LI E GOSTEI! 2

 

2023-2024

Um Muro e uma Cerca 

Para a minha partilha de leituras, trago o livro “Um Muro e uma Cerca”, da autoria de Elisabete Martins de Oliveira. Este livro conta-nos a história de um homem, já de certa idade, o Sr. Elias, uma pessoa muito fechada e solitária que vivia no seu próprio mundo, guardando tudo para si. Nunca mais havia sido o mesmo após a morte da sua mulher e o abandono dos seus filhos, que se mudaram para outro país.

Até que um dia, uma família veio morar para a casa ao lado, mas, como é óbvio, o Sr. Elias nem reparara nos novos moradores, até ao momento em que um rapaz de 10 anos, neste caso, o filho da família vizinha do Sr. Elias, Santiago, chegou para “animar” a vida do Sr. Elias. Contudo, Santiago também não tinha uma vida perfeita, pois os seus pais eram muito ausentes e quase nem se importavam com o seu filho. Assim, vivendo o Sr. Elias e o Santiago tão sozinhos, criaram uma amizade inseparável. No entanto, algo vai acontecer e isso poderá interferir na amizade deles… O que será? Para descobrirem, terão de ler o livro.

Eu gostei muito deste livro, pois ele expressa muito bem os sentimentos das personagens e descreve tudo com clareza e muita facilidade. Também achei incrível o facto de o Sr. Elias e o Santiago se juntaram para preencher o vazio que os dois tinham dentro de si e admirei muito a maturidade de Santiago, tendo em conta a idade, bem visível nas escolhas que ele faz ao longo do livro.

Uma das coisas que me levou a ler este livro foram as três frases que se encontram na sua capa: “Uma criança abandonada. Um velho solitário. Uma amizade improvável.” Não resisti a esta trilogia… Agora passo a referir umas partes de que gostei: “E olho para cima, vejo-o: um miúdo de cabelos castanhos, fartos, a acenar-me da varanda da casa do vizinho. Suspiro outra vez, e abano a cabeça.” Gostei muito desta parte, porque foi a primeira vez que o Sr. Elias viu o Santiago, sem sequer imaginar que ele se iria tornar tão importante para ele. Outra parte impactante foi: “Mas será que aqueles pais não veem nada à frente? O filho devia estar acima de todas as prioridades.” Esta foi uma parte muito triste do livro, porque demonstra como os pais de Santiago não se importavam com ele, sendo que ele estava muito doente e sozinho. Uma coisa que achei muito interessante é que cada capítulo tem o nome de um dos personagens, ou seja, se o capítulo se chamar Santiago, então ele é o narrador desse capítulo.

 Texto e ilustração de Francisca Figueiredo, 8ºD

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“Um dia”

 “Um dia”, da autoria de Morris Gleitzman, conta a história de uma criança que, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu num orfanato, na Polónia. Félix, um jovem judeu, narrou a sua história através do seu ponto de vista, enquanto tentava sobreviver e entender o mundo devastador ao seu redor.

Félix era muito novo e não compreendia o que estava a acontecer, mas acreditava que os pais estavam em perigo e que um livro que eles lhe tinham deixado continha pistas sobre como encontrá-los.

Assim começou a sua jornada em busca da sua família. Ao longo do caminho, ele enfrentou vários perigos e encontrou pessoas que o ajudaram e testemunharam as atrocidades da guerra, tudo isso enquanto mantinha viva a esperança de reencontrar os pais.

Será que Félix conseguirá encontrar a sua família?

Durante a leitura deste livro, apercebi-me que cada capítulo começa sempre com frase “Um dia”, que é precisamente o título deste livro. Achei este aspeto muito curioso. Para além disso, uma expressão que me chamou muito a atenção foi: “Toda a gente merece ter alguma coisa boa na vida, pelo menos uma vez.”. Concordo claramente com o autor e considero que uma das melhores coisas que podíamos ter na vida era um Mundo sem guerras. Outra expressão de que gostei foi: “Olha para isto. O rio agora ficou vermelho de repente. O que é um pouco estranho, porque o pôr do sol continua a ser amarelo…”, porque demonstra que Félix adorava contar histórias para alegrar os outros e esquecer-se dos maus momentos.

Esta narrativa tem vários recursos expressivos, como por exemplo a enumeração e a personificação aqui presentes: “Pássaros a chilrear nas árvores. Insetos a zumbir ao sol. Campos de trigo a balouçar com a brisa.” O autor usa estes recursos para dar vida e emoção às paisagens naturais, para transmitir a sensação de harmonia e beleza da Natureza.

Gostei muito deste livro, pois mostra-nos como era o Holocausto, através dos olhos de uma criança. É uma leitura muito comovente, mas ao mesmo tempo cativante. Aconselho a sua leitura se quiserem compreender um pouco mais as vivências deste período horroroso.

Texto e ilustração de Sara Sonnemberg, 8ºD, Nº19

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Harry Potter e a Pedra Filosofal

     Hoje, a minha partilha de leitura vai centrar-se no livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, da escritora J.K. Rowling, traduzido por Isabel Fraga e da editora Editorial Presença.

     Esta narrativa começa na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts e conta-nos que, em tempos, houve um feiticeiro das trevas, Voldemort, que era impiedoso e dizimou muitas vidas, incluindo a dos pais de Harry. Mas, no momento em que tentou assassinar o pequeno Harry, perdeu as suas forças.

     No seu décimo primeiro aniversário, Harry recebeu uma visita do guarda de Hogwarts, que lhe contou tudo sobre o seu passado e as suas origens.

     O que virá pela frente?

     Este livro encerra uma história e um contexto que nos faz flutuar nos acontecimentos e nas emoções. A narrativa tem alguns recursos expressivos como por exemplo a adjetivação e a comparação, que nos ajudam a visualizar os ambientes, presentes na seguinte frase: “... eram vazios e gelados, lembrando a escuridão dos túneis." (p.116)

     Foram várias as passagens que mereceram o meu especial apreço, mas vou citar apenas algumas: “…, do poder delicado dos líquidos que se espalham vagarosamente pelas veias humanas, enfeitiçando o espírito, iludindo os sentidos … posso ensinar-vos como agarrar a fama, preparar a glória e deter a morte …” (p.116-117) -  gostei muito desta passagem pois remete para uma ambiente de magia que eu aprecio; “Contudo este espelho não nos dá nem conhecimento nem a verdade.” (p.179) - esta frase sublinha que a verdade e o conhecimento são muito importantes, pois nunca perdemos o conhecimento e sermos verdadeiros é essencial na jornada de vida; “Não se resolve nada a divagar em sonhos quando nos esquecemos de viver.” (p.179) - esta frase comprova que, nos sonhos, podemos “voar” e até ser a pessoa mais alta do mundo, mas se não vivermos na realidade, nada disso é especial e importante.

     E, para finalizar, vou partilhar convosco uma passagem que achei maravilhosa: “A tua mãe morreu para te salvar. Se há alguma coisa que o Voldemort não consegue entender é o amor. Ele não compreendeu que um amor tão poderoso como o que a tua mãe tinha por ti deixa a sua própria marca. Não uma cicatriz, não um sinal visível. Ter sido amado com uma tal profundidade, mesmo que a pessoa que nos amou tenha partido, dar-nos-á proteção durante a vida inteira.” (p.246) - gostei imenso desta frase, por expressar que o amor de mãe, além de ser incondicional, é eterno, mas o amor de mãe não tem de ser relacionado com mãe de sangue, mas também mãe de coração.


Texto e ilustração de Íris Guedes, nº7, 8ºC

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A Maldição dos Templários


            “A Maldição dos Templários”, de Evelyn Lord, com tradução de Neuza Faustino, fascinou-me.

Esta obra fala-nos da ascensão dos Templários, a mais poderosa ordem da Idade Média, e da sua queda na Europa e no Médio Oriente. O livro mostra-nos, também, a identidade do homem que a destruiu, o rei D. Felipe IV de França. Este rei acusou os Templários de heresia e blasfémia e de cuspirem na cruz, entre outras coisas, o que, na altura, eram acusações gravíssimas. Estas acusações destruíram a moral desta ordem e fizeram com que o povo deixasse de apoiar a causa Templária.

Este livro oferece-nos uma leitura que, por vezes, pode ser arrepiante, outras, fascinante. Apesar de tudo isto, considero-o apropriado à nossa idade. O vocabulário é riquíssimo, a linguagem está cheia           de recursos expressivos e, por vezes, surgem alguns termos medievais.

Agora, passo a transcrever uma passagem da qual gostei muito:


“Senhores,
Libertai-me ao menos as mãos,
Para que possa orar a Deus,
Percebo que é tempo e estação da minha morte, vejo o meu julgamento aqui,
Porém a morte agrada-me.
Deus sabe quem está errado e quem pecou.
Ele em breve os juntará, aqueles que erradamente nos condenam.
Deus vingará a nossa morte!
Senhores, saibam que por toda a Terra,
Todos os que estão contra nós,
Por nós sofrerão.
É esta a minha fé.
Neste momento imploro-vos, que possa ver a Virgem Maria,
Voltar para ela a minha face, que possa vê-la ao morrer.”

Isto disse Jacques de Molay, amaldiçoando o Papa e o rei D. Felipe IV de França, enquanto era queimado vivo.

Um mês depois desta afirmação, o Papa Clemente V, que ajudou a condenar os Cavaleiros Templários, morre.

Alguns meses depois, o rei Felipe IV teve o mesmo destino. Seguiram-se a fome, pestes, revoltas e guerras.

Eu gostei desta passagem, porque mesmo sendo culpado injustamente de heresia e de outras acusações, Jacques mantém a sua lealdade e fé para com Cristo, demonstrando ao povo e ao tribunal a sua verdadeira face.

 

Texto e ilustração de Francisco Fernandes, 8.º D

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“As mais belas coisas do mundo”

 

            O último livro que li e que decidi partilhar convosco chama-se “As mais belas coisas do mundo” de Valter Hugo Mãe, um escritor contemporâneo português. O texto é curto e não tem propriamente um enredo, mas é emocionante, muito poético e de grande reflexão, sempre sustentado nas memórias de Valter Hugo Mãe. 

Este livro tem ilustrações de Nino Cais, que mostram detalhes de plantas, insetos e obras de arte, remetendo o leitor para as suas próprias memórias. Relata episódios da infância do autor, tendo sido escrito com grande referência aos seus avós, aos momentos vividos com eles e de quem tem as melhores memórias.

O avô de Valter Hugo Mãe adorava explicar o sentido da vida, bem como as qualidades que todas as pessoas deveriam ter. Para ele, o respeito, a amizade, a generosidade, a honestidade, a educação, a simpatia, a empatia eram as mais belas coisas do mundo. Mais tarde o Autor acabou por perceber que o avô incorporava todos esses valores por ele transmitidos.

Um acontecimento comovente foi quando a avó de Valter Hugo faleceu e o avô fê-lo perceber que ela precisava de morrer, mas ainda assim continuaria com eles.

Apesar da escolha ter sido muito difícil, vou referir uma expressão de que gostei muito: “Quem não acredita não está preparado para ser melhor do que já é”. Gostei muito desta expressão poque motiva a acreditar que será sempre possível superarmo-nos.

Outra reflexão que posso ainda partilhar é a seguinte: “O meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era seguir procurando. Estar vivo é procurar, explicava.” Entendo isto como se devêssemos encarar a vida como uma missão, fazendo-me lembrar um provérbio bem português: “Enquanto há vida, há esperança.”

Neste livro não consigo indicar nenhum acontecimento que vos crie suspense, mas julgo que posso incutir alguma curiosidade nas reflexões que promove. Para vos convencer a ler este livro, posso concluir que é um livro bem ilustrado, com pouco texto, escrito com um olhar adulto, mas carregado de memórias de criança e que faz sentir saudade....

Outro aspeto importante que retiro do livro é a descoberta do autor: o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço.

Texto e ilustração de Diogo Gonçalves, 8.ºD

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A Viagem do Elefante, de José Saramago

 

     A Viagem do Elefante, de José Saramago, é uma obra que, fundamentada com a imaginação do autor vencedor do Nobel da Literatura,  nous retrata a história verídica de Salomão, um elefante de origem indiana que se encontrava em Lisboa e foi utilizado pelo rei D. João III como oferta ao seu primo, o arquiduque Maximiliano de Áustria. A história relata a viagem deste animal exótico, acompanhado pelo seu cornaca, Subhro, que desde Lisboa até à capital austríaca enfrentam enormes obstáculos em que terão de se adaptar também em relação às comodidades do elefante.

     Apesar de ser um livro muito interessante, houve alguns tópicos que gostei mais, por exemplo, as cenas em que o elefante, ao longo da sua viagem, surpreendia o povo por onde quer que passasse, desde uma pequena zona rural no interior de Portugal, até uma das maiores cidades de Itália, Génova. Também senti muita paixão com a conexão que Subhro tinha com Salomão ao longo da jornada, como se nenhum deles conseguisse sobreviver sem o outro.

     Esta obra é, de todos os livros, contos, poemas e jornais que eu li, a que tem uma grande diversidade no vocabulário, surgindo tantas palavras que eu, antes de ler o livro, nem se sequer as vi. Além disso, eu recomendo a leitura desta história, pois é uma daquelas em que entramos na jornada, sentimos o que algumas personagens sentem, e que pode tornar a nossa leitura mais interessante.

     Durante o Séc. XVI, em plena Era dos Descobrimentos, Salomão, um elefante que terá vindo do seu país natal até Belém, há mais de dois anos, é utilizado pelo seu dono, “O Piedoso” (D. João III), como oferta ao seu primo, o arquiduque Maximiliano de Áustria, de modo a obter relações políticas entre Lisboa e Viena.

     Assim, a viagem começa em Lisboa, onde é preparada a equipa para acompanhar Salomão, o seu cornaca, Subhro, e uma comitiva ao serviço do rei e disposta a satisfazer as necessidades de Salomão. A viagem decorre desde a capital portuguesa até à pequena vila de Figueira de Castelo Rodrigo, e na obra refere-se que Salomão encontrou algumas dificuldades em relação ao estado de tempo e à admiração do povo português.

     Entra nesta magnífica viagem e descobre aventuras magníficas!

 Texto e ilustração de Diogo Santos, nº5, 9ºG

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“Relato de um náufrago”

Hoje trago até aquí um livro de um compatriota meu: “Relato de um náufrago”, da autoría de Gabriel García Márquez, colombiano, como eu.

Esta narrativa centra-se num homem, chamado Luís Velasco, que faz parte da Marinha Colombiana. Numa expedição, o seu navio naufragou  e ele, milagrosamente, conseguiu sair dos destroços e alcançar um pedaço de madeira quadrado, uma balsa.

Sobreviveu?

O que aconteceu com os seus companheiros do navio?

Descubram as respostas, lendo este livro magnífico.

Gostei deste livro pela emoção que desperta e pela profundidade da escrita da história.

            Gostei especialmente de um capítulo intitulado: “Tive um camarada na balsa”, por não ter a certeza se eram meras alucinações do náufrago ou a realidade chamando-o a terra. Tambem gostei da frase: “Depois da tempestade o mar torna-se cor azul, como nas pinturas.”, porque sugere as pinturas famosas e bonitas que representam o mar sereno e leva-nos a transpor para situações da nossa vida real, insinuadas no provérbio “Depois da tempestade vem a bonança”.

E para finalizar, deixo-vos uma passagem metafórica: “Mas como a salvação veio envolta numa auréola, premiada com o título de herói como um bombom com surpresa, não tive outro recurso senão suportar a salvação, como havia chegado, com heroísmo e tudo.” Este extrato deixa transparecer algo enigmático, sugere algo escondido dentro de um bombom, que pode ser bom ou mau, mas que só desvendaremos depois de abrir, ou seja, depois de chegarmos à realidade dos factos.

Leiam este livro fabuloso de um escritor distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.


Texto e ilustração de Esther Martínez, 8ºD

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“A Lua de Joana” 

 Hoje venho falar de uma narrativa que tem como título “A Lua de Joana”, da autoria de Maria Teresa Maia Gonzalez e ilustrações de Cristina Malaquias.

Esta narrativa conta-nos a história emocionante de vida de uma rapariga, Joana, que perdeu a sua amiga Marta, devido ao consumo de drogas. Como escape para superar a morte da amiga, Joana escreve-lhe cartas, diariamente, a contar-lhe como foi o seu dia a dia. Quando escreve essas cartas, Joana sente-se mais próxima de Marta, mesmo não entendendo o que levou a amiga a consumir drogas. Certo dia, Joana conhece uma amiga de Marta, a Rita, que terá sido responsável pela morte da amiga, uma vez que fora ela que a levara a consumir as drogas. Mais tarde, Diogo, irmão de Marta, também foi vítima das drogas. Então, Joana começou a vender as suas coisas para conseguir dinheiro e ajudar Diogo, acabando, também ela, por se envolver com as drogas.

Será que Joana irá conseguir sair deste vício maligno?

            Passo agora a referir duas passagens de que gostei muito: “Como hoje é o dia de todos os Santos, vou fazer uma boa ação: pegar no livro de matemática... Espero que represente um dia a menos no purgatório.” Este extrato mostra-nos que, para Joana, o estudo era um dever e achava que, ao fazê-lo, estava a redimir-se das coisas erradas que tinha feito. “O meu quarto também é um deserto branco, no meio de uma casa que faz eco de tão vazia.” Esta frase dá-nos a entender que Joana estava a sentir-se perdida e sozinha, mesmo dentro da sua casa.

Esta narrativa é enriquecida com vários recursos expressivos, que tornam o texto mais vivo e aliciante. Apresento, como exemplo, a comparação: “O João Pedro está com ares de grande empresário de Hollywood.”, que nos permite visualizar com mais nitidez a postura da personagem.

Gostei muito deste livro, porque nos mostra um dos caminhos que não devemos seguir, bem como nunca experimentar. Ensina-nos a escolher melhor com que pessoas devemos lidar no nosso dia a dia e a nunca fazermos o mesmo que outra pessoa faz, mesmo sendo nossa amiga.

Gostei, ainda, dos poemas que a Joana escreveu ao pai, porque criticavam o comportamento dele e eram, também, pedidos de ajuda que o pai não soube interpretar.


Texto e ilustração de Sara Sonnemberg, 8.ºD

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Vendidas!

     Hoje venho falar do livro “Vendidas!”, da autoria de Zana Muhsen.

     Nesta narrativa, a autora, Zana, conta e descreve a sua experiência e a da sua irmã, Nadia, com 15 e 14 anos, respetivamente, depois de terem sido ludibriadas pelo pai, dizendo-lhes que iriam visitar o resto da família no Iémen, mas nada correspondia à verdade. Quando chegaram, ambas ficaram chocadas e devastadas com a notícia, mas o seu pai estava determinado a seguir adiante. Vendeu as filhas para dois homens no Iémen, por uma determinada quantia de dinheiro, e elas foram forçadas a casar-se com esses estranhos. O marido de Zana era um homem violento e abusivo que a tratava horrivelmente, enquanto o marido de Nadia era mais gentil, mas não era alguém que ela escolhesse para se casar.

     Eu gostei bastante deste livro: da linguagem, da forma como a autora descreve detalhadamente o pesadelo em que viveu durantes anos e das imagens reais presentes no livro.

     Não posso deixar de citar duas expressões que me impressionaram muito: “De repente, tornei-me a propriedade de um homem que eu nunca tinha visto antes.” - transmitiu-me o desespero da autora, horrorizou-me perante a ideia de uma pessoa se tornar propriedade de alguém e fez-me ver a rapidez com que a vida dela mudou completamente de uma hora para a outra; “Eu não podia acreditar que minha mãe havia concordado em me vender.” Esta expressão representa o choque da autora ao saber que a sua própria mãe tinha concordado com a ideia de vender a própria filha a estranhos e eu também fiquei chocada.

     Uma conclusão que tirei deste livro é que esta narrativa é um relato poderoso e emocionante que retrata os horrores do casamento arranjado e a resiliência do espírito humano. Além disso, lança luz sobre um hábito que, infelizmente, é muito comum no mundo e desperta a importância e a urgência de lutar pelos direitos e pela liberdade das mulheres.

Texto e ilustração de Inês Mariana Rodrigues Lourenço, nº 12, 8ºD

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“A mulher que prendeu 

a chuva”

     Hoje venho partilhar convosco as minhas opiniões sobre o livro “A mulher que prendeu a chuva”, da autoria de Teolinda Gersão.

     Quem me cativou para ler este livro foi a minha irmã, pois ela já o tinha lido e indicou-mo, porque o apreciou bastante.

      Este livro é do tipo narrativo, é composto por catorze contos e, apesar de serem todos fabulosos, nesta apresentação vou falar, essencialmente, sobre o meu favorito, intitulado “As tardes de um viúvo aposentado.” Este conto fala sobre os hábitos e a rotina do personagem após o falecimento da sua mulher, como, por exemplo, visitas ao cemitério, viagens que fez para fugir da realidade ou até mesmo novas amizades, o que, quando a sua mulher estava viva, ele não gostava de fazer.

       Este personagem mudou muito e não só nas rotinas, mudou também a sua maneira de ser. Quem o conhecia pensou que não era o mesmo homem que estava constantemente a implicar com a mulher e sempre preocupado em contradizê-la, eram muitos os que a elogiavam pela sua paciência.

       Gostei muito deste conto, pois, apesar do personagem não ter sido um bom homem quando a mulher precisava, soube admitir os seus erros e conseguiu mudar, uma coisa que muitas pessoas não conseguem fazer, então, por isso, agradou-me ver a sua transformação para melhor ao longo do livro.

        Também gostei bastante do primeiro conto – “Cavalos noturnos”, do qual passo a transcrever este extrato: “Corria para a frente, na noite, no dorso de um cavalo enlouquecido, que me arrastava, para nenhum lugar. Não havia pontos de referência na paisagem, cavalgávamos à desfilada, depressa, cada vez mais depressa, e no entanto sem avançar no espaço. Não sabia onde estava e recordava-me só vagamente do meu nome. Mas não esquecera o teu. Nem o facto de que estavas morto.” Esta passagem retrata os pesadelos vividos por uma mulher face a uma doença incurável do marido e, posteriormente, à sua morte. Neste conto, está presente o vazio, a dor, a angústia de lidar com a perda da vida de pessoas que amamos e a terrível dificuldade de adaptação a esta situação. Como reação, a fuga da realidade, a desorientação, a incessante procura do desaparecido.

         A linguagem deste livro é muito rica e contém bastantes recursos expressivos.

          Gostaria também de dizer a lição que este livro me deu: que devemos sempre valorizar as pessoas que amamos e ajudá-las em todos os momentos, porque depois pode ser tarde demais.

        

Texto e ilustração de Margarida Sabença, 8.ºD

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Mar me quer

de Mia Couto


            A obra "Mar me quer", escrita por Mia Couto, é um livro com oito capítulos, onde a personagem principal, Zeca Prepétuo, um pescador negro reformado, conta a sua história de amor com a sua vizinha Dona Luarmina, uma gorda mulata que Zeca conheceu após ir morar na casa herdada dos seus pais, que já tinham falecido. 
            Esta é uma história bela e agradável, no entanto, consideramos que não é de compreensão fácil, uma vez que o autor, de origem moçambicana, utiliza várias termos que não são usuais no português de Portugal. Achamos interessante que cada capítulo seja introduzido por um dito do avô Celestiano, fazendo com que ele esteja “presente” ao longo de toda a história. Relativamente às personagens, achamos engraçada a forma como Zeca, um homem já de certa idade, doente, tenta constantemente, ao longo da história, mostrar o seu amor e conquistar Dona Luarmina, uma velha gorda e feia, aproveitando todas as oportunidades para a seduzir e procurar que ela caia na sua conversa. 
            Esta história mostra-nos, por isso, que o amor não tem idade, nem quer saber de padrões de beleza exterior. A parte da história de que nós mais gostamos foi quando a Luarmina revelou a Zeca que era a mulher com quem o seu pai passeava no barco. O que nos agradou menos na história foi o facto de ter um final triste.

            Recomendamos a leitura desta obra, principalmente para pessoas que preferem livros de romance, porque é um livro pequeno, de leitura rápida e com uma história cativante. É também indicado para pessoas que gostam de frases bonitas, pois ao longo da história aparecem várias frases que nos ficam na memória. Com esta história viajamos facilmente por outros lugares e por outras existências, outras formas de ser.

 Texto e ilustração de Mª Carmo Gomes e Sofia Oliveira, 9º G

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Bichos, de Miguel Torga

Mago

     “Mago” é um conto que faz parte da célebre obra “Bichos” de Miguel Torga. No conto em apreço, Mago, um gato que vadiava e namorava desenfreadamente pelas ruas, um dia, depois da mãe ter morrido e da namorada ter desaparecido, desamparado e esfomeado, foi ter ao quintal da D. Sância, uma senhora muito afetuosa que o levou logo para sua casa e o tratou como se fosse uma criança, com muito carinho e cuidados. De tal modo que, à custa de tantos mimos, o gato foi-se tornando sedentário, molengão, sem vontade para fazer qualquer atividade relacionada com os hábitos felinos. Contudo, de vez em quando, era assaltado pelas saudades da sua vida passada, pela vergonha de se ter deixado seduzir pelo conforto, pela comodidade e ter fraquejado, abandonando a vida digna de um verdadeiro gato. E um dia, levado pelo forte desejo de voltar aos velhos tempos, fugiu de casa e regressou à rua. No entanto, o colo da D. Sância, todas as mordomias com que era tratado, tinham-lhe tirado as reações, a destreza, as defesas de um verdadeiro gato e o contacto com os seus antigos companheiros não correu nada bem.

     O que terá realmente acontecido? Será que Mago ficará definitivamente na rua ou regressará aos carinhos da dona? Será que ele vai optar pela comodidade ou pela liberdade?

     Às vezes, temos que tomar decisões difíceis…

     Este conto, tal como todos os outros que fazem parte do livro “Bichos”, retrata comportamentos das pessoas, através das atitudes dos animais. Esta narrativa, específicamente, faz-nos refletir sobre a necessidade de tomarmos opções na vida, por vezes nada fáceis, mas necessárias, de não nos deixarmos levar pelo mais fácil, pelo mais cómodo, pelo menos trabalhoso. Temos de ter vontade própria, coragem e força para lutarmos por aquilo que pretendemos e que consideramos digno para nós.

     A linguagem é rica e interessante, cheia de recursos expressivos que tornam a narrativa ainda mais bela e real.  Vou partilhar convosco algumas expressões que são exemplo disso. “Mago respirou fundo. Abriu o nariz e encheu o peito de ar ou de luar, não podia saber ao certo, porque a noite era clara como o dia e parada como uma montanha.” Esta passagem, com o uso da metáfora e de comparações, permite-nos visualizar perfeitamente aquela noite serena e cheia de luar. “A lua, cada vez mais branca lá no alto, olhava-o com desdém. A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim.” A personificação e a comparação usadas nestas frases preparam o leitor para algo terrível que está prestes a acontecer.

     Adorei a maneira como Miguel Torga expressou os seus sentimentos nas ações dos animais e utilizou alguns comportamentos como críticas aos humanos. Recomendo a leitura deste livro, pois faz-nos refletir sobre a vida e os nossos comportamentos.

Texto e e ilustração de Francisca dos Santos Oliveira, n°5, 8°C 

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O longo caminho para a igualdadede Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

 

Este é um livro que fala sobre os problemas da igualdade de género nas profissões e dos sonhos que  queremos  seguir, pois, devemos seguir os nossos sonhos independentemente dos estereótipos da sociedade.

Este livro chamou-nos à atenção, porque nos fala de quatro amigos, dois rapazes e duas raparigas e uma delas queria ir para a Força Aérea. Porém, o  Luís não concordava com a ideia da sua amiga Luísa seguir esse sonho, pois achava que a Força Aérea era para homens. Este foi o  tema da discórdia entre eles.

Luísa contou ao Duarte e à Maria, os outros dois amigos, o que tinha acontecido, discordando, estes, completamente, da opinião do Luís, porque não era admissível. Esta desigualdade e esta diferença já não podiam existir no século XXI. Ora, este assunto foi levado até à casa de cada um.

Os pais de Duarte também consideravam que a Força Aérea era para homens, o mesmo não pensava o Duarte, pois discordava totalmente dos pais e ficou chocado com a opinião deles.

O Luís vivia com a mãe, que se tinha separado recentemente do pai, pois este sempre usou a mãe como escrava dele. Ela não trabalhava e sempre teve que fazer o que ele mandava, mas quando se divorciou começou a trabalhar. Quando o Luís falou com a mãe sobre o caso da Luísa, a mãe concordou que a sua amiga tinha o direito de seguir os seus sonhos.

Na casa da Maria as mentes eram muito abertas e debateram o assunto e chegaram à conclusão que a Luísa tinha o direito de ir para onde ela queria, sem ligar à opinião dos outros. E, na casa da própria Luísa, havia a concordância dos pais, pois também eram muito modernos e tinham outra maneira de ver a vida, já o seu irmão considerava que ela não teria capacidade para realizar as provas físicas, pois era do «sexo mais fraco». No entanto,  Luísa tinha a certeza que iria conseguir realizar todas as provas e passar, pois não existe “sexo mais fraco”, existem pessoas, pessoas que se esforçam, independentemente do género.

Na verdade, a Luísa tem razão, não existe um género inferior, existem pessoas que se esforçam para realizar os seus sonhos, independentemente do género. Todos somos capazes de realizar qualquer coisa, com esforço e dedicação e não nos podemos deixar levar pelo que as pessoas dizem, pelo que as pessoas chamam de «normal», pois, todas as profissões são para os dois géneros, a igualdade de género é muito importante e temos que todos em conjunto lutar por ela.

Na nossa opinião, ler este livro foi muito importante para relembrarmos que esta desigualdade está muito presente nos dias de hoje e isto tem que acabar, porque todos somos capazes e todos somos iguais, independentemente do género, tudo depende da nossa capacidade psicológica. 

 

Texto e ilustração de Inês Soares e Rita Soares 9º G

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Miura

     “Miura” é um dos catorze contos que faz parte do admirável livro “Bichos”, de Miguel Torga, em que as personagens principais são animais aos quais o autor atribuiu dimensões humanas e que nos levam a inevitáveis reflexões sobre o nosso comportamento.

     Este conto fala de um touro, Miura, que estava preso, encurralado, num cubículo, à espera da sua vez para participar numa tourada. Ele sentia raiva e empurrava as paredes com desespero para sair daquele sítio, mas sem sucesso.

     De repente, as palmas e a música que se ouviam lá fora pararam. Miura achava que estava na hora de ir para a arena, mas foi a porta do lado que se abriu. O touro tentava recordar-se da planície, do sol quente, das saudades de ser livre, mas sem sucesso, pois apenas ouvia os passos derrotados de um touro.

     Novamente, a multidão calou-se, mas desta vez foi o Bronco, um grande amigo do Miura, que foi para a tourada, contudo também não fazia bem o seu papel, já que apenas se ouviam assobios e apupos da multidão.

     Subitamente, sentiu uma ferroada fina, mas funda, a cravar-lhe a perna. Miura deu um salto de dor e, de repente, ao olhar à sua volta, viu uma grande multidão numa arena. Tinha chegado a sua vez de participar na tourada.

     O que será que vai acontecer na tourada com Miúra? Este touro vai sobreviver?

     Este conto é muito pesado, deixando-nos inquietos, amargurados, já que Miguel Torga faz uma crítica à sociedade exprimindo os pensamentos e os sentimentos de um touro numa tourada: a raiva, a angústia, a incompreensão, a saudade, a impotência, a submissão ao mais forte... Esta história fez-me pensar nas touradas como nunca antes tinha pensado, algo tão normal nos dias de hoje, tão incluído no nosso dia-a-dia, mas que sempre será horrível para os animais.

     Em vez de o homem estar a progredir e a deixar de se divertir com o sofrimento dos outros, já que na época da Grécia Antiga, o homem se divertia através das lutas entre gladiadores, faz exatamente a mesma coisa, mas com os animais.

     É certo que as touradas dão emprego a muitas pessoas e, sem elas, o touro bravo seria extinto, mas não podemos deixar que os animais sofram mais. Com que direito o homem inflige aos animais este sofrimento atroz por simples diversão? Há oito países em que as touradas são legais, incluindo Portugal, no entanto há cada vez mais pessoas e organizações a tentar proibir esta prática no mundo. Todavia, para que isso seja possível, todos temos de contribuir para esta causa.

     Eu recomendo a todos a leitura deste livro, porque, mesmo sendo de difícil compreensão, contém uma mensagem muito polémica, mas atual, sobre uma causa extremamente importante e, através deste livro, conseguimos sensibilizar o mundo sobre este assunto tão esquecida pela sociedade.

Texto e ilustração de Maria Leonor Lopes, nº 16, 8º D

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A obra “Eu falo como um rio”, de Jordan Scott, lê-se como um poema, com ilustrações muito bonitas. Ler este livro revela-se importante para quem se sente diferente, solitário ou incapaz de se integrar no meio escolar. É um livro excelente para trabalhar este tema. Um livro para todas as idades, muito interessante, que transmite a indiferença entre as dificuldades de um menino e os colegas da escola.

Esta é uma história comovente de como um pai consegue, com poucas palavras e silêncios acertados, ajudar o seu filho a lidar com a sua gaguez e a agressividade que tem de enfrentar na escola, só porque fala de forma diferente dos outros meninos.

O rapaz que enfrenta dificuldades de comunicação, de expressão, por não conseguir dizer todos os sons das palavras, na escola tenta passar despercebido, para não ter de falar nem responder ao professor.

As suas manhãs são sempre difíceis, prepara-se para o dia sem uma palavra. Todos os colegas o ouvem e veem diferente e ele não consegue disfarçar.

O pai vai buscá-lo à escola e diz-lhe que vai levá-lo para um sítio tranquilo e sossegado, levando-o até ao rio, mas o menino não consegue esquecer todos aqueles olhos e lábios a rir e a troçar dele…

«Quando as palavras que me cercam são difíceis de dizer, penso no rio indomável.»

Texto e ilustração de Gonçalo Teixeira, 9ºG

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"Sami, o rapaz que sobreviveu a Auschwitz"

Hoje venho falar do livro "Sami, o rapaz que sobreviveu a Auschwitz", escrito por: Walter Veltroni, com ilustrações de Giovanni Scarduelli e editado pela “Bertrand Editora.

O livro conta a história de um menino judeu que foi levado para um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi separado de sua família e teve de aprender a sobreviver num ambiente hostil e brutal. Mesmo diante das condições mais adversas, ele nunca perdeu a esperança de um dia ser livre novamente.

 O livro é uma narrativa emocionante e uma lição de vida inspiradora que nos leva a refletir sobre a natureza humana e a coragem necessária para superar as dificuldades. A história deste menino é um testemunho poderoso da resiliência e da capacidade de sobrevivência do ser humano.

 Ao longo do livro, são-nos apresentados personagens que o rapaz conheceu no campo, cada um com sua própria história e luta pela sobrevivência. O autor leva-nos a uma jornada emocionante e mostra como o rapaz e os seus companheiros de prisão lutaram contra todas as probabilidades para manter a sua humanidade e dignidade. 

O que mais me tocou nesta obra é que se trata de uma história verídica vivida pelo judeu Samuel Modiano, que muitos anos mais tarde ganhou coragem para relatar tudo o que passou no campo de concentração. E nas suas palavras «Sou o único sobrevivente da minha família, e durante anos interrogava-me: PORQUÊ? Só quando decidi começar a contar o que vivi é que compreendi. Sobrevivi para contar o que vi.»

Agora vou vos transcrever um excerto do livro do qual gostei muito: "O homem livre é aquele que sabe escutar o outro e que, com humildade, se dispõe a acolher as suas opiniões, ainda que sejam diferentes das suas. ... Nós, judeus, vivemos esta violência na pele, ao longo da História. Mas eu, até há pouco tempo, não sabia. Deixei há pouco tempo de ser um menino, agora sou um rapaz. Para mim, ser judeu significa sentir-se parte de uma comunidade, dizer as mesmas orações, amar o mesmo deus."

Samuel tinha apenas 14 anos quando chegou a Auschwitz, pouco mais do que a nossa idade, pelo que enquanto lia não pude deixar de refletir... e se fosse eu, e se fossemos nós?!...

O livro é uma leitura obrigatória para todos aqueles que desejam aprender mais sobre a história do Holocausto e sobre a força de espírito que é necessária para enfrentar situações extremas.

Recomendo a leitura deste livro a pessoas que gostam de livros que desafiam as suas emoções e as fazem refletir sobre a vida, mas também porque é importante que mantenhamos presente o que aconteceu durante o Holocausto, honrando a memória de todas as vítimas e procurando que tal horror nunca se repita.

 Texto e ilustração de Diogo Morgado, Nº5 8ºD

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“Os pescadores de nuvens”,  de Ana Lázaro

Esta é uma obra muito interessante e acima de tudo tem uma história muito original, pois fala-nos sobre a relação extraordinária e muito próxima entre um avô e o seu neto.

A história fala-nos de um menino pequenino chamado Rodolfo, que tinha um avô que vivia isolado no topo de uma montanha e que também se chamava Rodolfo.

O avô era muito amoroso, divertido e brincalhão. Todos os domingos o neto ia ter com o avô ao topo da montanha, o neto passava por umas casas brancas com riscas azuis que pertenciam a umas velhinhas que passavam o dia sentadas à janela. Estas velhinhas e as pessoas da aldeia chamavam o neto de pequeno Rodolfo e ao avô chamavam de Rodolfo Careca ou Rodolfo Graxas.

      Rodolfo Careca tinha uma casa mágica que estava sempre a mudar de cor, pela manhã. A casa era de um amarelo luminoso, mas durante o dia ganhava um tom mais alaranjado e no final do dia ficava com um tom mais dourado. O jardim também era muito bonito e tinha muitos animais, desde grilos a cães.

       Todos os domingos o neto ia ter com o avô, que estava sempre à sua espera no portão verde, para irem soltar papagaios de papel no ar, que o avô fazia, lindos, grandes e alegres papagaios de papel.

        O Rodolfo subia para as costas do avô e este atava ao seu dedo o fio do papagaio de papel feito pelas suas mãos. Com aquele papagaio eles pescavam pedaços de nuvens. Ambos lançavam o papagaio no ar e este começava a subir em direção ao céu e era preciso saber dirigir o cordel do papagaio para que este chegasse às nuvens. Quando sentia um esticão, o avô ajudava o neto a descer dos seus ombros e esperavam que o papagaio mergulhasse no céu e agarrasse pedacinhos de nuvens. Era muito importante saber manobrar o papagaio, porque no inverno o papagaio podia partir com o gelo e no verão podia queimar com o sol.

        As nuvens que eles pescavam eram colocadas em pequenos frascos de vidro. As nuvens eram todas diferentes umas das outras, umas eram feitas de chuvas, outras de nevoeiro, outras cheiravam a flores selvagens, outras a comidas caseiras, outras vinham de muito longe, da Nova Zelândia, das Caraíbas ou até do Tibete. Estes frasquinhos eram guardados num armário na casa especial do avô.

           A casa do avô é muito diferente das outras casas, pois na sala o chão não tinha tapetes, mas relva, não havia móveis, as paredes tinham grandes janelas sem cortinas, havia um banco no meio da sala e do teto caía um baloiço e dezenas de papagaios de papel. O compartimento favorito do pequeno Rodolfo era a Biblioteca de Nuvens, onde tinham os frasquinhos de vidro.

      Um domingo, Rodolfo pequeno chegou casa do avô e este não estava à sua espera no portão e, quando entrou em casa, viu que o avô estava muito doente, por isso o avô disse que teria de ir sozinho pescar nuvens. O pequeno Rodolfo ficou preocupado e com medo de ir sozinho, mas o avô disse que ele já era um rapaz crescido. Encheu-se de coragem, despediu-se do avô e pôs-se a caminho. Não foi uma tarefa fácil, pois o papagaio estava sempre cair, mas de repente…

Se queres descobrir o que aconteceu, aconselho-te a ler esta história fantástica.

 Texto e ilustração de João Pereira, 9ºG

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A Ilha do Tesouro


“A Ilha do Tesouro” é uma narrativa de aventuras de Robert Louis Stevenson, com uma adaptação para língua portuguesa realizada por António Pescada, ilustrações de Daniele Fabbri e editada pela Porto Editora.  

O livro é um clássico da literatura de aventuras, publicado originalmente em 1883. A obra é composta por quatro capítulos e fala de uma faroleira que, numa noite de dezembro, encontrou um livro na praia, já muito desgastado devido à ação da água. Tão deteriorado que só ficaram visíveis as ilustrações e as letras douradas do título.  

A faroleira foi para casa disposta a desvendar o significado das ilustrações, quando, de repente, ao erguer a cabeça, viu o fantasma de um pirata que lhe contou a história do primeiro capítulo, do qual ele era a personagem principal. E é assim que se desenrola a história. As aventuras narradas ao longo dos quatro capítulos ganham vida e são os espíritos das personagens que vão contando, um por um, as suas aventuras. 

O meu capítulo preferido foi o primeiro, intitulado “Billy Bones”, onde é contada a história do mesmo pirata e das suas aventuras com o seu companheiro denominado Jim 

Este livro é rico em recursos expressivos, sendo um deles a enumeração, como é visível no exemplo: “Um casaco de peles, um mapa, uma bussola, um monóculo e um relógio”. 

Uma das principais  críticas que se pode fazer acerca do livro é a sua previsibilidade narrativa. A história segue uma estrutura bastante convencional de aventura, com poucas reviravoltas ou surpresas que possam surpreender o leitor. Apesar destas críticas, esta obra merece ser lida e bem apreciada. A sua narrativa envolvente e os personagens carismáticos garantem um entretenimento divertido e emocionante, capaz de transportar o leitor para um mundo de piratas, mar, pólvora e tesouros perdidos.  

O autor recorre muito à descrição, o que nos permite imaginar com mais clareza os locais da história. Exemplo disso é a descrição feita de um barco depois de uma batalha: “No barco, tudo parecia morto. Uma garrafa com o gargalo partido rolava de um lado para o outro. A verga do mastro grande, abatida pelo vento, revelou-me os dois marinheiros da tarde anterior na parte de trás da ponte: o “Barrete Vermelho” deitado de costas, com os braços abertos e uma expressão de morte nos lábios. Hands encostado à amurada, numa poça de sangue”. Escolhi esta expressão, pois é muito pormenorizada e oferece uma imagem visual do estado do barco.  

Recomendo a leitura deste livro pelas aventuras interessantes que relata, sendo rico em vocabulário ligado à vida no alto mar/oceano, pela abundância dos recursos expressivos e pela sua leitura fácil e interessante. 

 

Texto e ilustração de Francisco Fernandes, Nº9, 8ºD

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"O Diário de Anne Frank"

     No decorrer do 7º ano, saí da minha zona de conforto e aventurei-me a conhecer novos autores e novas formas de escrita. Tem sido uma boa aventura. E é uma dessas leituras que vou partilhar convosco.

     Hoje vou falar sobre o livro “O Diário de Anne Frank”. Já tinha ouvido falar muito desta obra e, numa partilha de ideias, decidi lê-lo.

     “O Diário de Anne Frank” foi escrito por esta entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, enquanto vivia escondida num esconderijo, com a sua família, o pai, Otto Frank, a mãe, Edith, e a irmã, Margot, durante a perseguição aos judeus, no Holocausto.

     Quando a Alemanha invadiu a Holanda durante a 2.ª Guerra Mundial, a família de Anne foi obrigada a mudar-se para outro lugar para não serem descobertos. Estes mudaram-se para um anexo secreto, em Amesterdão. Quando o seu pai lhe ofereceu um livro, ela começou a escrever um diário, ao qual deu o nome de Kitty, pois queria que o diário fosse como uma amiga para ela. Neste diário, ela escreveu todos os momentos vivenciados e todos os seus pensamentos que lhe ocorreram nesse período atribulado.

     Adorei ler este livro, porque é emocionante, a cada parágrafo apetece-nos continuar a ler mais. Neste diário, conseguimos sentir todos os momentos da sua vida quotidiana e a sua escrita leva-nos a sentir a sua alma de criança cheia de sonhos que ela não conseguia realizar. Do meu ponto de vista, Anne Frank era uma menina sonhadora e, num determinado momento, até eu estava a sonhar que era a Kitty: sentia-me a confidente da Anne Frank, onde ela podia partilhar os seus segredos.

     Também penso que Anne Frank, mesmo com os momentos dificeis que estava a viver, seguia com a sua vida, esquecendo-se dos problemas que a rodeavam, uma vez que ela lia, aprendia a falar novas línguas e dedicava-se a outras atividades. No livro,  encontrei várias passagens de que gostei, mas vou destacar uma frase que apreciei de forma especial: “...até porque o papel tem mais paciência que algumas pessoas.” é uma das frases mais bonitas deste livro. Totalmente verdade!


Texto e ilustração de Letícia Silva, nº 12, 8º C

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“História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”

 

Recentemente estive a ler o livro “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, de Luís Sepúlveda, um grande escritor chileno. Este livro é composto por 20 capítulos e tem uma mensagem muito bonita transmitida através dos animais, sendo, portanto, uma fábula. Esta fábula deixa, na verdade, várias lições no decorrer da história, desde o alerta para os problemas ambientais, que marca logo o arranque do enredo, os direitos dos animais, o espírito de grupo, mas sobretudo o amor e a amizade.

          O livro retrata a história de uma gaivota, Kengah, que, na tentativa de se alimentar, foi aprisionada e morta por um dos grandes erros dos humanos, a maré negra.

Antes de morrer, Kengah usou as suas últimas forças para pôr um ovo e, imediatamente, pediu a Zorbas, um gato grande, preto e gordo, que lhe prometesse que não comeria o ovo, que cuidaria da gaivota e que a ensinaria a voar. E assim foi.

Zorbas não fez tudo isto sozinho, acabando por pedir ajuda a outros gatos do porto, sendo o meu preferido o Sabetudo, pois sempre que lhe aparecia um problema, a sua solução era consultar uma enciclopédia.

Outra personagem que me chamou à atenção foi Barlavento, um gato cor de mel que reagia regularmente com expressões ligadas ao mar, como por exemplo a que passo a referir: “Pelos Caracóis da anémona!”. Barlavento disse esta expressão quando o grupo de gatos estava à procura de um humano para colaborar e também ensinar Ditosa, a gaivota, a voar. Barlavento, com esta expressão, transmitiu desânimo, irritação e impaciência por não conseguirem decidir a que humano iriam pedir ajuda.

Este livro, além da sua escrita simples e de fácil compreensão, tem ilustrações muito bonitas e fiéis à história. De todas, a minha preferida é uma que representa a grande amizade, ternura e cumplicidade entre Zorbas e a gaivota, fazendo-me até lembrar um pai e filha em passeio.

Vou agora referir algumas expressões de que gostei: “- Talvez não saiba voar com asas de pássaro, mas ao ouvi-lo sempre pensei que voava com as palavras”. Gostei muito desta expressão pela forma como Zorbas descreve um poeta.

Outra expressão que achei interessante: “- Mas eu não quero voar. Também não quero ser gaivota – discutia Ditosa. - Quero ser gato, e os gatos não voam”. Gostei desta expressão, porque, depois de todo o tempo que Ditosa passou com os gatos, já tinha perdido os hábitos de gaivota. Será que Ditosa adotou completamente os hábitos de gato, ou perdeu o medo de voar? Deixo-vos o desafio de descobrirem.

 

Texto e ilustração de Diogo Gonçalves, nº 6, 8ºD

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2022-2023


“O Homem que Plantava Árvores”

     Recentemente, li "O homem que plantava árvores", um livro escrito por Jean Giono, reduzido no tamanho, talvez um dos mais pequenos que já li (apenas cinco capítulos), mas gigante na mensagem. Posso garantir que, na minha opinião, é um dos mais inspiradores.

     Jean Giono retrata o longo caminho de um jovem durante vários anos e o seu encontro com Elzéard Bouffier, um homem reservado, paciente e carismático, na verdade o super herói desta história.

     No geral, o livro transmite-nos, por um lado, a humildade, a persistência e a generosidade de um homem que se dedica, com grande fé, a plantar árvores durante anos e anos e, por outro, o egoísmo, o alheamento da sociedade, que considera o ecossistema rico que Elzéard Bouffier construiu, como uma uma floresta natural, que ali tinha nascido sem qualquer ação humana.

     O livro possui algumas ilustrações, também elas sugestivas da simplicidade de Bouffier e do seu espírito de missão. Saliento aquela de que gostei particularmente: a que retrata a personagem principal em grande plano, segurando na mão uma bolota. Nessa imagem Bouffier olha para a bolota com um grande carinho, parece que já está a imaginar uma árvore nas suas mãos.

     Este livro é uma verdadeira lição de como as boas ações podem ser transformadoras, fazendo-me lembrar, porque sou escoteiro, a icónica frase de Baden Powell ”...deixe o mundo um pouco melhor do que o encontrou...”.

     Vou agora referir algumas expressões do livro que me chamaram a atenção: ”A guerra de que acabávamos de sair não permitira o desenvolvimento pleno da vida, mas Lázaro já tinha saído do túmulo.” A expressão significa que havia esperança, pois um lugar que estava antes abandonado era agora um lugar onde apetecia viver. Tinha portanto renascido, tudo graças a um único Homem.

     Outra expressão que nos faz refletir é a seguinte: “...os homens podem ser tão eficazes como Deus noutras áreas para além da destruição.”

     Segundo Elzéard Bouffier devemos focar-nos num objetivo sem nunca desistir...

     Espero que vos tenha motivado para a leitura deste livro, que trata de um tema tão importante, tão pertinente e tão urgente nos tempos que atravessamos.

 

Texto e ilustração de Diogo Oliveira Lázaro Gonçalves, 7ºD

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Morte no Nilo

     Hoje vou apresentar o livro “Morte no Nilo”, escrito pela mais famosa escritora de policiais, Agatha Christie. Esta escritora já faleceu, mas os seus livros continuam a encantar leitores de todas as idades, um pouco por todo o mundo. A primeira edição deste mistério foi publicada em 1937 e é um dos livros mais incríveis e famosos de Agatha Christie.

     Eu li este livro, não só porque me foi oferecido, mas também devido ao seu título, que despertou a minha atenção e curiosidade, pressenti logo que se tratava de um policial.

     Este policial narra uma história que navega em torno de um crime cometido a bordo de um navio, com destino às grandes pirâmides do Egito. Este navega pelas águas do Nilo, em cujas margens se encontram restos de uma civilização dedicada ao culto dos mortos, à agricultura e ao comércio; neste navio, viaja uma deslumbrante rapariga, Linete, que, segundo o livro, tinha tudo - “juventude, beleza, riqueza e felicidade”. Nesta viagem embarcam várias pessoas que não gostam de Linete e/ou que, por histórias do passado, se querem vingar dela. Certo dia, esta perde tudo, ao ser assassinada na sua cabine. Supõe-se que este assassinato foi cuidadosamente planeado, para que fosse impossível descobrir o assassino, mas tiveram a má sorte de Hercule Poirot, um grande detetive, que mostra as suas habilidades de descoberta e de raciocínio, se encontrar de férias neste navio, podendo, assim, investigar este crime.

     Como será que acaba este mistério? Queres embarcar comigo neste navio?

     Eu adorei ler este livro, por ser um género literário diferente dos que habitualmente leio. Este livro é criativo, espetacular e genial. Tem ótimo vocabulário adequado para o sétimo ano. Envolve-nos numa história intrigante no começo, e surpreendente no final, com personagens que têm sempre algo a esconder, fazendo com que as reviravoltas prendam o leitor em cada parágrafo. Este livro usa muitos recursos expressivos, entre muitos destacam-se a metáfora, a comparação e a adjetivação, principalmente para descrever as paisagens do rio e as personagens. Por exemplo, a expressão “Que bom, que bonito, que caro!” A minha personagem favorita foi Hercule Poirot, não só por causa do seu nome, que lhe dá um aspeto mais chique, mas também porque se apresenta como um detetive excêntrico e muito divertido, sempre com um aspeto incomparável de elegância e impecável.

     Por estes motivos todos que eu referi, recomendo a leitura deste livro aos meus colegas. Será que Poirot conseguiu descortinar quem foi o autor do assassinato?

Texto e ilustração de Letícia Silva, 7ºC

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O Deus Das Moscas

de William Golding

     Esta obra é de aventura e romance e fala-nos sobre um avião que cai numa ilha com adolescentes a bordo, os quais são os únicos sobreviventes. Esses rapazes tentam arranjar maneira de sobreviverem e serem salvos.

     Tudo começa quando um avião cai numa ilha desabitada, com adolescentes a bordo. Ralph, um dos rapazes que estava a bordo do avião, encontra outro rapaz que vem falar com ele, Piggy. Enquanto falavam, Ralph avista uma coisa reluzente ao fundo do plano e, logo de seguida, apercebe-se que era um búzio. Então resolve usá-lo para chamar todos os rapazes que, eventualmente, estivessem na ilha, para fazer uma reunião. Passado algum tempo, alguns rapazes começam a chegar e Piggy achou curioso o facto de um grupo de rapazes com capas pretas também aparecerem e juntarem-se à reunião.

     Na reunião, todos concordavam que necessitavam de um chefe, por isso elegem Ralph, porque era ele que tinha o búzio. Ralph escolheu mais duas pessoas, Jack e Simon, para irem com ele verificar se aquele local onde estavam era definitivamente uma ilha e, para isso, seria necessário subir a um lugar alto, onde desse para ver tudo.

     O caminho para chegar ao cume da montanha foi bastante difícil. Quando, finalmente, chegaram ao cimo, verificaram que estavam sozinhos e que era uma ilha. Voltaram para baixo já ao anoitecer e Ralph voltou a soprar no búzio para chamar todos os outros. Quando já estavam todos reunidos, Ralph deu-lhes as notícias. A meio da reunião um rapazinho, mais pequenino, afirmou ter visto uma cobra muito grande, tendo Ralph negado a existência de tal animal. Concordaram todos que, se queriam ser salvos, seria necessário acender uma fogueira, e assim o fizeram. Todos ajudaram a ir buscar madeira e a fazer um monte, depois, com os óculos de Piggy fizeram fogo. Mas logo notaram que não saía fumo suficiente. Os dias foram passando, até que Ralph avista um navio no horizonte, rapidamente sobe à montanha para confirmar se a fogueira estava acesa. Ao chegar lá reparou que não estava ninguém a tomar conta dela, como tinham combinado na reunião. Como aconteceu tudo muito rápido, Ralph perdeu o navio de vista. Passados uns minutos chegaram alguns rapazes, que carregavam um porco, entre eles encontrava-se Jack, que estava decidido a arranjar carne e, finalmente, tinha conseguido.

     Ao anoitecer Ralph, que estava muito desiludido com todos, convocou uma reunião para falar com o grupo sobre o que se tinha passado com o barco e também implementou uma nova regra. Numa noite em que os gémeos estavam encarregados de manter a fogueira acesa, viram um monstro e imediatamente foram contar aos outros. Os rapazes resolveram investigar sobre o monstro e não encontraram nada. Durante essa exploração Ralph e Jack, chatearam-se e o grupo ficou dividido em duas tribos.         

     Simon, que andava na floresta sozinho, viu a cabeça do porco que eles tinham caçado, era uma oferenda ao monstro, e como a cabeça estava cheia de moscas, ele começou a falar com ela e chamou-lhe Deus das Moscas (…). Será que os jovens foram resgatados?

     Sugerimos a leitura deste livro, porque nos ajuda a perceber como deve ser a sobrevivência numa ilha sem ninguém e como o ser humano pode ser capaz de fazer coisas inesperadas para sobreviver; por outro lado, porque tem descrições incríveis dos espaços e nos ajuda a valorizar a cooperação que devemos ter uns com os outros, em situações difíceis.

Texto e ilustração de Catarina Marques, nº1; Joana Carvalho nº8 – 8ºG

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Matilda

     Venho apresentar o livro “Matilda”, da autoria de Roald Dahl, ilustrado por Quentin Blake. Este livro é composto por 21 capítulos, sendo o meu favorito o capítulo 14 - “O primeiro milagre”, pois é nele que se descobre um dos muitos poderes da mente de Matilda. E quem é Matilda?

     Matilda é uma criança, mas não uma criança vulgar, ela tem uma inteligência muito avançada para uma rapariga tão nova. No entanto, os pais de Matilda não conseguiam ver as capacidades que aquela criança tinha; ao invés, o pai achava que a filha não passava de “uma crosta” e a mãe passava o tempo a jogar bingo e a ver televisão. Apenas quando Matilda entrou para a escola, alguém conseguiu ver o potencial da menina, a “stôra” Docemel. A “stôra” Docemel ajudou a Matilda em tudo, até tentou fazer com que a menina avançasse alguns anos de escolaridade, pois ela tinha uma inteligência absurda. Mas, como sabem, nem tudo é um mar de rosas! A diretora, a Sra. Partetudo, julgava todos os alunos e, quando se portavam mal, fechava-os dentro da Pildra.

     E agora? Acham que a Matilda e a “stôra” Docemel conseguirão mostrar a todos as capacidades da menina? Convido-vos a descobrirem, lendo o livro.

     Eu gostei muito deste livro, pois mostra como as pessoas se julgam umas às outras, mas, mesmo assim, Matilda não desistiu e, apesar de todas as incompreensões, ensinou uma grande lição aos adultos, principalmente, aos seus pais. Matilda tinha uma maturidade muito superior à de muitos adultos, em qualquer situação, ela permanecia calma e pensava sempre na melhor opção para poder resolver as coisas.

     Passo a transcrever algumas expressões de que gostei: “… temos uma bela televisão com um ecrã de doze polegadas e, agora, vens pedir-me um livro! Estás a ficar mimada, minha menina!”. Gostei muito desta expressão, pois aqui mostra como o pai de Matilda não se importava com os estudos, com a formação da menina. Os papéis entre pai e filha estavam invertidos… Outra expressão de que gostei foi: “A Matilda era as duas coisas, mas, sobretudo, muito inteligente. Tinha uma mente tão perspicaz e aprendia com tanta rapidez que os seus talentos teriam sido claros para pais com uma inteligência mediana.” Também gostei muito desta expressão, pois descreve um pouco da inteligência da criança e do fosso de incompreensão que existia entre os pais e ela, o que nos leva a refletir sobre este assunto.



Texto e Ilustração de Francisca Avelino Figueiredo 7º D, Nº 6

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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá

 

     Neste conto, o seu autor, Jorge Amado, fala-nos do amor proibido. Esta história de amor desenrola-se ao longo das quatro estações do ano.

     Num dia de inverno, o Tempo prometeu à Manhã uma rosa azul se gostasse da história que lhe ia contar. Era uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.

      O Gato Malhado era um gato feio, solitário e mal-humorado.

     Num dia de primavera, enquanto estava a passear pelo parque, todos os animais fugiram; no entanto, a Andorinha permaneceu num galho de uma árvore. A presença do gato não a incomodou. Estiveram algum tempo a conversar. O Gato Malhado, desde esse dia, só pensava na andorinha Sinhá, sentindo-se apaixonado.

     Numa manhã, o gato passou pelo parque e decidiu ir até à casa da Andorinha e conversaram muito. Desde então, começaram a passear e a conversar frequentemente. O Gato tornou-se bem-humorado e simpático.

  No entanto, este amor é proibido, uma vez que o gato e a Andorinha são de espécies diferentes. Os gatos são inimigos das aves. Os animais do parque começam a criticar.

 Só no fim do verão, o Gato teve a coragem de dizer à Andorinha que se queria casar com ela. Perante esta confissão, a Andorinha desapareceu.

      No outono, o Gato soube que Andorinha tinha casamento marcado com o Rouxinol. A partir daí, começou a andar muito triste e mal-humorado.

       No Inverno, a Andorinha casou com o Rouxinol. No dia do casamento, ambos se viram, pela última vez. E ambos estavam tristes, pois a Andorinha também gostava do Gato; no entanto, tinha sido obrigada a casar com o Rouxinol.

      A Andorinha deixou cair uma pétala de rosa do seu buquê sobre o Gato, a qual ele colocou no peito, parecendo uma gota de sangue. Sobre o vermelho de sangue, na pétala da rosa, brilhou a luz da lágrima da Andorinha Sinhá, que iluminou o solitário caminho do Gato Malhado, até ao fim do Mundo.

      No fim da história, a Manhã recebeu a rosa azul do Tempo.

Texto e Ilustração de Joana Guedes, 8.º B

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O Pássaro da Alma

 

     A escritora Mickael Snuite é natural de Israel. O seu livro “O pássaro da Alma” é dirigido a todas as idades e tornou-se um “bestseller” em vários países. Foi galardoado com o Primeiro Prémio Internacional atribuído pela fundação Espaço Crianças, em Genebra, no ano de 1993.

    Neste livro, a autora explica, poeticamente, o que é a alma e como esta se manifesta ao longo do dia, através das “gavetas” (emoções) que vai abrindo, perante as diferentes situações com que nos deparamos. Sugere que procuremos ouvir o que o nosso Pássaro interior tem para nos dizer e que conversemos com ele.

     Com este livro, aprendemos que devemos dar valor e importância ao que vivemos e sentimos. A nossa vida, sendo tão atarefada, faz com que pouco ouçamos a nossa própria voz, e menos ainda o “Pássaro da Alma”, ou seja, a voz do coração. Assim, apela que nos lembremos da importância de sabermos escutar o que estamos a sentir e que o que sentimos está relacionado com as vivências que vão sendo guardadas em gavetinhas, bem no fundo da alma.

     Nós, seres humanos, devemos procurar refletir no que sentimos, para melhor nos compreendermos e tentarmos superar os desafios que a vida nos vai colocando ao longo dos dias.

                                      Texto e ilustração de Miguel Roma  - 8ºC

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História de um caracol que descobriu a importância da lentidão 

     Vou apresentar o livro "História de um caracol que descobriu a importância da lentidão", da autoria de Luis Sepúlveda, da Porto Editora.

     A narrativa trata de um caracol que vivia, com um grupo de caracóis, num prado repleto de Dentes-de-Leão. Todos eles eram muito alegres, porém, esse caracol era diferente dos outros, sonhava, um dia, poder ter um nome ou descobrir o motivo da lentidão.

     Certo dia, farto de nunca obter resposta às suas perguntas, o caracol decidiu ir em busca dos seus sonhos, abandonando, assim, o seu grupo. Durante a sua jornada, o caracol encontrou uma tartaruga que lhe disse que, enquanto vivera com os humanos, ela tivera um nome, chamava-se "Memória". O caracol contou à sua amiga que ele saíra do seu grupo em busca dos seus sonhos, por isso a tartaruga deu-lhe o nome "Rebelde".

     Com o decorrer da sua jornada, o caracol ficou horrorizado com o que viu, descobriu que os humanos iriam invadir o prado onde ele vivera. E, perante isto, decidiu voltar e avisar os seus amigos.

     Com a sua chegada, o "Rebelde" não foi recebido das melhores maneiras, ninguém acreditara naquilo que ele dizia. Contudo, depois de muito insistir, os caracóis acabaram por acreditar nele e, assim, partiram em busca de um novo lar.

     Será que o caracol conseguiu guiar os seus amigos para um lugar seguro?

     Eu gostei imenso deste livro, pela história, pela mensagem, pela linnguagem encantadora, por certas passagens carregadas de sentido e, a este propósito, vou transcrever uma frase: "Pois vou-me embora e só regressarei quando souber o motivo de sermos tão lentos e quando tiver um nome." Esta frase transmite uma mensagem muito importante, mostra-nos, sobretudo, que nunca devemos desistir dos nossos sonhos e devemos procurar saber quem somos. Os nossos medos ou receios não devem impedir-nos de lutar e concretizar os nossos objetivos .

O animal desta história, neste caso o caracol, a que associamos a lentidão, demostrou que, com determinação, devagar se pode ir bem longe .

O seu nome, "Rebelde", não tem nada a ver com qualquer aspeto negativo, mas sim com determinação no seu comportamento e nas suas atitudes.

 

Texto e ilustração de Maria Silva 7º C

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A pesca da baleia 

     Hoje vou apresentar uma das três narrativas que fazem parte do livro “A pesca da baleia”, de Raul Brandão, ilustrado por Daniel Silvestre da Silva. Esta história trata de uma baleia, como é indicado no título, mas não só, também fala de pescadores que são capazes de dar a vida para conseguirem pescar este mamífero, o maior do mundo.

Estamos nos Açores, um dos lugares onde se encontram baleias com muita frequência. E quando se tem a sorte de poder encontrar pela manhã um grupo de baleias é um espetáculo majestoso e do princípio do mundo.

     Ora, nessas ilhas fantásticas, vivem muitos pescadores cujo maior desejo é pescar uma baleia custe o que custar. Podem deixar qualquer coisa que estão a fazer, quando ouvem o sinal de presença de uma baleia…

    Não vou dar-vos uma explicação sobre a forma horrível como a pesca ocorre, mas sim deixar algumas expressões do autor para que tenham uma ideia. «Aproximam-se e dão-lhe uma lançada ao pé da asa para sangrarem. Mergulha, reaparece, esgotam-na e têm-na certa quando começa a esguichar sangue pelas ventas. Que visão de espanto entra nesse momento naquela cabeçorra? Há baleias que conseguem escapar e não esquecem, meses depois atiram-se aos baleeiros. Dão-lhe mais lançadas numa vozearia de triunfo. - É nossa! É nossa!... - Do corpo, dos pulmões, do coração, saem jorros vermelhos. Vomita. Encarniçam-se os homens.» (p.18)

     Esta narrativa é para mim muito triste, porque as baleias são animais, seres vivos, e além disso são inofensivos, por isso fiquei impressionada com a descrição da forma cruel como eram mortas. Penso, também, que este livro, entre outros, teve uma grande importância na sensibilização do ser humano para o grave problema dos animais em vias de extinção, devido à ação do homem. Felizmente, o cenário, hoje, é outro completamente diferente, tendo sido tomadas medidas para se pôr fim a esta barbárie!

     Espero ter-vos motivado para a leitura deste livro que capta a nossa atenção do princípio ao fim, gerando em nós diversas emoções e sentimentos.

 

Texto e ilustração de Nina Dias, 7º C 

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O Cavaleiro da Dinamarca

     Através da sua encantadora escrita, Sophia de Mello Breyner contou-nos uma maravilhosa história sobre um destemido cavaleiro que decidiu passar o Natal na gruta onde Jesus nasceu, mas que prometeu à sua família que estaria presente na festa de Natal do ano seguinte. Acontece que, por conta de vários percalços, este dinamarquês acabou por desviar-se do seu caminho de retorno.

     Porém, acabou por conhecer novas cidades, culturas, pessoas e histórias, aprendendo mais sobre o mundo que o rodeava. Fez vários amigos, viveu experiências espetaculares e deliciou-se ao ouvir histórias e testemunhos vindos dos quatro cantos do mundo.

     Contudo, o cavaleiro estava numa corrida contra o tempo para poder chegar a casa e cumprir a sua promessa à família, sem nunca se deitar abaixo por qualquer obstáculo ou imprevisto que estivesse no seu caminho.

     Será que o dinamarquês irá chegar a tempo para passar o Natal com a sua família? Ou irá ele perder-se no caminho?

 

Texto e ilustração de Maria Leonor Silva Lopes, 7.º C

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Uma Aventura no caminho do javali

    Hoje venho apresentar o livro “Uma Aventura no caminho do javali”, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com ilustrações de Arlindo Fagundes.

    Este texto é do tipo narrativo e contém 15 capítulos, sendo o primeiro o meu favorito, por ser o mais emocionante e por me ter deixado empolgada relativamente ao problema em que estes cinco amigos se iriam colocar, desta vez, e como é que conseguiriam sair dele. Esta narrativa desenrola-se entre cinco adolescentes muito aventureiros e completamente viciados em perigo e mistério, as gémeas Luísa e Teresa, Chico, Pedro e João. As peripécias começaram quando estes jovens iam para um casamento, no qual iam participar, e começaram a ouvir uns barulhos muito estranhos. Ao olharem para trás, viram um javali muito grande e assustador correndo furioso atrás deles. Pedalaram velozmente enquanto tentavam encontrar um abrigo e, ao mesmo tempo, despistar o javali, até que encontraram uma carrinha, na qual decidiram esconder-se. Assim que o dono da viatura chegou, explicaram toda a situação e, por muita coincidência, o senhor também ia para o mesmo casamento. Quando lá chegaram, era tudo muito espantoso e houve algo que lhes despertou muita curiosidade, uma música misteriosa vinda de uma das paredes de um edifício que fazia parte da quinta. Querem saber de onde vinha ao certo esta música e o porquê? Para isso, vão ter de ler o livro.

    Eu gostei muito deste livro, pois sempre admirei muito estas escritoras e sempre gostei muito de ler todos os livros possíveis desta coleção, onde o mistério se associa à cultura, a história é narrada com frases belíssimas e que conseguem sempre despertar a curiosidade do leitor, levando-o a não parar de ler e a distrair-se tanto que nem dá conta do tempo a passar, parece que estamos a viver esse mesmo momento do livro.

     Esta narrativa está cheia de frases belíssimas, tais como: “O lugar mágico que escolhi para esta festa é uma ruína do tempo dos Romanos, a única na Península Ibérica que ainda tem paredes em pé e salas com teto e tudo, mas o melhor nem é isso.”. Adorei esta frase porque me fez imaginar esta ruína e também por ter ficado com muita curiosidade por saber o outro motivo de eles terem escolhido aquele local para fazerem a festa.

     A minha personagem favorita é o Pedro, por ser o mais inteligente, ter sempre uma solução para tudo, mas também por nunca desistir, e saber montar os planos todos muito bem e com muitos pormenores para nada correr mal.

    A parte que me despertou mais curiosidade foi quando, no meio do jantar do casamento, o noivo foi atacado por bombas e ameaçado.

    A linguagem deste livro é de fácil compreensão fácil, o que torna a leitura muito aprazível.

 

Texto e ilustração de Margarida Sabença, 7.º D

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A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho

     A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho, é um conto que reflete momentos históricos, neste caso, sobre uma guerra do tempo de Afonso Henriques, que fora “transportada” para a década dos anos 80. Este fenómeno ocorreu na Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, e a ideia do autor era demonstrar as reações do público, caso a história fosse verídica.

     Quanto à história, as nossas partes favoritas foram as que incluem a Deusa Clio, principalmente, a parte em que adormece e entrelaça duas datas, dando a perceber a criatividade desta história e aquela em que recompõe as personagens e os seus respetivos tempos.

     Esta obra fala-nos sobre a deusa da História, Clio, que adormeceu durante o seu cargo eterno e entrelaçou dois fios da tapeçaria milenária da História, amalgamando-se as datas de 4 de junho de 1148 e de 29 de setembro de 1984 na Avenida Gago Coutinho.

     Automobilistas que se dirigiam para a rua, polícias que tentavam intrometer-se no caso e até as próprias pessoas que lá passavam observavam uma guerra entre os portugueses e os mouros, que eram liderados por Ibn-el-Muftar, e este, surpreso com a mudança de época, também com a transformação da “paisagem”, pensa tratar-se de um passe de magia. O polícia Manuel Reis Tobias,  que no momento da chegada repentina do exército de Ibn-el -Muftar estava de serviço, escondido atrás de um prédio ao lado de uns semáforos, comunica uma mensagem ao posto de comando dizendo que havia uma manifestação não autorizada na Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro. Poucos minutos mais tarde, a Polícia de Intervenção,  ao tentar “limpar a avenida”, é rapidamente desmobilizada ao ver que a cavalaria moura se preparara para investir contra eles.

     A Polícia de Intervenção tenta cercar este exército dentro da rua e começa com tentativas de comunicação, através do Capitão Soares, conseguindo alcançar Ibn-el-Muftar. Quando se cumprimentavam os dois em árabe, o Ibn-el-Muftar e o seu exército desaparecem deixando o capitão Soares e toda a escola militar confusa com aquele fenómeno. 

Enquanto isso acontecia, a deusa Clio acorda do seu sonho profundo e remete cada personagem ao seu tempo, fazendo esquecer todas as pessoas que testemunharam aquele acontecimento. Todas as pessoas que estavam perante este fenómeno ficaram pasmadas ao verem que o exército tinha simplesmente desaparecido. Visto que ninguém sabia o que se passara, os oficiais responsáveis pelas forças policiais e militares portuguesas que intervieram na ação tiveram que explicar em tribunal marcial o porquê de se encontrarem na avenida Gago Coutinho sem aparentemente  ter sucedido nada.

     Recomendamos a leitura deste livro, pois o uso da palavra é muito qualificado, tendo expressões que podem influenciar a nossa produtividade escrita e imaginativa, além da leitura relativamente fácil, com expressões que nos ajudam a voar pela História e pelo enriquecimento cultural e histórico que nos traz.

 Texto e ilustração de Diogo Santos, n.º4, e Manuel Felisberto, nº11, 8.ºG

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A Ilha do Tesouro

Li A Ilha do Tesouro, não a obra original, um romance de aventuras de Robert Louis Stevenson, mas sim uma adaptação de Claire Ubac, com tradução de António Pescada, ilustrações de Daniele Fabbri e editado pela Porto Editora.

Este livro é composto por quatro capítulos e fala de uma faroleira que, numa noite de dezembro, encontrou um livro na praia, muito desgastado por causa da água, tanto que só ficaram visíveis as ilustrações.

Ela foi para casa disposta a tentar desvendar o significado das imagens, quando, de repente, ao erguer a cabeça, viu o fantasma de um pirata que lhe contou a história do primeiro capítulo no qual ele era a personagem principal. E é assim que se desenrola a narrativa. As aventuras contadas ao longo dos quatro capítulos ganham vida e são os fantasmas dos piratas que vão aparecendo, um por um, para contar as suas aventuras

O meu capítulo preferido foi o primeiro, intitulado “Billy Bones”, onde se  contava a história desse mesmo pirata e das suas aventuras com o seu companheiro Jim.

Este livro é rico em recursos expressivos, sendo um deles a enumeração, como por exemplo: “Um casaco de peles, um mapa, uma bússola, um monóculo e um relógio”, que nos remete para um ambiente náutico.

O autor recorre muito à descrição, o que nos permite imaginar com mais clareza os locais da história, exemplo disso é a descrição feita dum barco depois de uma batalha: “No barco, tudo parecia morto. Uma garrafa com o gargalo partido rolava de um lado para o outro. A verga do mastro grande, abatida pelo vento, revelou-me os dois marinheiros da tarde anterior na parte de trás da ponte: o “Barrete Vermelho” deitado de costas, com os braços abertos e uma expressão de morte nos lábios. Hands, encostado à amurada, numa poça de sangue”. Escolhi citar esta expressão, pois é muito pormenorizada e realista.

Agora vou partilhar convosco uma expressão do livro da qual gostei muito, onde Bones falava sobre o seu companheiro: “Jim, o filho do dono do albergue, era um bom companheiro. Era ver os olhos que ele fazia por causa da minha cicatriz e do meu rabo de cavalo betumado. Depressa nos tornámos parceiros, e ele vigiava comigo. Rapaz, dizia-lhe eu, tu tens olho vivo. Portanto abre bem esses olhos e avisa-me se vires chegar algum marinheiro, sobretudo se ele tiver só uma perna!”. Gostei desta expressão porque é possível ver-se o carinho nas palavras de Bones quando fala do Jim.

Recomendo a leitura deste livro aos meus amigos e colegas pelas aventuras interessantes que relata, sendo rico em vocabulário ligado à vida no mar, pela abundância dos recursos expressivos e pela sua leitura fácil e interessante

 Texto e ilustração de Diogo Morgado Nº4 7ºD

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A Gata Borralheira, in: Histórias da Terra e do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen

 

O conto ”A Gata Borralheira fala de uma menina, chamada Lúcia, que iria ter o seu primeiro baile. Ela sentia-se inferior às outras raparigas, porque o seu vestido era velho e os seus sapatos estavam em mau estado.  Vinte anos depois ela voltou ao mesmo baile, mas com os sapatos e o vestido que ela sempre quis.

Ao lermos o título do conto, pensávamos tratar-se da história tradicional da gata borralheira, que ouvíamos quando éramos pequeninas, mas afinal era diferente, porque a autora transformou o conto feliz num conto mais triste. 

Tudo começa com uma rapariga chamada Lúcia que vai a um baile, só que em vez de usar um vestido e sapatos bonitos como ela desejava, a tia arranja-lhe um vestido já fora de moda e uns sapatos todos estragados. Toda a gente nesse baile gozava com ela por causa do seu vestido, uma vez que os sapatos não se viam. Até que um rapaz veio falar com ela e convidou-a para dançar, mas no meio da dança o sapato saiu do pé de Lúcia e toda a gente ficou a olhar para o sapato, ali no meio do chão, todo roto. Lúcia, com a vergonha, fugiu do rapaz e foi-se esconder numa sala sem ninguém, pois desejava nunca ter ido àquele baile, ou melhor, desejava ter ido, mas com os seus sapatos e o seu vestido de sonho.

Para que Lúcia pudesse ter tudo aquilo que sempre quis, teve que ir viver com a sua madrinha.

Passados alguns anos, Lúcia tinha crescido, tinha tido sucesso e era rica. Até que um dia foi convidada para o mesmo baile onde tinha ido há alguns anos, mas agora iria com uns sapatos decentes e um vestido bonito e da moda.

Lúcia comprou uns sapatos todos cheios de brilhantes e quando Lúcia chegou ao baile toda a gente ficou a olhar para ela. Instantes depois voltou àquela sala, onde se tinha escondido alguns anos antes. Do nada, a porta da sala abriu-se e entrou um homem que parecia que tinha surgido de um espelho da sala. Lúcia perguntou se o conhecia e o homem respondeu que sim e logo a seguir o homem pediu o sapato a Lúcia, ela começou a gritar, a dizer que não lho dava. Após tanta insistência, Lúcia acabou por lhe dar o sapato e em troca o homem deu-lhe o sapato todo estragado que ela tinha usado no baile anterior. Quando amanheceu encontraram Lúcia morta na varanda. O médico disse que foi uma síncope cardíaca, era uma explicação, mas o facto de o sapato ter desaparecido também… Contudo, o que não tinha explicação era ter calçado um sapato de brilhantes e um sapato todo estragado.

Recomendamos a leitura deste conto porque é um pouco diferente do conto que todos conhecemos e porque nos dá uma lição de vida, ou seja, que a riqueza não traz alegria, nem felicidade.

Texto e ilustração de Catarina Marques, n.º1 e Joana Carvalho, nº8, 8.ºG

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História de um cão chamado Lealde Luis Sepúlveda

Esta história é uma fábula de aventura e amizade, onde o cão Afmau, que significa «leal e fiel» na língua mapuche, sobrevive à fome e ao frio da montanha onde nasceu, onde demonstra uma grande lealdade à Gente da Terra e onde demonstra medo dos Wingkas. Na companhia de Aukamañ, um rapazinho mapuche, Afmau aprende a conhecer o mundo que o rodeia e a respeitar a diversidade da natureza.

Este conto narra a história de um cão leal que, quando era bebé, foi capturado por um bando de homens com costumes estranhos que pensavam em vendê-lo. Durante o seu trajeto, Afmau perdeu-se e caiu na neve e adormeceu, quando acordou foi encontrado por um jaguar que tomou conta dele e o levou para uma povoação mapuche muito gentil, onde foi adotado. Foi aqui que viveu os momentos mais felizes da sua vida, muitos desses incluíam Aukamañ, um pequeno rapaz mapuche, com quem teve uma amizade bastante forte. Com esta comunidade aprendeu a respeitar a natureza e a ser feliz. No entanto, tudo isso tinha acabado quando num dia, um grupo de homens com costumes estranhos invadiram a aldeia, roubando, queimando casas, causado o caos e matando Wenchulaf, o velho homem sábio que adotou Afmau. Todos ficaram em choque pela morte do velho sábio e Afmau foi capturado outra vez pelos bandidos. A partir daí, o cão de raça passou a ter uma vida triste e odiosa, sendo mal tratado e treinado para atacar os que traíssem o bando. O tempo foi passando, uma missão atrás da outra, até que o bando decidiu matar Aukamañ, porque, por ser agora adulto, pensavam que poderia querer vingança, por terem matado o seu avô Wenchulaf. Afmau ficou com medo, pensando que o seu amigo poderia acabar por morrer. Os bandidos encontraram outra vez a população mapuche e deram um tiro na perna de Aukamañ, mas este ainda conseguiu fugir.

Os Wingkas (bando de homens com costumes estranhos) mandaram o cão de raça persegui-lo, mas Afmau enganou-os, fazendo-os pensar que ele teria atravessado o rio. Quando o bando atravessou o rio, Afmau voltou para trás e reencontrou-se com o seu velho amigo. Como Aukamañ estava muito ferido, o seu amigo peludo foi buscar a caixa de primeiros socorros que os Wingkas deixaram na outra margem do rio. Mal tocou na caixa, os bandidos avistaram-no e ao perceberem que os tinha traído, ficaram furiosos. Afmau consegui com que os Wingkas caíssem no rio, mas um deles acabou por atingir Afmau com uma bala no peito. Gotas de sangue começam a pingar do seu peito, Afmau pega na caixa de primeiros socorros, atravessa o rio e volta para junto de  Aukamañ. Este tratou da ferida do cão, mas já não adiantava muito, o ar já não entrava nos seus pulmões e estava cada vez mais fraco. Então, Aukamañ pegou-o ao colo e diz-lhe as últimas palavras que irá ouvir na sua grande viagem: “dez vezes venceremos, irmão”, que é como a Gente da Terra se despede, sem nunca dizer adeus.

Gostei muito desta história, porque é emocionante e mostra bem o que é a amizade, a lealdade e o ódio. Cada uma das personagens representava o seu papel muito bem, especialmente os Mapuches e os Wingkas. A parte que mais gostei da história foi quando Afmau e Aukamañ se reencontraram e, depois de tudo o que lhes tinha acontecido, ainda eram amigos.

Na minha opinião, este livro é fascinante e recomendo a todos que o leiam, porque o livro fala sobre assuntos importantes, como a diversidade da natureza, o respeito e a maldade no mundo.

Texto e ilustração de Miguel Catarino, n.º15, 8ºG

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Os Cinco Voltam à Ilha

     Quem não conhece Enid Blyton, uma famosa escritora inglesa, já falecida, e que faz as delícias dos jovens leitores (e dos mais pequenos também)? Coleções como “Os cinco”, “O Mistério”, “As Gémeas”, “Os Mini Cinco”, entre outras famosas coleções, são bem conhecidas deste público.

     Apresento-vos o livro “Os Cinco voltam à ilha”, um livro recheado de aventuras e de mistérios. Li este livro porque adoro as coleções desta escritora, nomeadamente esta.

     Esta aventura retrata um grupo de cinco amigos, cujas férias não começaram muito bem. A mãe de Zé e a sua cozinheira estavam doentes, então a mãe tinha enviado uma família para tomar conta deles. Esta família era horrorosa e já tinham tentado envenenar o Tim, o cão, para se poderem ver livres deles. Os amigos decidiram ir passar uma semana à ilha deles, a ilha de Kirrin, que fazia parte da sua herança. Tudo estava a correr bem até que encontraram um baú dentro de um barco afundado, com peluches e roupa de bonecos. Numa noite, ouviram sinais sonoros de um barco e, pouco depois, um grito bem grave de alguém a ser levado para as masmorras do castelo. Quem será aquela pessoa? Será que eles vão conseguir resolver este mistério? Embarca comigo nesta aventura e logo saberás...

     Eu adorei ler este livro, porque nos ensina que, se trabalharmos em equipa, juntos podemos vencer todos os obstáculos da vida. E que os amigos são para sempre! Este livro transmite-nos, também, o amor que devemos ter pelos animais de estimação, pois eles são nossos fiéis amigos. Tim, o cão, foi importantíssimo para desvendar este mistério. Este livro tem muitas enumerações, como por exemplo “Sopa, carne, fruta, leite condensado, sardinha, manteiga, bolachas e vegetais!”, o que enriquece a descrição. A autora usa vocabulário adequado para 7.ºano e a sua história faz-nos parar com tanto suspense de capítulo em capítulo. A minha personagem favorita foi o Tim, pois este estava sempre perto dos amigos e ajudava-os em todas as situações.

     Recomendo muito a leitura deste livro, porque é, de facto, fantástico e transmite-nos muitas lições de vida.

 

Texto e ilustração de Letícia Benedita Silva, 7.ºC

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“A Aia” - Eça de Queiroz

Eça de Queiroz foi um escritor português e é considerado um dos mais importantes autores da língua portuguesa. O conto que escolhi para o “Li e Gostei” intitula-se “A Aia” e está numa coletânea de contos deste célebre romancista luso.

            O conto apresenta um nome invulgar que pode levantar várias perguntas, já que uma aia, normalmente, não é uma figura com grande importância numa história, mas, neste conto, é a personagem que mais brilha.

Tudo começa com a apresentação de uma família real e do rei desta família, que morreu numa batalha. Então, a rainha, que fica viúva, faz de tudo para proteger o seu filho, que é o futuro herdeiro. Aí entra a personagem principal, a Aia. Esta é escrava da família real, mãe de leite do pequeno príncipe herdeiro ao trono e mãe de outro bebé. Coincidentemente, estas duas crianças nasceram no mesmo dia, mas o príncipe tem todos os privilégios da sua classe social, enquanto o filho da Aia não tem tantas condições, por esta ser escrava.

            Após uma pequena introdução das personagens e do contexto, é apresentado o vilão deste conto: o irmão bastardo do rei. Este invade o palácio real na tentativa de matar o futuro herdeiro e, consequentemente, nesta ação avarenta, gananciosa e brutal, passar a ser o herdeiro. É curioso ver até que ponto é que esta personagem chegou em busca do poder.

     Ao ver o irmão bastardo do rei a aproximar-se do palácio real, a Aia, numa ação rápida, e inconscientemente leal, troca o príncipe herdeiro de berço com o seu próprio filho. Previsivelmente, este é brutalmente assassinado em vez do verdadeiro príncipe.

A rainha, ao descobrir o ato nobre e leal da escrava, recompensa-a com um objeto à escolha na grande pilha de fortuna que a família real detinha. A Aia, ao entrar na câmara dos tesouros, olha pela janela para o céu, e, como recompensa, escolhe um punhal dourado cravejado com esmeraldas, que crava no seu coração sem hesitar.

É, de facto, uma narrativa perturbadora, dramática e um pouco cruel.

A personagem com mais destaque neste conto é a Aia. Esta fez tudo ao seu alcance para proteger e assegurar o futuro do reino, mesmo que isso envolvesse matar o seu filho. Esta ação diz-nos muito sobre esta figura. Em primeiro lugar, mostra-nos que a Aia amava incondicionalmente o reino a que pertencia, o seu rei, que morrera numa batalha, a sua rainha e o principezinho. E, em segundo lugar, também ficamos a saber que esta mulher acreditava na vida após a morte, em algo muito maior do que ela e do que todos e, assim, entregou a vida do seu filho a um lugar melhor para proteger o futuro de todos. Depois de cumprir o seu objetivo, cravou um punhal no coração, enquanto olhava para o céu, onde acreditava estar o seu filho. Com esta ação, podemos concluir que a Aia acreditava cegamente na vida após a morte e, como tal, entregar o seu filho para salvar o futuro dos seus mestres e o seu reino pareceu-lhe o mais natural, já que, segundo a Aia, o seu bebé iria para um lugar melhor.

Mas, neste conto, temos também o completo oposto da Aia, o irmão bastardo do rei. Este fez tudo o que estava ao seu alcance para ocupar o trono, pela cobiça de mais poder, riquezas e estatuto, por tudo o que condena a humanidade de uma forma intemporal. O irmão bastardo do rei mostra-nos o quão longe alguém pode ir pela ganância, mostra-nos o que é errado e, como tal, é uma lição de vida. Nada neste mundo vale mais que uma vida. Nem a riqueza, nem o poder.

Apesar da sua natureza um pouco perturbadora, esta obra tem muitas ideias que merecem atenção.

            Logo no início, um pormenor que pode passar despercebido é a desigualdade social representada pelo berço de marfim trabalhado e decorado do príncipe e o berço simples de verga do filho da Aia. Porque é que um príncipe deveria viver melhor do que outra pessoa? Nasceram ambos dignos, com os mesmos direitos e sendo da mesma espécie, mas o príncipe é da realeza, e o outro bebé é filho da Aia, que é escrava, uma pessoa não livre e totalmente entregue à família real que servia. Mas, apesar de ser escrava, esta personagem fez algo de uma nobreza admirável.

Outro aspeto que merece o seu destaque é a lealdade, algo muito representado pelas ações quase inconscientes da escrava real.

Embora já tenha referido o principal da intriga, recomendo que todos leiam este conto, pelos recursos expressivos presentes, como a metáfora, a comparação e a tripla adjetivação, algo muito presente em toda a obra de Eça de Queiroz. Todos estes recursos expressivos, aliados à escrita maravilhosa, tornam este conto uma experiência memorável.

            Por último, gostava de reforçar mais uma vez o ponto alto deste livro: a sua moralidade e ideologia. Como já referi, temos o exemplo da escravatura, das hierarquias sociais, da ganância e da avareza, da lealdade, mas a que mais chama a atenção, na minha opinião, é a crença na vida após a morte. É um assunto referido em muitas obras, narrativas, poesias ou mesmo textos dramáticos, sejam do século XV ou XXI e até independentemente da religião. Algo que pode explicar o porquê desta ideologia ser tão recorrente e resistente à prova do tempo é o facto de o ser humano querer explicar tudo, mesmo o que não vê, e então, desde o início da história (e até da pré-história) surgiram várias teorias para tentar explicar aquilo que acontece depois da inevitável morte.

Nesta obra, vemos abordada a fé, as crenças, e o acreditar naquilo que não se vê. A Aia é, de facto, uma personagem corajosa ao entregar o seu filho e, mais tarde, a sua própria vida a algo que não vê, que não sente, mas em que simplesmente acredita.

Esta ação pode chegar a ser até confusa e levanta muitas perguntas. O que é que nós faríamos por fé? Faríamos o mesmo que a Aia? Serão algumas pessoas hipócritas por não fazerem algo em que acreditam? E, por último: Quem entregaria a sua própria vida e a do seu filho ao desconhecido, apenas por acreditar nele?



Texto e ilustração de Manuel João Almeida Lobão, 9.º B



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O rapaz ao fundo da sala

Durante as últimas férias, li o livro O Rapaz ao Fundo da Sala, e gostei imenso. Então, nesta breve apresentação, vou falar um pouco da história que ele nos traz, de algumas partes e expressões que considerei muito significativas e das principais mensagens que retirei deste livro de Onjali Q. Raúf.

O livro é composto por 19 capítulos contados na 1ª pessoa, em que o narrador fala sobre um grupo de amigos que recebem um menino refugiado na sua escola, que se sentava sempre ao fundo da sala, sem comunicar com ninguém. Ao notarem esta postura estranha, este isolamento carregado de tristeza, o tal grupo de amigos faz de tudo para estabelecer amizade com ele.

Ainda sem saber nada sobre esse rapaz tímido chamado  Ahmet, o narrador e os amigos, Tom, Josie e Michael, insistem em descobrir mais sobre esse rapaz estranho que se afastou do seu país por causa da guerra, por isso, ele não é muito comunicativo devido ao seu sofrimento.

Uma situação que achei muito comovente foram as tentativas de uma relação de amizade que os amigos realizaram para conquistar a confiança do colega, pois eles ofereciam-lhe diversos doces e frutas, autocolantes da coleção deles, fazendo com que ele se sentisse especial.

E claro que todo esse esforço por parte deles acabou por resultar numa grande amizade. Mas a preocupação por parte dos novos amigos de Ahmet era tanta que, quando descobriram que ele estava separado dos pais pela guerra, do outro lado da fronteira, tiveram de agir e daí surgiu um plano, a melhor ideia do mundo …

Um ponto muito positivo deste livro são as ilustrações, pois algumas apresentam os desenhos do narrador, que serviam de representação dos planos relacionados com Ahmet.

E para vos aguçar a curiosidade, fico por aqui, no que respeita ao enredo, e espero que tentem descobrir em que consiste este plano para ajudar Ahmet. Agora, vou partilhar convosco algumas expressões que achei maravilhosas.

A primeira, apesar de não estabelecer uma ligação direta ao tema do livro, é uma frase que a mãe do narrador transmite ao próprio: “Diz que os melhores livros são aqueles que deixam em nós mais perguntas do que respostas e que essa parte é a melhor de todas”. Gostei muito desta expressão, pois transmite o grande objetivo de muitos livros, que é deixarem-nos na dúvida para nos incentivar a descobrir cada vez mais sobre determinado assunto.

A segunda, tal como a primeira, também nos faz pensar: “O pai dizia sempre que as palavras podem doer mais do que uma bofetada, porque as nódoas negras e os galos com que se fica desaparecem ao fim de um tempo e podem ficar esquecidos para sempre. Mas as palavras podem não desaparecer durante muito tempo, e as mais cruéis são as que mais tempo ficam.” Esta expressão não vou explicar, deixando-a para refletirem acerca dela.

           Achei este livro fantástico, pois fez-me pensar sobre a situação dos refugiados, fora do seu país, muitas vezes, sem família, nem amigos, completamente despojados de tudo. E, no final, uma pergunta ficou no meu pensamento: “Quantos meninos haverá “ao fundo da sala”, em situações semelhantes a esta, nas nossas escolas”?

           Por outro lado, a narrativa deixa-nos comoventes exemplos de amizade, generosidade, solidariedade e humanidade.

          Espero que vos tenha despertado o interesse para a leitura deste livro.

 

Texto e ilustração de Diogo Gonçalves, 7.ºD