ao serviço do rei e disposta a satisfazer
as necessidades de Salomão. A viagem decorre desde a capital portuguesa até à
pequena vila de Figueira de Castelo Rodrigo, e na obra refere-se que Salomão
encontrou algumas dificuldades em relação ao estado de tempo e à admiração do
povo português.
Entra nesta
magnífica viagem e descobre aventuras magníficas!
Texto e ilustração de Diogo Santos, nº5, 9ºG
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“Relato de um náufrago”
Hoje trago até aquí um livro de um compatriota meu:
“Relato de um náufrago”, da autoría de Gabriel García Márquez, colombiano, como
eu.
Esta narrativa centra-se num homem, chamado Luís
Velasco, que faz parte da Marinha Colombiana. Numa expedição, o seu navio
naufragou e ele, milagrosamente, conseguiu
sair dos destroços e alcançar um pedaço de madeira quadrado, uma balsa.
Sobreviveu?
O que aconteceu com os seus companheiros do navio?
Descubram as respostas, lendo este livro magnífico.
Gostei deste livro pela emoção que desperta e pela profundidade
da escrita da história.
Gostei especialmente de
um capítulo intitulado: “Tive um camarada na balsa”, por não ter a certeza se
eram meras alucinações do náufrago ou a realidade chamando-o a terra. Tambem
gostei da frase: “Depois da tempestade o mar torna-se cor azul, como nas pinturas.”,
porque sugere as pinturas famosas e bonitas que representam o mar sereno e
leva-nos a transpor para situações da nossa vida real, insinuadas no provérbio
“Depois da tempestade vem a bonança”.
E para finalizar, deixo-vos uma passagem metafórica: “Mas como a salvação veio envolta numa auréola, premiada com o título de herói como um bombom
com surpresa, não
tive outro recurso senão suportar a salvação, como havia chegado, com heroísmo
e tudo.” Este extrato deixa transparecer algo enigmático, sugere algo escondido
dentro de um bombom, que pode ser bom ou mau, mas que só desvendaremos depois
de abrir, ou seja, depois de chegarmos à realidade dos factos.
Leiam este livro fabuloso de um escritor distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.
Texto e ilustração de Esther Martínez, 8ºD
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“A Lua de Joana”
Hoje venho falar de
uma narrativa que tem como título “A Lua de Joana”, da autoria de Maria Teresa
Maia Gonzalez e ilustrações de Cristina Malaquias.
Esta narrativa conta-nos a história emocionante de vida de
uma rapariga, Joana, que perdeu a sua amiga Marta, devido ao
consumo de drogas. Como escape para superar a morte da amiga, Joana escreve-lhe
cartas, diariamente, a contar-lhe como foi o seu dia a dia. Quando escreve
essas cartas, Joana sente-se mais próxima de Marta, mesmo não entendendo o que levou
a amiga a consumir drogas. Certo dia, Joana conhece uma amiga de Marta, a Rita,
que terá sido responsável pela morte da amiga, uma vez que fora ela que a
levara a consumir as drogas. Mais tarde, Diogo, irmão de Marta, também foi
vítima das drogas. Então, Joana começou a vender as suas coisas para conseguir
dinheiro e ajudar Diogo, acabando, também ela, por se envolver com as drogas.
Será que Joana irá
conseguir sair deste vício maligno?
Passo agora a referir duas passagens de
que gostei muito: “Como hoje é o dia de todos os Santos, vou fazer uma boa
ação: pegar no livro de matemática... Espero que represente um dia a menos no purgatório.”
Este extrato mostra-nos que, para Joana, o estudo era um dever e achava que, ao
fazê-lo, estava a redimir-se das coisas erradas que tinha feito. “O meu quarto
também é um deserto branco, no meio de uma casa que faz eco de tão vazia.” Esta
frase dá-nos a entender que Joana estava a sentir-se perdida e sozinha, mesmo dentro
da sua casa.
Esta narrativa é enriquecida com vários recursos expressivos,
que tornam o texto mais vivo e aliciante. Apresento, como exemplo, a
comparação: “O João Pedro está com ares de grande empresário de Hollywood.”,
que nos permite visualizar com mais nitidez a postura da personagem.
Gostei muito deste livro, porque nos mostra um dos caminhos que
não devemos seguir, bem como nunca experimentar. Ensina-nos a escolher melhor
com que pessoas devemos lidar no nosso dia a dia e a nunca fazermos o mesmo que
outra pessoa faz, mesmo sendo nossa amiga.
Gostei, ainda, dos poemas que a Joana escreveu ao pai, porque criticavam o comportamento dele e eram, também, pedidos de ajuda que o pai não soube interpretar.
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Vendidas!
Hoje venho falar do livro “Vendidas!”, da
autoria de Zana Muhsen.
Nesta narrativa, a autora, Zana, conta e
descreve a sua experiência e a da sua irmã, Nadia, com 15 e 14 anos,
respetivamente, depois de terem sido ludibriadas pelo pai, dizendo-lhes que
iriam visitar o resto da família no Iémen, mas nada correspondia à verdade.
Quando chegaram, ambas ficaram chocadas e devastadas com a notícia, mas o seu
pai estava determinado a seguir adiante. Vendeu as filhas para dois homens no Iémen,
por uma determinada quantia de dinheiro, e elas foram forçadas a casar-se com
esses estranhos. O marido de Zana era um homem violento e abusivo que a tratava
horrivelmente, enquanto o marido de Nadia era mais gentil, mas não era alguém
que ela escolhesse para se casar.
Eu gostei bastante deste livro: da
linguagem, da forma como a autora descreve detalhadamente o pesadelo em que
viveu durantes anos e das imagens reais presentes no livro.
Não posso deixar de citar duas expressões
que me impressionaram muito: “De repente, tornei-me a propriedade de um homem
que eu nunca tinha visto antes.” - transmitiu-me o desespero da autora,
horrorizou-me perante a ideia de uma pessoa se tornar propriedade de alguém e
fez-me ver a rapidez com que a vida dela mudou completamente de uma hora para a
outra; “Eu não podia acreditar que minha mãe havia concordado em me vender.” Esta
expressão representa o choque da autora ao saber que a sua própria mãe tinha
concordado com a ideia de vender a própria filha a estranhos e eu também fiquei
chocada.
Uma conclusão que tirei deste livro é que
esta narrativa é um relato poderoso e emocionante que retrata os horrores do
casamento arranjado e a resiliência do espírito humano. Além disso, lança luz
sobre um hábito que, infelizmente, é muito comum no mundo e desperta a
importância e a urgência de lutar pelos direitos e pela liberdade das mulheres.
Texto e ilustração de Inês Mariana Rodrigues Lourenço, nº 12, 8ºD
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“A mulher que prendeu
a chuva”
Hoje venho partilhar convosco as minhas
opiniões sobre o livro “A mulher que prendeu a chuva”, da autoria de Teolinda Gersão.
Quem me cativou para ler este livro foi a
minha irmã, pois ela já o tinha lido e indicou-mo, porque o apreciou bastante.
Este livro é do tipo narrativo, é
composto por catorze contos e, apesar de serem todos fabulosos, nesta
apresentação vou falar, essencialmente, sobre o meu favorito, intitulado “As
tardes de um viúvo aposentado.” Este conto fala sobre os hábitos e a rotina do personagem
após o falecimento da sua mulher, como, por exemplo, visitas ao cemitério,
viagens que fez para fugir da realidade ou até mesmo novas amizades, o que,
quando a sua mulher estava viva, ele não gostava de fazer.
Este personagem mudou muito e não só nas
rotinas, mudou também a sua maneira de ser. Quem o conhecia pensou que não era
o mesmo homem que estava constantemente a implicar com a mulher e sempre
preocupado em contradizê-la, eram muitos os que a elogiavam pela sua paciência.
Gostei muito deste conto, pois, apesar
do personagem não ter sido um bom homem quando a mulher precisava, soube
admitir os seus erros e conseguiu mudar, uma coisa que muitas pessoas não
conseguem fazer, então, por isso, agradou-me ver a sua transformação para
melhor ao longo do livro.
Também
gostei bastante do primeiro conto – “Cavalos noturnos”, do qual passo a
transcrever este extrato: “Corria para a frente, na noite, no dorso de um
cavalo enlouquecido, que me arrastava, para nenhum lugar. Não havia pontos de
referência na paisagem, cavalgávamos à desfilada, depressa, cada vez mais
depressa, e no entanto sem avançar no espaço. Não sabia onde estava e
recordava-me só vagamente do meu nome. Mas não esquecera o teu. Nem o facto de
que estavas morto.” Esta passagem retrata os pesadelos vividos por uma mulher
face a uma doença incurável do marido e, posteriormente, à sua morte. Neste
conto, está presente o vazio, a dor, a angústia de lidar com a perda da vida de
pessoas que amamos e a terrível dificuldade de adaptação a esta situação. Como
reação, a fuga da realidade, a desorientação, a incessante procura do
desaparecido.
A linguagem deste livro é muito rica e
contém bastantes recursos expressivos.
Gostaria também de dizer a lição que
este livro me deu: que devemos sempre valorizar as pessoas que amamos e
ajudá-las em todos os momentos, porque depois pode ser tarde demais.
Texto e ilustração de Margarida Sabença, 8.ºD
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Mar me quer,
de Mia Couto
A
obra "Mar me quer", escrita por Mia Couto, é um livro com oito
capítulos, onde a personagem principal, Zeca Prepétuo, um pescador negro
reformado, conta a sua história de amor com a sua vizinha Dona Luarmina, uma
gorda mulata que Zeca conheceu após ir morar na casa herdada dos seus pais,
que já tinham falecido.
Esta
é uma história bela e agradável, no entanto, consideramos que não é de
compreensão fácil, uma vez que o autor, de origem moçambicana, utiliza várias
termos que não são usuais no português de Portugal. Achamos interessante que
cada capítulo seja introduzido por um dito do avô Celestiano, fazendo com que
ele esteja “presente” ao longo de toda a história. Relativamente às
personagens, achamos engraçada a forma como Zeca, um homem já de certa idade,
doente, tenta constantemente, ao longo da história, mostrar o seu amor e
conquistar Dona Luarmina, uma velha gorda e feia, aproveitando todas as
oportunidades para a seduzir e procurar que ela caia na sua conversa.
Esta
história mostra-nos, por isso, que o amor não tem idade, nem quer saber de
padrões de beleza exterior. A parte da história de que nós mais gostamos foi
quando a Luarmina revelou a Zeca que era a mulher com quem o seu pai passeava
no barco. O que nos agradou menos na história foi o facto de ter um final
triste.
Recomendamos a leitura desta obra, principalmente para pessoas que preferem livros de romance, porque é um livro pequeno, de leitura rápida e com uma história cativante. É também indicado para pessoas que gostam de frases bonitas, pois ao longo da história aparecem várias frases que nos ficam na memória. Com esta história viajamos facilmente por outros lugares e por outras existências, outras formas de ser.
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Bichos, de Miguel Torga
Mago
“Mago” é um
conto que faz parte da célebre obra “Bichos” de Miguel Torga. No conto em
apreço, Mago, um gato que vadiava e namorava desenfreadamente pelas ruas, um
dia, depois da mãe ter morrido e da namorada ter desaparecido, desamparado e
esfomeado, foi ter ao quintal da D. Sância, uma senhora muito afetuosa que o
levou logo para sua casa e o tratou como se fosse uma criança, com muito
carinho e cuidados. De tal modo que, à custa de tantos mimos, o gato foi-se
tornando sedentário, molengão, sem vontade para fazer qualquer atividade
relacionada com os hábitos felinos. Contudo, de vez em quando, era assaltado
pelas saudades da sua vida passada, pela vergonha de se ter deixado seduzir
pelo conforto, pela comodidade e ter fraquejado, abandonando a vida digna de um
verdadeiro gato. E um dia, levado pelo forte desejo de voltar aos velhos
tempos, fugiu de casa e regressou à rua. No entanto, o colo da D. Sância, todas
as mordomias com que era tratado, tinham-lhe tirado as reações, a destreza, as
defesas de um verdadeiro gato e o contacto com os seus antigos companheiros não
correu nada bem.
O que terá
realmente acontecido? Será que Mago ficará definitivamente na rua ou regressará
aos carinhos da dona? Será que ele vai optar pela comodidade ou pela liberdade?
Às vezes,
temos que tomar decisões difíceis…
Este conto,
tal como todos os outros que fazem parte do livro “Bichos”, retrata
comportamentos das pessoas, através das atitudes dos animais. Esta narrativa,
específicamente, faz-nos refletir sobre a necessidade de tomarmos opções na
vida, por vezes nada fáceis, mas necessárias, de não nos deixarmos levar pelo
mais fácil, pelo mais cómodo, pelo menos trabalhoso. Temos de ter vontade
própria, coragem e força para lutarmos por aquilo que pretendemos e que
consideramos digno para nós.
A linguagem
é rica e interessante, cheia de recursos expressivos que tornam a narrativa
ainda mais bela e real. Vou partilhar convosco
algumas expressões que são exemplo disso. “Mago respirou fundo. Abriu o nariz e
encheu o peito de ar ou de luar, não podia saber ao certo, porque a noite era
clara como o dia e parada como uma montanha.” Esta passagem, com o uso da
metáfora e de comparações, permite-nos visualizar perfeitamente aquela noite
serena e cheia de luar. “A lua, cada vez mais branca lá no alto, olhava-o com
desdém. A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim.” A personificação e
a comparação usadas nestas frases preparam o leitor para algo terrível que está
prestes a acontecer.
Adorei a maneira como Miguel Torga expressou os seus sentimentos nas ações dos animais e utilizou alguns comportamentos como críticas aos humanos. Recomendo a leitura deste livro, pois faz-nos refletir sobre a vida e os nossos comportamentos.
Texto e e ilustração de Francisca dos Santos Oliveira, n°5, 8°C
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O longo caminho para a igualdade, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Este é um livro
que fala sobre os problemas da igualdade de género nas profissões e dos sonhos
que queremos seguir, pois, devemos seguir os
nossos sonhos independentemente dos estereótipos da sociedade.
Este livro chamou-nos à atenção,
porque nos fala de quatro amigos, dois rapazes e duas raparigas e uma delas
queria ir para a Força Aérea. Porém, o
Luís não concordava com a ideia da sua amiga Luísa seguir esse sonho,
pois achava que a Força Aérea era para homens. Este foi o tema da discórdia entre eles.
Luísa contou ao Duarte e à Maria, os
outros dois amigos, o que tinha acontecido, discordando, estes, completamente,
da opinião do Luís, porque não era admissível. Esta desigualdade e esta
diferença já não podiam existir no século XXI. Ora, este assunto foi levado até
à casa de cada um.
Os pais de Duarte também consideravam
que a Força Aérea era para homens, o mesmo não pensava o Duarte, pois
discordava totalmente dos pais e ficou chocado com a opinião deles.
O Luís vivia com a mãe, que se tinha
separado recentemente do pai, pois este sempre usou a mãe como escrava dele. Ela
não trabalhava e sempre teve que fazer o que ele mandava, mas quando se divorciou começou a trabalhar. Quando
o Luís falou com a mãe sobre o caso da Luísa, a mãe concordou que a sua amiga
tinha o direito de seguir os seus sonhos.
Na casa da Maria as mentes eram muito abertas e
debateram o assunto e chegaram à conclusão que a Luísa tinha o direito de ir
para onde ela queria, sem ligar à opinião dos outros. E, na casa da própria
Luísa, havia a concordância dos pais, pois também eram muito modernos e tinham
outra maneira de ver a vida, já o seu irmão considerava que ela não teria
capacidade para realizar as provas físicas, pois era do «sexo mais fraco».
No entanto, Luísa tinha a certeza que
iria conseguir realizar todas as provas e passar, pois não existe “sexo mais
fraco”, existem pessoas, pessoas que se esforçam, independentemente do
género.
Na verdade, a Luísa tem razão, não existe um género inferior, existem
pessoas que se esforçam para realizar os seus sonhos, independentemente do
género. Todos somos capazes de realizar qualquer coisa, com esforço e dedicação
e não nos podemos deixar
levar pelo que as pessoas dizem, pelo que as pessoas chamam de «normal»,
pois, todas as profissões são para os dois géneros, a igualdade de género é
muito importante e temos que todos em conjunto lutar por ela.
Na nossa opinião, ler este livro foi muito importante
para relembrarmos que esta desigualdade está muito presente nos dias de hoje e
isto tem que acabar, porque todos somos capazes e todos somos iguais,
independentemente do género, tudo depende da nossa capacidade psicológica.
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Miura
“Miura” é um dos catorze contos que faz
parte do admirável livro “Bichos”, de Miguel Torga, em que as personagens
principais são animais aos quais o autor atribuiu dimensões humanas e que nos
levam a inevitáveis reflexões sobre o nosso comportamento.
Este conto fala de um touro, Miura, que
estava preso, encurralado, num cubículo, à espera da sua vez para participar
numa tourada. Ele sentia raiva e empurrava as paredes com desespero para sair
daquele sítio, mas sem sucesso.
De repente, as palmas e a música que se
ouviam lá fora pararam. Miura achava que estava na hora de ir para a arena, mas
foi a porta do lado que se abriu. O touro tentava recordar-se da planície, do
sol quente, das saudades de ser livre, mas sem sucesso, pois apenas ouvia os
passos derrotados de um touro.
Novamente, a multidão calou-se, mas desta
vez foi o Bronco, um grande amigo do Miura, que foi para a tourada, contudo
também não fazia bem o seu papel, já que apenas se ouviam assobios e apupos da
multidão.
Subitamente, sentiu uma ferroada fina, mas
funda, a cravar-lhe a perna. Miura deu um salto de dor e, de repente, ao olhar
à sua volta, viu uma grande multidão numa arena. Tinha chegado a sua vez de
participar na tourada.
O que será que vai acontecer na tourada
com Miúra? Este touro vai sobreviver?
Este
conto é muito pesado, deixando-nos inquietos, amargurados, já que Miguel Torga
faz uma crítica à sociedade exprimindo os pensamentos e os sentimentos de um
touro numa tourada: a raiva, a angústia, a incompreensão, a saudade, a
impotência, a submissão ao mais forte... Esta história fez-me pensar nas touradas
como nunca antes tinha pensado, algo tão normal nos dias de hoje, tão incluído
no nosso dia-a-dia, mas que sempre será horrível para os animais.
Em vez de o homem estar a progredir e a
deixar de se divertir com o sofrimento dos outros, já que na época da Grécia Antiga,
o homem se divertia através das lutas entre gladiadores, faz exatamente a mesma
coisa, mas com os animais.
É certo que as touradas dão emprego a
muitas pessoas e, sem elas, o touro bravo seria extinto, mas não podemos deixar
que os animais sofram mais. Com que direito o homem inflige aos animais este
sofrimento atroz por simples diversão? Há oito países em que as touradas são
legais, incluindo Portugal, no entanto há cada vez mais pessoas e organizações
a tentar proibir esta prática no mundo. Todavia, para que isso seja possível, todos
temos de contribuir para esta causa.
Eu recomendo a todos a leitura deste livro,
porque, mesmo sendo de difícil compreensão, contém uma mensagem muito polémica,
mas atual, sobre uma causa extremamente importante e, através deste livro, conseguimos
sensibilizar o mundo sobre este assunto tão esquecida
pela sociedade.
Texto e ilustração de Maria Leonor Lopes, nº 16, 8º D
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A obra “Eu falo como um rio”, de Jordan Scott, lê-se
como um poema, com ilustrações muito bonitas. Ler este livro revela-se
importante para quem se sente diferente, solitário ou incapaz de se integrar no
meio escolar. É um livro excelente para trabalhar este tema. Um livro para
todas as idades, muito interessante, que transmite a indiferença entre as
dificuldades de um menino e os colegas da escola.
Esta é uma história comovente de
como um pai consegue, com poucas palavras e silêncios acertados, ajudar o seu
filho a lidar com a sua gaguez e a agressividade que tem de enfrentar na
escola, só porque fala de forma diferente dos outros meninos.
O rapaz que enfrenta dificuldades
de comunicação, de expressão, por não conseguir dizer todos os sons das
palavras, na escola tenta passar despercebido, para não ter de falar nem
responder ao professor.
As suas manhãs são sempre
difíceis, prepara-se para o dia sem uma palavra. Todos os colegas o ouvem e
veem diferente e ele não consegue disfarçar.
O pai vai buscá-lo à escola e
diz-lhe que vai levá-lo para um sítio tranquilo e sossegado, levando-o até ao
rio, mas o menino não consegue esquecer todos aqueles olhos e lábios a rir e a
troçar dele…
«Quando as palavras que me cercam são difíceis
de dizer, penso no rio indomável.»
Texto e ilustração de Gonçalo Teixeira, 9ºG
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"Sami, o rapaz que sobreviveu a Auschwitz"
Hoje venho falar do livro "Sami, o rapaz que sobreviveu a Auschwitz", escrito por: Walter Veltroni, com ilustrações de Giovanni Scarduelli e editado pela “Bertrand Editora.
O livro conta a história de um menino judeu que foi levado para um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi separado de sua família e teve de aprender a sobreviver num ambiente hostil e brutal. Mesmo diante das condições mais adversas, ele nunca perdeu a esperança de um dia ser livre novamente.
O livro é uma narrativa emocionante e uma
lição de vida inspiradora que nos leva a refletir sobre a natureza humana e a
coragem necessária para superar as dificuldades. A história deste menino é um
testemunho poderoso da resiliência e da capacidade de sobrevivência do ser
humano.
Ao longo do livro, são-nos apresentados
personagens que o rapaz conheceu no campo, cada um com sua própria história e
luta pela sobrevivência. O autor leva-nos a uma jornada emocionante e mostra como
o rapaz e os seus companheiros de prisão lutaram contra todas as probabilidades
para manter a sua humanidade e dignidade.
O que mais me
tocou nesta obra é que se trata de uma história verídica vivida pelo judeu
Samuel Modiano, que muitos anos mais tarde ganhou coragem para relatar tudo o
que passou no campo de concentração. E nas suas palavras «Sou o único
sobrevivente da minha família, e durante anos interrogava-me: PORQUÊ? Só quando
decidi começar a contar o que vivi é que compreendi. Sobrevivi para contar o
que vi.»
Agora vou vos
transcrever um excerto do livro do qual gostei muito: "O homem livre é
aquele que sabe escutar o outro e que, com humildade, se dispõe a acolher as
suas opiniões, ainda que sejam diferentes das suas. ... Nós, judeus, vivemos
esta violência na pele, ao longo da História. Mas eu, até há pouco tempo, não
sabia. Deixei há pouco tempo de ser um menino, agora sou um rapaz. Para mim,
ser judeu significa sentir-se parte de uma comunidade, dizer as mesmas orações,
amar o mesmo deus."
Samuel tinha
apenas 14 anos quando chegou a Auschwitz, pouco mais do que a nossa idade, pelo
que enquanto lia não pude deixar de refletir... e se fosse eu, e se fossemos
nós?!...
O livro é uma
leitura obrigatória para todos aqueles que desejam aprender mais sobre a
história do Holocausto e sobre a força de espírito que é necessária para
enfrentar situações extremas.
Recomendo a leitura deste livro a pessoas que gostam de livros que desafiam as suas emoções e as fazem refletir sobre a vida, mas também porque é importante que mantenhamos presente o que aconteceu durante o Holocausto, honrando a memória de todas as vítimas e procurando que tal horror nunca se repita.
Texto e ilustração de Diogo Morgado, Nº5 8ºD
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“Os pescadores de nuvens”, de Ana Lázaro
Esta é
uma obra muito interessante e acima de tudo tem uma
história muito original, pois fala-nos sobre a
relação extraordinária e muito próxima entre um avô e o seu neto.
A
história fala-nos de um menino pequenino chamado Rodolfo, que tinha um avô que
vivia isolado no topo de uma montanha e que também se chamava Rodolfo.
O avô
era muito amoroso, divertido e brincalhão. Todos os domingos o neto ia ter com
o avô ao topo da montanha, o neto passava por umas casas brancas com riscas
azuis que pertenciam a umas velhinhas que passavam o dia sentadas à janela.
Estas velhinhas e as pessoas da aldeia chamavam o neto de pequeno Rodolfo e ao
avô chamavam de Rodolfo Careca ou Rodolfo Graxas.
Rodolfo Careca tinha uma casa mágica que
estava sempre a mudar de cor, pela manhã. A casa era de um amarelo luminoso,
mas durante o dia ganhava um tom mais alaranjado e no final do dia ficava com
um tom mais dourado. O jardim também era muito bonito e tinha muitos animais,
desde grilos a cães.
Todos os domingos o neto ia ter com o
avô, que estava sempre à sua espera no portão verde, para irem soltar papagaios
de papel no ar, que o avô fazia, lindos, grandes e alegres papagaios de papel.
O Rodolfo subia para as costas do avô e
este atava ao seu dedo o fio do papagaio de papel feito pelas suas mãos. Com
aquele papagaio eles pescavam pedaços de nuvens. Ambos lançavam o papagaio no
ar e este começava a subir em direção ao céu e era preciso saber dirigir o
cordel do papagaio para que este chegasse às nuvens. Quando sentia um esticão,
o avô ajudava o neto a descer dos seus ombros e esperavam que o papagaio
mergulhasse no céu e agarrasse pedacinhos de nuvens. Era muito importante saber
manobrar o papagaio, porque no inverno o papagaio podia partir com o gelo e no
verão podia queimar com o sol.
As nuvens que eles pescavam eram
colocadas em pequenos frascos de vidro. As nuvens eram todas diferentes umas
das outras, umas eram feitas de chuvas, outras de nevoeiro, outras cheiravam a
flores selvagens, outras a comidas caseiras, outras vinham de muito longe, da
Nova Zelândia, das Caraíbas ou até do Tibete. Estes frasquinhos eram guardados
num armário na casa especial do avô.
A casa do avô é muito diferente das
outras casas, pois na sala o chão não tinha tapetes, mas relva, não havia
móveis, as paredes tinham grandes janelas sem cortinas, havia um banco no meio
da sala e do teto caía um baloiço e dezenas de papagaios de papel. O
compartimento favorito do pequeno Rodolfo era a Biblioteca de Nuvens, onde
tinham os frasquinhos de vidro.
Um domingo, Rodolfo pequeno chegou casa
do avô e este não estava à sua espera no portão e, quando entrou em casa, viu
que o avô estava muito doente, por isso o avô disse que teria de ir sozinho
pescar nuvens. O pequeno Rodolfo ficou preocupado e com medo de ir sozinho, mas
o avô disse que ele já era um rapaz crescido. Encheu-se de coragem, despediu-se
do avô e pôs-se a caminho. Não foi uma tarefa fácil, pois o papagaio estava
sempre cair, mas de repente…
Se
queres descobrir o que aconteceu, aconselho-te a ler esta história fantástica.
Texto e ilustração de João Pereira, 9ºG
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A Ilha do Tesouro
“A
Ilha do Tesouro” é uma narrativa de aventuras de Robert Louis Stevenson,
com uma adaptação para língua portuguesa realizada por António Pescada,
ilustrações de Daniele Fabbri e editada pela Porto Editora.
O
livro é um clássico da literatura de aventuras, publicado originalmente em
1883. A obra é composta por quatro capítulos e fala de uma
faroleira que, numa noite de dezembro, encontrou um livro na praia, já muito desgastado
devido à ação da água. Tão deteriorado que só ficaram visíveis as ilustrações e
as letras douradas do título.
A faroleira foi para casa disposta a desvendar o
significado das ilustrações, quando, de repente, ao erguer a cabeça, viu o
fantasma de um pirata que lhe contou a história do primeiro capítulo, do qual
ele era a personagem principal. E é assim que se desenrola a história. As aventuras
narradas ao longo dos quatro capítulos ganham vida e são os espíritos das
personagens que vão contando, um por um, as suas aventuras.
O meu capítulo preferido foi o primeiro,
intitulado “Billy Bones”, onde é contada a história do mesmo pirata e
das suas aventuras com o seu companheiro denominado Jim.
Este livro é rico em recursos expressivos, sendo
um deles a enumeração, como é visível no exemplo: “Um casaco de peles, um mapa,
uma bussola, um monóculo e um relógio”.
Uma das principais críticas que se pode
fazer acerca do livro é a sua previsibilidade narrativa. A história segue uma
estrutura bastante convencional de aventura, com poucas reviravoltas ou
surpresas que possam surpreender o leitor. Apesar destas críticas, esta obra
merece ser lida e bem apreciada. A sua narrativa envolvente e os personagens
carismáticos garantem um entretenimento divertido e emocionante, capaz de
transportar o leitor para um mundo de piratas, mar, pólvora e tesouros
perdidos.
O autor recorre muito à descrição, o que nos
permite imaginar com mais clareza os locais da história. Exemplo disso é a
descrição feita de um barco depois de uma batalha: “No barco, tudo parecia
morto. Uma garrafa com o gargalo partido rolava de um lado para o outro. A
verga do mastro grande, abatida pelo vento, revelou-me os dois marinheiros da
tarde anterior na parte de trás da ponte: o “Barrete Vermelho” deitado de
costas, com os braços abertos e uma expressão de morte nos lábios. Hands
encostado à amurada, numa poça de sangue”. Escolhi esta expressão, pois é muito
pormenorizada e oferece uma imagem visual do estado do barco.
Recomendo a leitura deste livro pelas aventuras
interessantes que relata, sendo rico em vocabulário ligado à vida no alto
mar/oceano, pela abundância dos recursos expressivos e pela sua leitura fácil e
interessante.
Texto e ilustração de Francisco Fernandes, Nº9, 8ºD
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"O Diário de Anne Frank"
No decorrer do 7º ano, saí da minha zona
de conforto e aventurei-me a conhecer novos autores e novas formas de escrita. Tem
sido uma boa aventura. E é uma dessas leituras que vou partilhar convosco.
Hoje vou falar sobre o livro “O Diário de
Anne Frank”. Já tinha ouvido falar muito desta obra e, numa partilha de ideias,
decidi lê-lo.
“O Diário de Anne Frank” foi escrito por
esta entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, enquanto vivia escondida num
esconderijo, com a sua família, o pai, Otto Frank, a mãe, Edith, e a irmã,
Margot, durante a perseguição aos judeus, no Holocausto.
Quando a Alemanha invadiu a Holanda durante
a 2.ª Guerra Mundial, a família de Anne foi obrigada a mudar-se para outro
lugar para não serem descobertos. Estes mudaram-se para um anexo secreto, em
Amesterdão. Quando o seu pai lhe ofereceu um livro, ela começou a escrever um
diário, ao qual deu o nome de Kitty, pois queria que o diário fosse como uma
amiga para ela. Neste diário, ela escreveu todos os momentos vivenciados e
todos os seus pensamentos que lhe ocorreram nesse período atribulado.
Adorei ler este livro, porque é
emocionante, a cada parágrafo apetece-nos continuar a ler mais. Neste diário,
conseguimos sentir todos os momentos da sua vida quotidiana e a sua escrita
leva-nos a sentir a sua alma de criança cheia de sonhos que ela não conseguia
realizar. Do meu ponto de vista, Anne Frank era uma menina sonhadora e, num
determinado momento, até eu estava a sonhar que era a Kitty: sentia-me a
confidente da Anne Frank, onde ela podia partilhar os seus segredos.
Também penso que Anne Frank, mesmo com os
momentos dificeis que estava a viver, seguia com a sua vida, esquecendo-se dos
problemas que a rodeavam, uma vez que ela lia, aprendia a falar novas línguas e
dedicava-se a outras atividades. No livro, encontrei várias passagens de que gostei, mas
vou destacar uma frase que apreciei de forma especial: “...até porque o papel
tem mais paciência que algumas pessoas.” é uma das frases mais bonitas deste
livro. Totalmente verdade!
Texto e ilustração de Letícia Silva, nº 12, 8º C
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“História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”
Recentemente estive a ler
o livro “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, de Luís
Sepúlveda, um grande escritor chileno. Este livro é composto por 20 capítulos e
tem uma mensagem muito bonita transmitida através dos animais, sendo, portanto,
uma fábula. Esta fábula deixa, na verdade, várias lições no decorrer da
história, desde o alerta para os problemas ambientais, que marca logo o
arranque do enredo, os direitos dos animais, o espírito de grupo, mas sobretudo
o amor e a amizade.
O
livro retrata a história de uma gaivota, Kengah, que, na tentativa de se
alimentar, foi aprisionada e morta por um dos grandes erros dos humanos, a maré
negra.
Antes de morrer, Kengah usou as suas últimas
forças para pôr um ovo e, imediatamente, pediu a Zorbas, um gato grande, preto
e gordo, que lhe prometesse que não comeria o ovo, que cuidaria da gaivota e
que a ensinaria a voar. E assim foi.
Zorbas não fez tudo isto sozinho, acabando por
pedir ajuda a outros gatos do porto, sendo o meu preferido o Sabetudo, pois
sempre que lhe aparecia um problema, a sua solução era consultar uma enciclopédia.
Outra personagem que me chamou à atenção foi
Barlavento, um gato cor de mel que reagia regularmente com expressões ligadas
ao mar, como por exemplo a que passo a referir: “Pelos Caracóis da anémona!”.
Barlavento disse esta expressão quando o grupo de gatos estava à procura de um
humano para colaborar e também ensinar Ditosa, a gaivota, a voar. Barlavento,
com esta expressão, transmitiu desânimo, irritação e impaciência por não
conseguirem decidir a que humano iriam pedir ajuda.
Este livro, além da sua escrita simples e de fácil
compreensão, tem ilustrações muito bonitas e fiéis à história. De todas, a
minha preferida é uma que representa a grande amizade, ternura e cumplicidade
entre Zorbas e a gaivota, fazendo-me até lembrar um pai e filha em passeio.
Vou agora referir algumas expressões de que
gostei: “- Talvez não saiba voar com asas de pássaro, mas ao ouvi-lo sempre
pensei que voava com as palavras”. Gostei muito desta expressão pela forma como
Zorbas descreve um poeta.
Outra expressão que achei interessante: “- Mas
eu não quero voar. Também não quero ser gaivota – discutia Ditosa. - Quero ser
gato, e os gatos não voam”. Gostei desta expressão, porque, depois de todo o
tempo que Ditosa passou com os gatos, já tinha perdido os hábitos de gaivota.
Será que Ditosa adotou completamente os hábitos de gato, ou perdeu o medo de
voar? Deixo-vos o desafio de descobrirem.
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2022-2023
“O Homem que Plantava Árvores”
Recentemente, li "O homem que plantava árvores", um livro escrito
por Jean Giono, reduzido no tamanho, talvez um dos mais pequenos que já li
(apenas cinco capítulos), mas gigante na mensagem. Posso garantir que, na minha
opinião, é um dos mais inspiradores.
Jean Giono
retrata o longo caminho de um jovem durante vários anos e o seu encontro com
Elzéard Bouffier, um homem reservado, paciente e carismático, na verdade o
super herói desta história.
No geral, o
livro transmite-nos, por um lado, a humildade, a persistência e a generosidade
de um homem que se dedica, com grande fé, a plantar árvores durante anos e anos
e, por outro, o egoísmo, o alheamento da sociedade, que considera o ecossistema
rico que Elzéard Bouffier construiu, como uma uma floresta natural, que ali
tinha nascido sem qualquer ação humana.
O livro
possui algumas ilustrações, também elas sugestivas da simplicidade de Bouffier
e do seu espírito de missão. Saliento aquela de que gostei particularmente: a
que retrata a personagem principal em grande plano, segurando na mão uma
bolota. Nessa imagem Bouffier olha para a bolota com um grande carinho, parece
que já está a imaginar uma árvore nas suas mãos.
Este livro
é uma verdadeira lição de como as boas ações podem ser transformadoras,
fazendo-me lembrar, porque sou escoteiro, a icónica frase de Baden Powell
”...deixe o mundo um pouco melhor do que o encontrou...”.
Vou agora
referir algumas expressões do livro que me chamaram a atenção: ”A guerra de que
acabávamos de sair não permitira o desenvolvimento pleno da vida, mas Lázaro já
tinha saído do túmulo.” A expressão significa que havia esperança, pois um
lugar que estava antes abandonado era agora um lugar onde apetecia viver. Tinha
portanto renascido, tudo graças a um único Homem.
Outra
expressão que nos faz refletir é a seguinte: “...os homens podem ser tão
eficazes como Deus noutras áreas para além da destruição.”
Segundo
Elzéard Bouffier devemos focar-nos num objetivo sem nunca desistir...
Espero que vos
tenha motivado para a leitura deste livro, que trata de um tema tão importante,
tão pertinente e tão urgente nos tempos que atravessamos.
Texto e ilustração de Diogo Oliveira Lázaro Gonçalves, 7ºD
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Morte no Nilo
Hoje
vou apresentar o livro “Morte no Nilo”, escrito pela mais famosa escritora de
policiais, Agatha Christie. Esta escritora já faleceu, mas os seus livros
continuam a encantar leitores de todas as idades, um pouco por todo o mundo. A primeira edição deste mistério foi
publicada em 1937 e é um dos livros mais incríveis e famosos de Agatha
Christie.
Eu
li este livro, não só porque me foi oferecido, mas também devido ao seu título,
que despertou a minha atenção e curiosidade, pressenti logo que se tratava de
um policial.
Este policial narra uma história que
navega em torno de um crime cometido a bordo de um navio, com destino às
grandes pirâmides do Egito. Este navega pelas águas do Nilo, em cujas margens
se encontram restos de uma civilização dedicada ao culto dos mortos, à
agricultura e ao comércio; neste navio, viaja uma deslumbrante rapariga, Linete,
que, segundo o livro, tinha tudo - “juventude, beleza, riqueza e felicidade”.
Nesta viagem embarcam várias pessoas que não gostam de Linete e/ou que, por
histórias do passado, se querem vingar dela. Certo dia, esta perde tudo, ao ser
assassinada na sua cabine. Supõe-se que este assassinato foi cuidadosamente
planeado, para que fosse impossível descobrir o assassino, mas tiveram a má
sorte de Hercule Poirot, um grande detetive, que mostra as suas habilidades de
descoberta e de raciocínio, se encontrar de férias neste navio, podendo, assim,
investigar este crime.
Como será que acaba este mistério? Queres
embarcar comigo neste navio?
Eu adorei ler este livro, por ser um
género literário diferente dos que habitualmente leio. Este livro é criativo,
espetacular e genial. Tem ótimo vocabulário adequado para o sétimo ano. Envolve-nos
numa história intrigante no começo, e surpreendente no final, com personagens
que têm sempre algo a esconder, fazendo com que as reviravoltas prendam o leitor
em cada parágrafo. Este livro usa muitos recursos expressivos, entre muitos destacam-se
a metáfora, a comparação e a adjetivação, principalmente para descrever as
paisagens do rio e as personagens. Por exemplo, a expressão “Que bom, que
bonito, que caro!” A minha personagem favorita foi Hercule Poirot, não só por
causa do seu nome, que lhe dá um aspeto mais chique, mas também porque se apresenta
como um detetive excêntrico e muito divertido, sempre com um aspeto
incomparável de elegância e impecável.
Por estes motivos todos que eu referi, recomendo a leitura deste livro aos meus colegas. Será que Poirot conseguiu descortinar quem foi o autor do assassinato?
Texto e ilustração de Letícia Silva, 7ºC
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O Deus Das Moscas,
de William Golding
Esta obra é de
aventura e romance e fala-nos sobre um avião que cai numa ilha com adolescentes
a bordo, os quais são os únicos sobreviventes. Esses rapazes tentam arranjar
maneira de sobreviverem e serem salvos.
Tudo começa quando um avião cai numa ilha
desabitada, com adolescentes a bordo. Ralph, um dos rapazes que estava a bordo
do avião, encontra outro rapaz que vem falar com ele, Piggy. Enquanto falavam,
Ralph avista uma coisa reluzente ao fundo do plano e, logo de seguida,
apercebe-se que era um búzio. Então resolve usá-lo para chamar todos os rapazes
que, eventualmente, estivessem na ilha, para fazer uma reunião. Passado algum
tempo, alguns rapazes começam a chegar e Piggy achou curioso o facto de um grupo
de rapazes com capas pretas também aparecerem e juntarem-se à reunião.
Na reunião, todos concordavam que
necessitavam de um chefe, por isso elegem Ralph, porque era ele que tinha o
búzio. Ralph escolheu mais duas pessoas, Jack e Simon, para irem com ele
verificar se aquele local onde estavam era definitivamente uma ilha e, para
isso, seria necessário subir a um lugar alto, onde desse para ver tudo.
O caminho para chegar ao cume da montanha
foi bastante difícil. Quando, finalmente, chegaram ao cimo, verificaram que
estavam sozinhos e que era uma ilha. Voltaram para baixo já ao anoitecer e
Ralph voltou a soprar no búzio para chamar todos os outros. Quando já estavam
todos reunidos, Ralph deu-lhes as notícias. A meio da reunião um rapazinho, mais
pequenino, afirmou ter visto uma cobra muito grande, tendo Ralph negado a
existência de tal animal. Concordaram todos que, se queriam ser salvos, seria
necessário acender uma fogueira, e assim o fizeram. Todos ajudaram a ir buscar
madeira e a fazer um monte, depois, com os óculos de Piggy fizeram fogo. Mas
logo notaram que não saía fumo suficiente. Os dias foram passando, até que
Ralph avista um navio no horizonte, rapidamente sobe à montanha para confirmar
se a fogueira estava acesa. Ao chegar lá reparou que não estava ninguém a tomar
conta dela, como tinham combinado na reunião. Como aconteceu tudo muito rápido,
Ralph perdeu o navio de vista. Passados uns minutos chegaram alguns rapazes,
que carregavam um porco, entre eles encontrava-se Jack, que estava decidido a
arranjar carne e, finalmente, tinha conseguido.
Ao anoitecer Ralph, que estava muito
desiludido com todos, convocou uma reunião para falar com o grupo sobre o que
se tinha passado com o barco e também implementou uma nova regra. Numa noite em
que os gémeos estavam encarregados de manter a fogueira acesa, viram um monstro
e imediatamente foram contar aos outros. Os rapazes resolveram investigar sobre
o monstro e não encontraram nada. Durante essa exploração Ralph e Jack,
chatearam-se e o grupo ficou dividido em duas tribos.
Simon, que andava na floresta sozinho, viu
a cabeça do porco que eles tinham caçado, era uma oferenda ao monstro, e como a
cabeça estava cheia de moscas, ele começou a falar com ela e chamou-lhe Deus
das Moscas (…). Será que os jovens foram resgatados?
Sugerimos a leitura deste livro, porque
nos ajuda a perceber como deve ser a sobrevivência numa ilha sem ninguém e como
o ser humano pode ser capaz de fazer coisas inesperadas para sobreviver; por
outro lado, porque tem descrições incríveis dos espaços e nos ajuda a valorizar
a cooperação que devemos ter uns com os outros, em situações difíceis.
Texto e ilustração de Catarina Marques, nº1; Joana Carvalho nº8 – 8ºG
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Matilda
Venho apresentar o livro “Matilda”, da autoria de Roald Dahl, ilustrado
por Quentin Blake. Este livro é composto por 21 capítulos, sendo o meu favorito
o capítulo 14 - “O primeiro milagre”, pois é nele que se descobre um dos muitos
poderes da mente de Matilda. E quem é Matilda?
Matilda é uma criança, mas não uma criança
vulgar, ela tem uma inteligência muito avançada para uma rapariga tão nova. No
entanto, os pais de Matilda não conseguiam ver as capacidades que aquela
criança tinha; ao invés, o pai achava que a filha não passava de “uma crosta” e
a mãe passava o tempo a jogar bingo e a ver televisão. Apenas quando Matilda
entrou para a escola, alguém conseguiu ver o potencial da menina, a “stôra” Docemel.
A “stôra” Docemel ajudou a Matilda em tudo, até tentou fazer com que a menina
avançasse alguns anos de escolaridade, pois ela tinha uma inteligência absurda.
Mas, como sabem, nem tudo é um mar de rosas! A diretora, a Sra. Partetudo,
julgava todos os alunos e, quando se portavam mal, fechava-os dentro da Pildra.
E agora? Acham que a Matilda e a “stôra”
Docemel conseguirão mostrar a todos as capacidades da menina? Convido-vos a
descobrirem, lendo o livro.
Eu gostei muito deste livro, pois mostra
como as pessoas se julgam umas às outras, mas, mesmo assim, Matilda não
desistiu e, apesar de todas as incompreensões, ensinou uma grande lição aos
adultos, principalmente, aos seus pais. Matilda tinha uma maturidade muito
superior à de muitos adultos, em qualquer situação, ela permanecia calma e
pensava sempre na melhor opção para poder resolver as coisas.
Passo a transcrever algumas expressões de que
gostei: “… temos uma bela televisão com um ecrã de doze polegadas e, agora,
vens pedir-me um livro! Estás a ficar mimada, minha menina!”. Gostei muito
desta expressão, pois aqui mostra como o pai de Matilda não se importava com os
estudos, com a formação da menina. Os papéis entre pai e filha estavam
invertidos… Outra expressão de que gostei foi: “A Matilda era as duas coisas,
mas, sobretudo, muito inteligente. Tinha uma mente tão perspicaz e aprendia com
tanta rapidez que os seus talentos teriam sido claros para pais com uma
inteligência mediana.” Também gostei muito desta expressão, pois descreve um pouco
da inteligência da criança e do fosso de incompreensão que existia entre os
pais e ela, o que nos leva a refletir sobre este assunto.
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Num dia de inverno, o Tempo prometeu à
Manhã uma rosa azul se gostasse da história que lhe ia contar. Era uma história
de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
O
Gato Malhado era um gato feio, solitário e mal-humorado.
Num dia de primavera, enquanto estava a
passear pelo parque, todos os animais fugiram; no entanto, a Andorinha
permaneceu num galho de uma árvore. A presença do gato não a incomodou.
Estiveram algum tempo a conversar. O Gato Malhado, desde esse dia, só pensava
na andorinha Sinhá, sentindo-se apaixonado.
Numa manhã, o gato passou pelo parque e
decidiu ir até à casa da Andorinha e conversaram muito. Desde então, começaram
a passear e a conversar frequentemente. O Gato tornou-se bem-humorado e
simpático.
No entanto, este amor é proibido, uma vez que
o gato e a Andorinha são de espécies diferentes. Os gatos são inimigos das
aves. Os animais do parque começam a criticar.
Só no fim do verão, o Gato teve a coragem de
dizer à Andorinha que se queria casar com ela. Perante esta confissão, a Andorinha
desapareceu.
No
outono, o Gato soube que Andorinha tinha casamento marcado com o Rouxinol. A
partir daí, começou a andar muito triste e mal-humorado.
No
Inverno, a Andorinha casou com o Rouxinol. No dia do casamento, ambos se viram,
pela última vez. E ambos estavam tristes, pois a Andorinha também gostava do Gato;
no entanto, tinha sido obrigada a casar com o Rouxinol.
A
Andorinha deixou cair uma pétala de rosa do seu buquê sobre o Gato, a qual ele
colocou no peito, parecendo uma gota de sangue. Sobre o vermelho de sangue, na
pétala da rosa, brilhou a luz da lágrima da Andorinha Sinhá, que iluminou o
solitário caminho do Gato Malhado, até ao fim do Mundo.
No
fim da história, a Manhã recebeu a rosa azul do Tempo.
Texto e Ilustração de Joana Guedes, 8.º B
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O Pássaro da Alma
Neste
livro, a autora explica, poeticamente, o que é a alma e como esta se
manifesta ao longo do dia, através das “gavetas” (emoções) que vai abrindo,
perante as diferentes situações com que nos deparamos. Sugere que procuremos
ouvir o que o nosso Pássaro interior tem para nos dizer e que conversemos com
ele.
Com
este livro, aprendemos que devemos dar valor e importância ao que vivemos e
sentimos. A nossa vida, sendo tão atarefada, faz com que pouco ouçamos a nossa própria
voz, e menos ainda o “Pássaro da Alma”, ou seja, a voz do coração. Assim, apela
que nos lembremos da importância de sabermos escutar o que estamos a sentir e que o que sentimos está
relacionado com as vivências que vão sendo guardadas em gavetinhas, bem no
fundo da alma.
Nós,
seres humanos, devemos procurar refletir no que sentimos, para melhor nos
compreendermos e tentarmos superar os desafios que a vida nos vai colocando ao
longo dos dias.
Texto e ilustração de Miguel Roma - 8ºC
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História de um caracol que descobriu a importância da lentidão
Vou
apresentar o livro "História de um caracol que descobriu a importância da
lentidão", da autoria de Luis Sepúlveda, da Porto Editora.
A narrativa
trata de um caracol que vivia, com um grupo de caracóis, num prado repleto de
Dentes-de-Leão. Todos eles eram muito alegres, porém, esse caracol era diferente
dos outros, sonhava, um dia, poder ter um nome ou descobrir o motivo da
lentidão.
Certo dia,
farto de nunca obter resposta às suas perguntas, o caracol decidiu ir em busca
dos seus sonhos, abandonando, assim, o seu grupo. Durante a sua jornada, o
caracol encontrou uma tartaruga que lhe disse que, enquanto vivera com os
humanos, ela tivera um nome, chamava-se "Memória". O caracol contou à
sua amiga que ele saíra do seu grupo em busca dos seus sonhos, por isso a
tartaruga deu-lhe o nome "Rebelde".
Com o
decorrer da sua jornada, o caracol ficou horrorizado com o que viu, descobriu
que os humanos iriam invadir o prado onde ele vivera. E, perante isto, decidiu
voltar e avisar os seus amigos.
Com a sua
chegada, o "Rebelde" não foi recebido das melhores maneiras, ninguém
acreditara naquilo que ele dizia. Contudo, depois de muito insistir, os caracóis
acabaram por acreditar nele e, assim, partiram em busca de um novo lar.
Será que o
caracol conseguiu guiar os seus amigos para um lugar seguro?
Eu gostei
imenso deste livro, pela história, pela mensagem, pela linnguagem encantadora,
por certas passagens carregadas de sentido e, a este propósito, vou transcrever
uma frase: "Pois vou-me embora e só regressarei quando souber o motivo de
sermos tão lentos e quando tiver um nome." Esta frase transmite uma
mensagem muito importante, mostra-nos, sobretudo, que nunca devemos desistir
dos nossos sonhos e devemos procurar saber quem somos. Os nossos medos ou
receios não devem impedir-nos de lutar e concretizar os nossos objetivos .
O animal desta história,
neste caso o caracol, a que associamos a lentidão, demostrou que, com
determinação, devagar se pode ir bem longe .
O seu nome,
"Rebelde", não tem nada a ver com qualquer aspeto negativo, mas sim
com determinação no seu comportamento e nas suas atitudes.
Texto e ilustração de Maria Silva 7º C
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A pesca da baleia
Hoje vou
apresentar uma das três narrativas que fazem parte do livro “A pesca da
baleia”, de Raul Brandão, ilustrado por Daniel Silvestre da Silva. Esta história
trata de uma baleia, como é indicado no título, mas não só, também fala de
pescadores que são capazes de dar a vida para conseguirem pescar este mamífero,
o maior do mundo.
Estamos nos Açores, um dos lugares onde se encontram
baleias com muita frequência. E quando se tem a sorte de poder encontrar pela
manhã um grupo de baleias é um espetáculo majestoso e do princípio do mundo.
Ora, nessas
ilhas fantásticas, vivem muitos pescadores cujo maior desejo é pescar uma
baleia custe o que custar. Podem deixar qualquer coisa que estão a fazer,
quando ouvem o sinal de presença de uma baleia…
Não vou dar-vos
uma explicação sobre a forma horrível como a pesca ocorre, mas sim deixar algumas
expressões do autor para que tenham uma ideia. «Aproximam-se e dão-lhe
uma lançada ao pé da asa para sangrarem. Mergulha, reaparece,
esgotam-na e têm-na certa quando começa a esguichar sangue pelas ventas. Que
visão de espanto entra nesse momento naquela cabeçorra? Há baleias que conseguem
escapar e não esquecem, meses depois atiram-se aos baleeiros. Dão-lhe mais lançadas
numa vozearia de triunfo. - É nossa! É nossa!... - Do corpo, dos pulmões, do
coração, saem jorros vermelhos. Vomita. Encarniçam-se os homens.» (p.18)
Esta narrativa
é para mim muito triste, porque as baleias são animais, seres vivos, e além disso
são inofensivos, por isso fiquei impressionada com a descrição da forma cruel
como eram mortas. Penso, também, que este livro, entre outros, teve uma grande
importância na sensibilização do ser humano para o grave problema dos animais
em vias de extinção, devido à ação do homem. Felizmente, o cenário, hoje, é
outro completamente diferente, tendo sido tomadas medidas para se pôr fim a
esta barbárie!
Espero ter-vos
motivado para a leitura deste livro que capta a nossa atenção do princípio ao
fim, gerando em nós diversas emoções e sentimentos.
Texto e ilustração de Nina
Dias, 7º C
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O Cavaleiro da Dinamarca
Através da sua encantadora escrita, Sophia
de Mello Breyner contou-nos uma maravilhosa história sobre um destemido
cavaleiro que decidiu passar o Natal na gruta onde Jesus nasceu, mas que
prometeu à sua família que estaria presente na festa de Natal do ano seguinte.
Acontece que, por conta de vários percalços, este dinamarquês acabou por
desviar-se do seu caminho de retorno.
Porém, acabou por conhecer novas cidades,
culturas, pessoas e histórias, aprendendo mais sobre o mundo que o rodeava. Fez
vários amigos, viveu experiências espetaculares e deliciou-se ao ouvir
histórias e testemunhos vindos dos quatro cantos do mundo.
Contudo, o cavaleiro estava numa corrida
contra o tempo para poder chegar a casa e cumprir a sua promessa à família, sem
nunca se deitar abaixo por qualquer obstáculo ou imprevisto que estivesse no
seu caminho.
Será que o dinamarquês irá chegar a tempo
para passar o Natal com a sua família? Ou irá ele perder-se no caminho?
Texto e ilustração de Maria Leonor Silva Lopes, 7.º C
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Uma Aventura no caminho do javali
Hoje venho apresentar o livro “Uma Aventura
no caminho do javali”, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com
ilustrações de Arlindo Fagundes.
Este texto é do tipo narrativo e contém 15
capítulos, sendo o primeiro o meu favorito, por ser o mais emocionante e por me
ter deixado empolgada relativamente ao problema em que estes cinco amigos se
iriam colocar, desta vez, e como é que conseguiriam sair dele. Esta narrativa
desenrola-se entre cinco adolescentes muito aventureiros e completamente
viciados em perigo e mistério, as gémeas Luísa e Teresa, Chico, Pedro e João.
As peripécias começaram quando estes jovens iam para um casamento, no qual iam
participar, e começaram a ouvir uns barulhos muito estranhos. Ao olharem para
trás, viram um javali muito grande e assustador correndo furioso atrás deles.
Pedalaram velozmente enquanto tentavam encontrar um abrigo e, ao mesmo tempo,
despistar o javali, até que encontraram uma carrinha, na qual decidiram
esconder-se. Assim que o dono da viatura chegou, explicaram toda a situação e,
por muita coincidência, o senhor também ia para o mesmo casamento. Quando lá
chegaram, era tudo muito espantoso e houve algo que lhes despertou muita curiosidade,
uma música misteriosa vinda de uma das paredes de um edifício que fazia parte
da quinta. Querem saber de onde vinha ao certo esta música e o porquê? Para
isso, vão ter de ler o livro.
Eu gostei muito deste livro, pois sempre
admirei muito estas escritoras e sempre gostei muito de ler todos os livros
possíveis desta coleção, onde o mistério se associa à cultura, a história é
narrada com frases belíssimas e que conseguem sempre despertar a curiosidade do
leitor, levando-o a não parar de ler e a distrair-se tanto que nem dá conta do
tempo a passar, parece que estamos a viver esse mesmo momento do livro.
Esta narrativa está cheia de frases
belíssimas, tais como: “O lugar mágico que escolhi para esta festa é uma ruína
do tempo dos Romanos, a única na Península Ibérica que ainda tem paredes em pé
e salas com teto e tudo, mas o melhor nem é isso.”. Adorei esta frase porque me
fez imaginar esta ruína e também por ter ficado com muita curiosidade por saber
o outro motivo de eles terem escolhido aquele local para fazerem a festa.
A minha personagem favorita é o Pedro, por
ser o mais inteligente, ter sempre uma solução para tudo, mas também por nunca
desistir, e saber montar os planos todos muito bem e com muitos pormenores para
nada correr mal.
A parte que me despertou mais curiosidade
foi quando, no meio do jantar do casamento, o noivo foi atacado por bombas e
ameaçado.
A linguagem deste livro é de fácil
compreensão fácil, o que torna a leitura muito aprazível.
Texto e ilustração de Margarida
Sabença, 7.º D
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A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho
A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho, é um conto que
reflete momentos históricos, neste caso, sobre uma guerra do tempo de Afonso
Henriques, que fora “transportada” para a década dos anos 80. Este fenómeno
ocorreu na Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, e a ideia do autor era demonstrar
as reações do público, caso a história fosse verídica.
Quanto à história, as nossas partes favoritas foram as que incluem a
Deusa Clio, principalmente, a parte em que adormece e entrelaça duas datas,
dando a perceber a criatividade desta história e aquela em que recompõe as
personagens e os seus respetivos tempos.
Esta obra fala-nos sobre a deusa da História, Clio, que adormeceu
durante o seu cargo eterno e entrelaçou dois fios da tapeçaria milenária da História,
amalgamando-se as datas de 4 de junho de 1148 e de 29 de setembro de 1984 na
Avenida Gago Coutinho.
Automobilistas que se dirigiam para a rua, polícias que tentavam
intrometer-se no caso e até as próprias pessoas que lá passavam observavam uma
guerra entre os portugueses e os mouros, que eram liderados por Ibn-el-Muftar,
e este, surpreso com a mudança de época, também com a transformação da
“paisagem”, pensa tratar-se de um passe de magia. O polícia Manuel Reis
Tobias, que no momento da chegada repentina do exército de Ibn-el -Muftar
estava de serviço, escondido atrás de um prédio ao lado de uns semáforos, comunica
uma mensagem ao posto de comando dizendo que havia uma manifestação não
autorizada na Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro. Poucos minutos mais
tarde, a Polícia de Intervenção, ao tentar “limpar a avenida”, é
rapidamente desmobilizada ao ver que a cavalaria moura se preparara para
investir contra eles.
A Polícia de Intervenção tenta cercar este exército dentro da rua e
começa com tentativas de comunicação, através do Capitão Soares, conseguindo
alcançar Ibn-el-Muftar. Quando se cumprimentavam os dois em árabe, o
Ibn-el-Muftar e o seu exército desaparecem deixando o capitão Soares e toda a
escola militar confusa com aquele fenómeno.
Enquanto isso acontecia, a deusa Clio
acorda do seu sonho profundo e remete cada personagem ao seu tempo, fazendo
esquecer todas as pessoas que testemunharam aquele acontecimento. Todas as
pessoas que estavam perante este fenómeno ficaram pasmadas ao verem que o
exército tinha simplesmente desaparecido. Visto que ninguém sabia o que se
passara, os oficiais responsáveis pelas forças policiais e militares
portuguesas que intervieram na ação tiveram que explicar em tribunal marcial o
porquê de se encontrarem na avenida Gago Coutinho sem aparentemente ter
sucedido nada.
Recomendamos a leitura deste livro, pois o uso da palavra é muito
qualificado, tendo expressões que podem influenciar a nossa produtividade
escrita e imaginativa, além da leitura
relativamente fácil, com expressões que nos ajudam a voar pela História e pelo
enriquecimento cultural e histórico que nos traz.
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A Ilha do Tesouro
Li A Ilha do Tesouro, não a obra original,
um romance de aventuras de Robert Louis Stevenson, mas sim uma adaptação de
Claire Ubac, com tradução de António Pescada, ilustrações de Daniele Fabbri e
editado pela Porto Editora.
Este livro é composto por quatro capítulos
e fala de uma faroleira que, numa noite de dezembro, encontrou um livro na
praia, muito desgastado por causa da água, tanto que só ficaram visíveis as
ilustrações.
Ela foi para casa disposta a tentar
desvendar o significado das imagens, quando, de repente, ao erguer a cabeça, viu
o fantasma de um pirata que lhe contou a história do primeiro capítulo no qual
ele era a personagem principal. E é assim que se desenrola a narrativa. As aventuras
contadas ao longo dos quatro capítulos ganham vida e são os fantasmas dos
piratas que vão aparecendo, um por um, para contar as suas aventuras
O meu capítulo preferido foi o primeiro,
intitulado “Billy Bones”, onde se contava
a história desse mesmo pirata e das suas aventuras com o seu companheiro Jim.
Este livro é rico em recursos
expressivos, sendo um deles a enumeração, como por exemplo: “Um casaco de
peles, um mapa, uma bússola, um monóculo e um relógio”, que nos remete para um
ambiente náutico.
O autor recorre muito à descrição, o que
nos permite imaginar com mais clareza os locais da história, exemplo disso é a
descrição feita dum barco depois de uma batalha: “No barco, tudo parecia morto.
Uma garrafa com o gargalo partido rolava de um lado para o outro. A verga do
mastro grande, abatida pelo vento, revelou-me os dois marinheiros da tarde
anterior na parte de trás da ponte: o “Barrete Vermelho” deitado de costas, com
os braços abertos e uma expressão de morte nos lábios. Hands, encostado à
amurada, numa poça de sangue”. Escolhi citar esta expressão, pois é muito
pormenorizada e realista.
Agora vou partilhar convosco uma
expressão do livro da qual gostei muito, onde Bones falava sobre o seu
companheiro: “Jim, o filho do dono do albergue, era um bom companheiro. Era ver
os olhos que ele fazia por causa da minha cicatriz e do meu rabo de cavalo
betumado. Depressa nos tornámos parceiros, e ele vigiava comigo. Rapaz,
dizia-lhe eu, tu tens olho vivo. Portanto abre bem esses olhos e avisa-me se
vires chegar algum marinheiro, sobretudo se ele tiver só uma perna!”. Gostei
desta expressão porque é possível ver-se o carinho nas palavras de Bones quando
fala do Jim.
Recomendo a leitura deste livro aos meus
amigos e colegas pelas aventuras interessantes que relata, sendo rico em vocabulário
ligado à vida no mar, pela abundância dos recursos expressivos e pela sua
leitura fácil e interessante
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“A Gata Borralheira”, in: Histórias
da Terra e do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen
O conto ”A Gata Borralheira” fala de uma
menina, chamada Lúcia, que iria ter o seu primeiro baile. Ela sentia-se
inferior às outras raparigas, porque o seu vestido era velho e os seus sapatos
estavam em mau estado. Vinte anos depois
ela voltou ao mesmo baile, mas com os sapatos e o vestido que ela sempre quis.
Ao lermos o título do conto, pensávamos
tratar-se da história tradicional da gata borralheira, que ouvíamos quando
éramos pequeninas, mas afinal era diferente, porque a autora transformou o
conto feliz num conto mais triste.
Tudo começa com uma rapariga chamada Lúcia que vai a
um baile, só que em vez de usar um vestido e sapatos bonitos como ela desejava,
a tia arranja-lhe um vestido já fora de moda e uns sapatos todos estragados.
Toda a gente nesse baile gozava com ela por causa do seu vestido, uma vez que
os sapatos não se viam. Até que um rapaz veio falar com ela e convidou-a para
dançar, mas no meio da dança o sapato saiu do pé de Lúcia e toda a gente ficou
a olhar para o sapato, ali no meio do chão, todo roto. Lúcia, com a vergonha,
fugiu do rapaz e foi-se esconder numa sala sem ninguém, pois desejava nunca ter
ido àquele baile, ou melhor, desejava ter ido, mas com os seus sapatos e o seu
vestido de sonho.
Para que Lúcia pudesse ter tudo aquilo que sempre
quis, teve que ir viver com a sua madrinha.
Passados alguns anos, Lúcia tinha crescido, tinha tido
sucesso e era rica. Até que um dia foi convidada para o mesmo baile onde tinha
ido há alguns anos, mas agora iria com uns sapatos decentes e um vestido bonito
e da moda.
Lúcia comprou uns sapatos todos cheios de brilhantes e
quando Lúcia chegou ao baile toda a gente ficou a olhar para ela. Instantes
depois voltou àquela sala, onde se tinha escondido alguns anos antes. Do nada,
a porta da sala abriu-se e entrou um homem que parecia que tinha surgido de um
espelho da sala. Lúcia perguntou se o conhecia e o homem respondeu que sim e
logo a seguir o homem pediu o sapato a Lúcia, ela começou a gritar, a dizer que
não lho dava. Após tanta insistência, Lúcia acabou por lhe dar o sapato e em
troca o homem deu-lhe o sapato todo estragado que ela tinha usado no baile
anterior. Quando amanheceu encontraram Lúcia morta na varanda. O médico disse
que foi uma síncope cardíaca, era uma explicação, mas o facto de o sapato ter
desaparecido também… Contudo, o que não tinha explicação era ter calçado um
sapato de brilhantes e um sapato todo estragado.
Recomendamos a leitura deste conto porque é um pouco diferente do conto
que todos conhecemos e porque nos dá uma lição de vida, ou seja, que a riqueza
não traz alegria, nem felicidade.
Texto e ilustração de Catarina Marques, n.º1 e Joana Carvalho, nº8, 8.ºG
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História de um cão chamado Leal, de Luis Sepúlveda
Esta história é
uma fábula de aventura e amizade, onde o cão Afmau, que significa «leal e fiel»
na língua mapuche, sobrevive à fome e ao frio da montanha onde nasceu, onde
demonstra uma grande lealdade à Gente da Terra e onde demonstra medo dos Wingkas.
Na companhia de Aukamañ, um rapazinho mapuche, Afmau aprende a conhecer o mundo
que o rodeia e a respeitar a diversidade da natureza.
Este conto narra
a história de um cão leal que, quando era bebé, foi capturado por um bando de
homens com costumes estranhos que pensavam em vendê-lo. Durante o seu trajeto,
Afmau perdeu-se e caiu na neve e adormeceu, quando acordou foi encontrado por
um jaguar que tomou conta dele e o levou para uma povoação mapuche muito gentil,
onde foi adotado. Foi aqui que viveu os momentos mais felizes da sua vida,
muitos desses incluíam Aukamañ, um pequeno rapaz mapuche, com quem teve uma
amizade bastante forte. Com esta comunidade aprendeu a respeitar a natureza e a
ser feliz. No entanto, tudo isso tinha acabado quando num dia, um grupo de
homens com costumes estranhos invadiram a aldeia, roubando, queimando casas,
causado o caos e matando Wenchulaf, o velho homem sábio que adotou Afmau. Todos
ficaram em choque pela morte do velho sábio e Afmau foi capturado outra vez
pelos bandidos. A partir daí, o cão de raça passou a ter uma vida triste e
odiosa, sendo mal tratado e treinado para atacar os que traíssem o bando. O
tempo foi passando, uma missão atrás da outra, até que o bando decidiu matar
Aukamañ, porque, por ser agora adulto, pensavam que poderia querer vingança,
por terem matado o seu avô Wenchulaf. Afmau ficou com medo, pensando que o seu
amigo poderia acabar por morrer. Os bandidos encontraram outra vez a população
mapuche e deram um tiro na perna de Aukamañ, mas este ainda conseguiu fugir.
Os Wingkas (bando
de homens com costumes estranhos) mandaram o cão de raça persegui-lo, mas Afmau
enganou-os, fazendo-os pensar que ele teria atravessado o rio. Quando o bando
atravessou o rio, Afmau voltou para trás e reencontrou-se com o seu velho amigo.
Como Aukamañ estava muito ferido, o seu amigo peludo foi buscar a caixa de
primeiros socorros que os Wingkas deixaram na outra margem do rio. Mal tocou na
caixa, os bandidos avistaram-no e ao perceberem que os tinha traído, ficaram
furiosos. Afmau consegui com que os Wingkas caíssem no rio, mas um deles acabou
por atingir Afmau com uma bala no peito. Gotas de sangue começam a pingar do
seu peito, Afmau pega na caixa de primeiros socorros, atravessa o rio e volta para
junto de Aukamañ. Este tratou da ferida
do cão, mas já não adiantava muito, o ar já não entrava nos seus pulmões e estava
cada vez mais fraco. Então, Aukamañ pegou-o ao colo e diz-lhe as últimas
palavras que irá ouvir na sua grande viagem: “dez vezes venceremos, irmão”,
que é como a Gente da Terra se despede, sem nunca dizer adeus.
Gostei muito desta
história, porque é emocionante e mostra bem o que é a amizade, a lealdade e o
ódio. Cada uma das personagens representava o seu papel muito bem,
especialmente os Mapuches e os Wingkas. A parte que mais gostei da história foi
quando Afmau e Aukamañ se reencontraram e, depois de tudo o que lhes tinha
acontecido, ainda eram amigos.
Na minha opinião,
este livro é fascinante e recomendo a todos que o leiam, porque o livro fala
sobre assuntos importantes, como a diversidade da natureza, o respeito e a
maldade no mundo.
Texto e ilustração de Miguel Catarino, n.º15, 8ºG
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Os Cinco Voltam à Ilha
Quem
não conhece Enid Blyton, uma famosa escritora inglesa, já falecida, e que faz
as delícias dos jovens leitores (e dos mais pequenos também)? Coleções como “Os
cinco”, “O Mistério”, “As Gémeas”, “Os Mini Cinco”, entre outras famosas coleções,
são bem conhecidas deste público.
Apresento-vos o livro “Os Cinco voltam à ilha”, um livro recheado de
aventuras e de mistérios. Li este livro porque adoro as coleções desta
escritora, nomeadamente esta.
Esta aventura retrata um grupo de cinco amigos, cujas férias não começaram
muito bem. A mãe de Zé e a sua cozinheira estavam doentes, então a mãe tinha enviado
uma família para tomar conta deles. Esta família era horrorosa e já tinham
tentado envenenar o Tim, o cão, para se poderem ver livres deles. Os amigos
decidiram ir passar uma semana à ilha deles, a ilha de Kirrin, que fazia parte
da sua herança. Tudo estava a correr bem até que encontraram um baú dentro de
um barco afundado, com peluches e roupa de bonecos. Numa noite, ouviram sinais
sonoros de um barco e, pouco depois, um grito bem grave de alguém a ser levado
para as masmorras do castelo. Quem será aquela pessoa? Será que eles vão
conseguir resolver este mistério? Embarca comigo nesta aventura e logo
saberás...
Eu adorei ler este livro, porque nos ensina que, se trabalharmos em
equipa, juntos podemos vencer todos os obstáculos da vida. E que os amigos são
para sempre! Este livro transmite-nos, também, o amor que devemos ter pelos
animais de estimação, pois eles são nossos fiéis amigos. Tim, o cão, foi
importantíssimo para desvendar este mistério. Este livro tem muitas
enumerações, como por exemplo “Sopa, carne, fruta, leite condensado, sardinha,
manteiga, bolachas e vegetais!”, o que enriquece a descrição. A autora usa
vocabulário adequado para 7.ºano e a sua história faz-nos parar com tanto suspense
de capítulo em capítulo. A minha personagem favorita foi o Tim, pois este
estava sempre perto dos amigos e ajudava-os em todas as situações.
Recomendo muito a leitura deste livro, porque é, de facto, fantástico e
transmite-nos muitas lições de vida.
Texto e ilustração de Letícia Benedita Silva, 7.ºC
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“A Aia” - Eça de Queiroz
Eça de Queiroz foi um escritor
português e é considerado um dos mais importantes autores da língua portuguesa.
O conto que escolhi para o “Li e Gostei” intitula-se “A Aia” e está numa
coletânea de contos deste célebre romancista luso.
O conto apresenta um nome invulgar
que pode levantar várias perguntas, já que uma aia, normalmente, não é uma
figura com grande importância numa história, mas, neste conto, é a personagem
que mais brilha.
Tudo começa com a apresentação de uma família real e do rei desta família, que morreu numa batalha. Então, a rainha, que fica viúva, faz de tudo para proteger o seu filho, que é o futuro herdeiro. Aí entra a personagem principal, a Aia. Esta é escrava da família real, mãe de leite do pequeno príncipe herdeiro ao trono e mãe de outro bebé. Coincidentemente, estas duas crianças nasceram no mesmo dia, mas o príncipe tem todos os privilégios da sua classe social, enquanto o filho da Aia não tem tantas condições, por esta ser escrava.
Após uma pequena introdução das
personagens e do contexto, é apresentado o vilão deste conto: o irmão bastardo
do rei. Este invade o palácio real na tentativa de matar o futuro herdeiro e,
consequentemente, nesta ação avarenta, gananciosa e brutal, passar a ser o
herdeiro. É curioso ver até que ponto é que esta personagem chegou em busca do
poder.
Ao ver o irmão
bastardo do rei a aproximar-se do palácio real, a Aia, numa ação rápida, e
inconscientemente leal, troca o príncipe herdeiro de berço com o seu próprio
filho. Previsivelmente, este é brutalmente assassinado em vez do verdadeiro
príncipe.
A rainha, ao descobrir o ato nobre e leal da escrava,
recompensa-a com um objeto à escolha na grande pilha de fortuna que a família
real detinha. A Aia, ao entrar na câmara dos tesouros, olha pela janela para o
céu, e, como recompensa, escolhe um punhal dourado cravejado com esmeraldas,
que crava no seu coração sem hesitar.
É, de
facto, uma narrativa perturbadora, dramática e um pouco cruel.
A personagem com mais destaque neste conto é a Aia. Esta fez
tudo ao seu alcance para proteger e assegurar o futuro do reino, mesmo que isso
envolvesse matar o seu filho. Esta ação diz-nos muito sobre esta figura. Em
primeiro lugar, mostra-nos que a Aia amava incondicionalmente o reino a que
pertencia, o seu rei, que morrera numa batalha, a sua rainha e o principezinho.
E, em segundo lugar, também ficamos a saber que esta mulher acreditava na vida
após a morte, em algo muito maior do que ela e do que todos e, assim, entregou
a vida do seu filho a um lugar melhor para proteger o futuro de todos. Depois
de cumprir o seu objetivo, cravou um punhal no coração, enquanto olhava para o
céu, onde acreditava estar o seu filho. Com esta ação, podemos concluir que a
Aia acreditava cegamente na vida após a morte e, como tal, entregar o seu filho
para salvar o futuro dos seus mestres e o seu reino pareceu-lhe o mais natural,
já que, segundo a Aia, o seu bebé iria para um lugar melhor.
Mas, neste conto, temos também o completo oposto da Aia, o
irmão bastardo do rei. Este fez tudo o que estava ao seu alcance para ocupar o
trono, pela cobiça de mais poder, riquezas e estatuto, por tudo o que condena a
humanidade de uma forma intemporal. O irmão bastardo do rei mostra-nos o quão
longe alguém pode ir pela ganância, mostra-nos o que é errado e, como tal, é
uma lição de vida. Nada neste mundo vale mais que uma vida. Nem a riqueza, nem
o poder.
Apesar da sua natureza um pouco perturbadora, esta obra tem
muitas ideias que merecem atenção.
Logo no
início, um pormenor que pode passar despercebido é a desigualdade social
representada pelo berço de marfim trabalhado e decorado do príncipe e o berço
simples de verga do filho da Aia. Porque é que um príncipe deveria viver melhor
do que outra pessoa? Nasceram ambos dignos, com os mesmos direitos e sendo da
mesma espécie, mas o príncipe é da realeza, e o outro bebé é filho da Aia, que
é escrava, uma pessoa não livre e totalmente entregue à família real que
servia. Mas, apesar de ser escrava, esta personagem fez algo de uma nobreza
admirável.
Outro
aspeto que merece o seu destaque é a lealdade, algo muito representado pelas
ações quase inconscientes da escrava real.
Embora já tenha referido o principal da intriga, recomendo
que todos leiam este conto, pelos recursos expressivos presentes, como a
metáfora, a comparação e a tripla adjetivação, algo muito presente em toda a
obra de Eça de Queiroz. Todos estes recursos expressivos, aliados à escrita
maravilhosa, tornam este conto uma experiência memorável.
Por último, gostava de reforçar mais
uma vez o ponto alto deste livro: a sua moralidade e ideologia. Como já referi,
temos o exemplo da escravatura, das hierarquias sociais, da ganância e da
avareza, da lealdade, mas a que mais chama a atenção, na minha opinião, é a crença
na vida após a morte. É um assunto referido em muitas obras, narrativas,
poesias ou mesmo textos dramáticos, sejam do século XV ou XXI e até
independentemente da religião. Algo que pode explicar o porquê desta ideologia
ser tão recorrente e resistente à prova do tempo é o facto de o ser humano
querer explicar tudo, mesmo o que não vê, e então, desde o início da história
(e até da pré-história) surgiram várias teorias para tentar explicar aquilo que
acontece depois da inevitável morte.
Nesta obra, vemos abordada a fé, as crenças, e o acreditar
naquilo que não se vê. A Aia é, de facto, uma personagem corajosa ao entregar o
seu filho e, mais tarde, a sua própria vida a algo que não vê, que não sente,
mas em que simplesmente acredita.
Esta ação pode chegar a ser até confusa e levanta muitas
perguntas. O que é que nós faríamos por fé? Faríamos o mesmo que a Aia? Serão
algumas pessoas hipócritas por não fazerem algo em que acreditam? E, por
último: Quem entregaria a sua própria vida e a do seu filho ao desconhecido,
apenas por acreditar nele?
Texto e ilustração de Manuel João Almeida Lobão, 9.º B
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O rapaz ao fundo da sala
Durante as últimas
férias, li o livro O Rapaz ao Fundo da Sala,
e gostei imenso. Então, nesta breve apresentação, vou falar um pouco da
história que ele nos traz, de algumas partes e expressões que considerei muito
significativas e das principais mensagens que retirei deste livro de Onjali Q.
Raúf.
O livro é
composto por 19 capítulos contados na 1ª pessoa, em que o narrador fala sobre
um grupo de amigos que recebem um menino refugiado na sua escola, que se
sentava sempre ao fundo da sala, sem comunicar com ninguém. Ao notarem esta
postura estranha, este isolamento carregado de tristeza, o tal grupo de amigos
faz de tudo para estabelecer amizade com ele.
Ainda sem
saber nada sobre esse rapaz tímido chamado Ahmet, o narrador e os amigos, Tom, Josie e
Michael, insistem em descobrir mais sobre esse rapaz estranho que se afastou do
seu país por causa da guerra, por isso, ele não é muito comunicativo devido ao
seu sofrimento.
Uma
situação que achei muito comovente foram as tentativas de uma relação de
amizade que os amigos realizaram para conquistar a confiança do colega, pois
eles ofereciam-lhe diversos doces e frutas, autocolantes da coleção deles, fazendo
com que ele se sentisse especial.
E claro que
todo esse esforço por parte deles acabou por resultar numa grande amizade. Mas
a preocupação por parte dos novos amigos de Ahmet era tanta que, quando
descobriram que ele estava separado dos pais pela guerra, do outro lado da
fronteira, tiveram de agir e daí surgiu um plano, a melhor ideia do mundo …
Um ponto
muito positivo deste livro são as ilustrações, pois algumas apresentam os
desenhos do narrador, que serviam de representação dos planos relacionados com
Ahmet.
E para vos
aguçar a curiosidade, fico por aqui, no que respeita ao enredo, e espero que
tentem descobrir em que consiste este plano para ajudar Ahmet. Agora, vou
partilhar convosco algumas expressões que achei maravilhosas.
A primeira, apesar de não estabelecer uma
ligação direta ao tema do livro, é uma frase que a mãe do narrador transmite ao
próprio: “Diz que os melhores livros são aqueles que deixam em nós mais
perguntas do que respostas e que essa parte é a melhor de todas”. Gostei muito
desta expressão, pois transmite o grande objetivo de muitos livros, que é
deixarem-nos na dúvida para nos incentivar a descobrir cada vez mais sobre
determinado assunto.
A segunda,
tal como a primeira, também nos faz pensar: “O pai dizia sempre que as palavras
podem doer mais do que uma bofetada, porque as nódoas negras e os galos com que
se fica desaparecem ao fim de um tempo e podem ficar esquecidos para sempre.
Mas as palavras podem não desaparecer durante muito tempo, e as mais cruéis são
as que mais tempo ficam.” Esta expressão não vou explicar, deixando-a para
refletirem acerca dela.
Achei este livro fantástico, pois fez-me
pensar sobre a situação dos refugiados, fora do seu país, muitas vezes, sem
família, nem amigos, completamente despojados de tudo. E, no final, uma
pergunta ficou no meu pensamento: “Quantos meninos haverá “ao fundo da sala”,
em situações semelhantes a esta, nas nossas escolas”?
Por outro lado, a narrativa deixa-nos
comoventes exemplos de amizade, generosidade, solidariedade e humanidade.
Espero que vos tenha despertado o interesse
para a leitura deste livro.