(12/08/1907-17/01/1995)
IDENTIFICAÇÃO
Desta terra sou feito.
Fragas são os meus ossos,
Húmus a minha carne.
Tenho rugas na alma
E correm-me nas veias
Rios impetuosos.
Dou poemas agrestes,
E fico também longe
No mapa da nação.
Longe e fora de mão...
Miguel Torga, Diário XV
Hoje é o Dia Mundial da Terra e faz este ano 25 anos que Miguel Torga, um apaixonado pela Natureza, nos deixou. Miguel Torga é um poeta telúrico, ligado e identificado com a terra, ao ponto de, no Diário VIII, se definir como um "geófago insaciável".
É neste contexto que as Bibliotecas do nosso Agrupamento querem recordar Miguel Torga e a sua obra e celebrar, ao mesmo tempo, o Dia Mundial da Terra.
Começamos, então, com a apresentação do Espaço Miguel Torga, cujo site poderás visitar, clicando no link junto da foto. Também nesse sítio, está disponível a biobibliografia de Miguel Torga. (Clica AQUI)
Link
Depois de conheceres melhor o nosso escritor, recorda a leitura do seu livro Bichos com um documentário, clicando no nome deste: "Bichos, de Miguel Torga".
Agora, podes divertir-te através do seguinte jogo sobre Bichos, clicando no nome da obra.
Também podes ler uma outra obra de Miguel Torga, muito conhecida e referenciada nas aulas de Português, Novos contos da montanha. Clica no link junto à capa do livro.
(Nota: o pdf desta obra ficará, depois, na página e-books deste blogue)
Link
Para aprofundares os teus conhecimentos sobre Miguel Torga, a sua obra e a sua forma de escrever, temos um conjunto de documentários, que podes visualizar,clicando no nome do respetivo documento:
- "A vida e a obra de Miguel Torga", análise do Pe. Augusto Cabral (Agência Ecclesia);
- "A terra antes do céu", filme documentário de João Botelho (2007);
- "Miguel Torga, o Meu Portugal", do realizador Ângelo Peres (RTP Arquivos).
A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza. Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da Vida, da Natureza e da Liberdade.
Sigamos este entusiasmo pela Natureza, pela Liberdade, pela Vida de Miguel Torga, através da leitura deste poema, tão inspirador para qualquer um de nós, neste momento das nossas vidas.
SÍSIFO
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga, Diário XIII